Diabo na cruz - "Os Loucos Estão Certos"
Diabo na Cruz - "Eito Fora" - "Macaco de Imitação"
Diabo Na Cruz - "Combate com Batida"
O grupo português Diabo na Cruz edita este mês o álbum «Roque Popular», que volta a mergulhar na música popular, porque «a tradição portuguesa é uma tentação irresistível», disse à agência Lusa o músico Jorge Cruz.
Os Diabo na Cruz lançaram-se em 2010 com o álbum «Virou!», que tinha na capa uma rapariga com trajes minhotos e um conjunto de canções com melodias populares, interpretadas com viola braguesa e guitarra elétrica. Jorge Cruz, autor das músicas e letras de Diabo na Cruz, voltou a mergulhar na música popular portuguesa e compôs no ano passado as novas canções de «Roque Popular», a editar no dia 23 de abril.
O músico não quis repetir fórmulas nem pensar que este segundo disco é apenas uma sequela de «Virou!», porque «a tradição portuguesa é uma tentação irresistível, por ter tão poucas referências principalmente recentes».
Diabo na Cruz, que deu a conhecer canções como «Dona Ligeirinha» e «Os loucos estão certos», é um projeto com uma personalidade assente «numa certa melodia portuguesa tradicional», transposta «para uma linguagem do rock». «Nós fizemos isso com o uso da [viola] braguesa no disco anterior.
Agora apostámos mais nas percussões, que é uma das sonoridades mais fortes que a música popular portuguesa tem. Mas, essencialmente, é a ideia de fazer música popular com guitarras elétricas», descreveu Jorge Cruz. Essa é uma linguagem que ainda está pouco explorada, defendeu o músico, mesmo que nos últimos dois anos se tenha registado um «maior apaziguamento com as raízes» e um «maior interesse por aquilo que é específico». «Quando lançámos o 'Virou!', não fazíamos ideia o que as pessoas iam achar e só o facto de termos uma rapariga com trajes minhotos na capa parecia-nos uma coisa bastante contra-cultura.
Agora é uma coisa que já não surpreende» admitiu Jorge Cruz. Em «Roque Popular» a aposta nas percussões nota-se por exemplo em «Bomba Canção» e «Baile na Eira», um tema «mais lírico e utópico» sobre «a vontade dos portugueses, da cultura ocidental, de mudança social», descreveu.
A formação de Diabo na Cruz sofreu algumas alterações desde «Virou!». Saiu Bernardo Fachada, que agora participa como convidado e se mantém como «membro honorário», e entraram Márcio Silva (viola braguesa e voz), Manuel Pinheiro (percussão) e Sérgio Pires (cavaquinho e guitarra elétrica). Mantém-se João Gil (teclados), Bernado Barata (baixo) e João Pinheiro (bateria). Luís Fernandes, do grupo Toques do Caramulo, participa também como convidado.
«Roque Popular» será apresentado numa série de concertos nos próximas semanas, incluindo a 24 de abril, em Guimarães, e 27 de abril, no Porto. Em Lisboa, será em maio, em data a anunciar. @Lusa» in http://musica.sapo.pt/noticias/discos/diabo-na-cruz-e-o-novo-album-a-tradicao-portuguesa-e-uma-tentacao-irresistivel
"Os loucos estão certos
Os loucos estão certos
Os certos estão fartos
Os fartos são modernos com os pés no chão
Os sogros estão pobres
Os pobres estão mortos
Os mortos são vivos em preservação
O bairro está cheio
As cheias estão à porta
O António das chamuças mudou de canal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Os loucos estão parvos
Os parvos estão no trono
O trono que era bênção fez-se maldição
Os trilhos estão cruzados
A fome aí à espera
O tio veio ao casório para insultar o irmão
Os padres comem putos
Os putos comem ratos
Na igreja de São Torpes hoje há bacanal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Ai, ai, ai
Já que a gente se habitua ao ai Ai, ai, ai
Já que a borga continua
Já que o ritmo não recua
Seja o filho avô do pai
Os loucos estão certos
Os certos estão fartos
Os fartos são modernos com os pés no chão
Os trilhos estão cruzados
A fome aí à espera
O tio veio ao casório para insultar o irmão
Os padres comem putos
Os putos comem ratos
Na igreja de São Torpes hoje há bacanal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Ai, ai, ai
Já que a gente se habitua ao ai Ai, ai, ai
Já que a borga continua
Já que o ritmo não recua
Seja o filho avô do pai"
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