Amarante Poesia - O Tâmega, num fantástico soneto de Fernando dos Reis!

 

"Tâmega


Tâmega meu, de murmurar cansado,
Como choras, dolente, ao meu ouvido…
Tu és talvez, também incompreendido
Na feitura de um sonho inacabado…


Nessas tuas verdes águas, torturado,
Espelhei o meu rosto dolorido…
E os cantos do meu Poema, apetecido
Sobre elas que há muito se hão rolado…


Tâmega, meu! De margens saudosas
Leva contigo lembranças dolorosas
No teu choro confundo as minhas mágoas…


Tâmega, meu… formosos caminheiro,
- Ai, quem me dera correr o mundo inteiro,
Embalado, ao som das tuas águas!..."


Autor: Fernando dos Reis
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(Fernando dos Reis nasceu em Amarante a 29 de junho de 1915 e faleceu a 30 de Abril de 1947)