"Caminho da Verdade
Venho da rua. Um inebriamento
De formas e de cores abalou
Um momento o meu ser, onde pousou
Numa interrogação um desalento.
No silêncio do lar as mãos ansiosas
Levanto, e cerro os olhos cismador.
Todas as sombras logo em derredor
De mim vêm alinhar-se carinhosas....
-Que tens, pobre amoroso? Duvidaste?
Viste só com os olhos, e cegaste...
Vê com a alma, amigo. Pôe constante
O coração nas cousas. Ama, crê!
A verdade é em ti, amigo, sê
Tu mesmo, e acha-la-ás a todo o instante..."
António Carneiro
(António Carneiro, nasceu em Amarante a 16 de Setembro de 1872 e faleceu no Porto em 31 de Março de 1930)
Durante a sua vida foi um artista com grande sensibilidade, voltando-se mais para o sentimento do que para a razão, buscando mais emocionar do que explicar, dedicando-se acima de tudo à pintura de retrato traduzindo neles o estado psicológico do modelo. Por esse motivo muitos o chamam de “retratista de almas”. Dedicou-se ainda à pintura religiosa e histórica.
Aos 28 anos foi premiado na Exposição Universal de Paris, com a obra “A Vida” e a partir daí foi um suceder de prémios, tanto na Europa como nos EUA.
As suas principais influências foram Leonardo Da Vinci, da época Renascentista, Rembrandt na altura Barroca e em especial o pintor simbolista Durer em qual se inspirou para a sua propria assinatura. Ainda foi professor de Desenho na Escola de Belas-Artes do Porto e aí permaneceu até ao dia da sua morte em 1930. Essa sua última morada, foi na casa atelier, que partilhou com o seu filho igualmente ilustre desenhador Carlos Carneiro (1900-1971) do estilo modernista. Casa essa transformada em casa museu pela C.M.Porto, na rua que igualmente homenageia o pintor, que apesar de votada ao esquecimento do público encontra-se aberta.
Índice [esconder]
1 Obras
2 Bibliografia
3 Ver também
4 Ligações externas
[editar]Obras
A Vida - Esperança, Amor, Saudade (Tríptico) (1899 - 1901)
Ecce Homo (1901)
Auto-retrato (não datado) (1903 ?)
Contemplação (1911)
Praia com barcos (1911)
Praia da Boa-Nova (1912)
Praia com barcos (1917) (mesmo título de obra anterior)
Pinheiros (1916)
Camões lendo "Os Lusíadas" aos Frades de São Domingos (1927)
[editar]Bibliografia
Arte Portuguesa do Século XIX - (Instituto Português do Património Cultural - Palácio da Ajuda) (Antiga galeria de pintura do rei D. Luís) (1988)
[editar]Ver também
Lista de pintores de Portugal
Casa-oficina António Carneiro
[editar]Ligações externas
António Carneiro, Antigo Estudante da Academia de Belas-Artes do Porto» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Carneiro
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