"Manhã a Sul
Donzela
roxa punceta desmaia; basta do sol um ténue raio,
reanima-se
a rua; se não tivéssemos bolsos, as mãos se despedaçavam;
saltitam
avezinhas, p’lo empedrado ensaiando tímidos devaneios;
gaivotas
pairam voos altos, brancuras rompem entre neblina;
rafeiros
vão perdidos em remanescente ruína, já antes noite petrificada;
salpicando
relva, estremece límpida água musical que purifica;
a
negrilhos, em fila prolongando a avenida. parecem ascender
para
olhos sonhadores do poeta folhas num amarelento matiz;
gotículas
do orvalho à clara luz refervidas cristalizam lacrimosas;
aéreas
flâmulas transmitem morse, vento, murmúrio libertário;
na
nogueira o estorninho desfaz o bico em açúcar no pissitar;
caudalosa
a fluir o alto júbilo a hora grita escancarada."
Ângelo Ochôa - "Manhã a Sul"
Ângelo Ochôa - "Manhã a Sul"
(Manhã a Sul por Ângelo Ochôa)
...escrito nos primeiros dias do ano 2005 num passeia a horas boas, cedinho, a pé de quarteira a vilamoura, abraço, amigo,amigo.corrigido ontem 13v12.
ResponderEliminarVale Amigo Poeta Ângelo Ochôa!
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