«Estudo indica que há profundas desigualdades no custo com alunos
Os alunos que estudam no ensino público português não custam todos o mesmo aos cofres do Estado, existindo profundas desigualdades no país, revelou hoje Guilherme D´Oliveira Martins baseando-se num relatório do Tribunal de Contas.
A pedido da comissão parlamentar de Educação, em fevereiro do ano passado, o Tribunal de Contas (TC) está a terminar um estudo técnico sobre o custo que representa para o Estado cada estudante do ensino público.
"O estudo técnico deverá estar pronto dentro de um mês", contou aos jornalistas o presidente do TC, à margem do seminário "Serviço Público de Educação", que decorreu ontem no Conselho Nacional de Educação, em Lisboa.
De acordo com Oliveira Martins, o estudo mostra que, "em Portugal, a educação não é uma realidade homogénea, mas assimétrica".
"Há profundas desigualdades e o Estado não pode ser indiferente a isso. Tem de introduzir fatores para um maior reforço da aprendizagem para que sejam reforçados com equidade. Ninguém pode ser prejudicado nem privilegiado", defendeu o ex-ministro da Educação.
De acordo com o especialista, existem grandes diferenças entre os alunos do litoral e os do interior, assim como entre os dos grandes centros urbanos e os de terras mais pequenas.
"Há zonas onde as escolas são mais limitadas", lembrou.
Esta diferença traz um problema à decisão de, em breve, os encarregados de educação poderem escolher a escola dos seus educandos: "Há zonas onde a escolha pode ser feita, mas existem outras onde é preciso apostar na qualificação, uma vez que não existem opções".
Para o presidente do TC, "as escolhas estão limitadas pela oferta e há zonas onde as escolas são mais limitadas".
Perante a crise económica e o orçamento reduzido do Estado e das famílias, Oliveira Martins lembra que existe um fator que poderá reduzir o impacto do desinvestimento na educação: a demografia.
"Hoje, um país como Portugal, tem de encarar o sistema educativo com a evolução demográfica", disse Oliveira Martins, lembrando que "o fator demográfico pode ajudar, porque aponta para uma descida do número de jovens que chegam à escola".
No entanto, é preciso "uma forte aposta e investimento para conseguir recuperar os alunos com mais dificuldades".
O ex-ministro lembrou que "a educação é um investimento a longo prazo em que a liberdade de escolha tem de vir a par com a qualidade e equidade".
A especialista da OCDE, Pauline Musset, lembrou que "a educação é investimento e que, segundo um estudo internacional, cada dólar investido em educação representa um retorno de sete dólares. A educação rende mais do que o ouro".
A decisão de realizar um estudo foi tomada pela comissão de educação que defendeu seria essencial conhecer quanto custa aos cofres do estado cada aluno para se poderem avaliar as políticas públicas na área da educação.» in http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=AFE1FF4B8B194B2EE0400A0AB8003C4A&channelid&opsel=1
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