25/04/12

História de Portugal - Excelente texto de um portista que releva a parte revolucionária do Porto desde a génese de Portugal!




«Um pouco da história de Portugal e do seu futebol   

Existe uma notória rivalidade entre as duas maiores metrópoles Porto e Lisboa, esta rivalidade é histórica, e acentuou-se com o período negro da nossa história que foi o fascismo.

Lisboa capital do império era privilegiada em detrimento do restante país, mais em concreto no Norte e o Porto que eram a quem eles chamavam província, e aos seus habitantes saloios. Portugal ainda hoje, apesar da sua reduzida dimensão, é um país dividido. Mas é no futebol que esta divisão se evidencia mais. Aliás ainda hoje temos um governo de Lisboa e o resto continua a ser paisagem.

Todavia é a história de Portugal que demonstra a importância do norte e dos povos que nele habitaram no nascimento do nosso país.


A pré-história de Portugal é partilhada com a da Península Ibérica.

A região foi povoada por pré-celtas e celtas, dando origem a povos como os Galaicos, Lusitanos, Celtas e Cinetes, visitada pelos fenícios e cartagineses, e os romanos incorporaram-na no seu Império (como Lusitânia, depois de 45 a.C.) invadida posteriormente pelos Suevos, Búrios e Visigodos, e conquistada pelos mouros. Em 868, durante a Reconquista, foi formado o Condado Portucalense. A reocupação e possível reconstrução ou fortificação de Portucale verificou-se após a presúria de Vímara Peres, em 868, vivendo, a partir de então, um próspero período da sua história: daí partiu toda a acção de reorganização, bem sucedida, e nalguns casos de repovoamento, para além dos limites da antiga diocese nela sediada, quer ao norte do rio Ave, quer ao sul do rio Douro. Por esta altura, o território designava-se já de Terra Portugalense. Pouco a pouco são alargadas as fronteiras do território que, neste sentido, confinava com outros territórios (Braga, Lamego, Viseu, Terras da Feira e Coimbra). A reconquista permitiu também a restauração diocesana, tendo os bispos de Portucale sido instalados numa pequena povoação chamada Magneto (a qual os especialistas fazem corresponder com a actual Meinedo, no concelho de Lousada). 


Portugal nasceu do Condado Portucalense.

Portucale advém de Porto de Cale, a cidade do Porto. Do Condado Portucalense partiu D. Afonso Henriques na reconquista do Sul, ocupado pelos Mouros (mulçumanos). Lisboa só foi conquistada em 1147, oito anos depois da já existência do Reino de Portugal por D. Afonso Henriques e quatro anos após o reconhecimento da independência de Portugal pelo Rei de Leão e Castela, através do Tratado de Zamora. Durante a ocupação Moura, a cidade de Lisboa tinha o nome de Al-Ushbuna e a maioria de seus habitantes falava árabe e praticava a religião muçulmana. Ainda hoje, quando aqui no Norte queremos insultar os benfiquistas, chamamos lhes “mouros”.

A partir do reinado de D. Manuel I, e com os descobrimentos, Portugal começou a solidificar se como um Império, e há o fortalecimento do centralismo. O poder central era em Lisboa e um Estado absolutista, evidentemente, limitava a autonomia administrativa dos municípios, por conseguinte, Lisboa gozava de uma posição superior hierárquica sobre as outras cidades portuguesas. O Porto sempre foi sempre o baluarte do contra-poder.


Chegado ao Século XX , o marco da rivalidade Porto vs. Lisboa é o Regime Fascista de Salazar, o Estado Novo. 

A política autoritária do fascista António de Oliveira Salazar adoptou o centralismo económico e concentrou em Lisboa não apenas o poder político e económico como também cultural e desportivo. Salazar, grosso modo, separou Lisboa do resto do país. O Estado Novo regime político autoritário e corporativista de Estado que vigorou em Portugal durante 41 anos sem interrupção, desde 1933, com a aprovação de uma nova Constituição, até 1974, quando foi derrubado pela Revolução do 25 de Abril. Como regime político, o Estado Novo foi também chamado salazarismo, em referência a António de Oliveira Salazar, o seu fundador e líder. Salazar assumiu o cargo de Ministro das Finanças em 1928, tornou-se, nessa pasta, figura preponderante no governo da Ditadura Militar já em 1930 (o que lhe valeu o epíteto de "Ditador das Finanças") e ascendeu a Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) em Julho de 1932, posto que manteve até ao seu afastamento por doença em 1968. A designação salazarismo reflecte a circunstância de o Estado Novo se ter centrado na figura do "Chefe" Salazar e ter sido muito marcado pelo seu estilo pessoal de governação. O Estado Novo, todavia, abrange igualmente o período em que o sucessor de Salazar, Marcello Caetano, chefiou o governo (1968-1974). Caetano assumiu-se como "continuador" de Salazar. A Ditadura Nacional (1926-1933) e o Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano (1933-1974) foram, conjuntamente, o mais longo regime ditatorial na Europa Ocidental durante o séc. XX, estendendo-se por 48 anos.

No futebol o "Sistema Político Fascista e Centralista-Salazarista" foi claramente favorável aos clubes de Lisboa, principalmente ao Benfica, que era o mais popular. O Regime Fascista utilizava as vitórias e conquistas dos clubes de Lisboa e, especialmente, do Benfica para enaltecer a sua grandeza e usar o futebol como um meio de “entretenimento” e um escape à fome e a miséria que trouxe o fascismo. Não é por acaso que o Benfica é conhecido por “encarnados”. O vermelho sempre esteve associado ao comunismo, que, por sua vez, era antagónico ao fascismo. Logo, o Benfica não podia ser referenciado como os “vermelhos”, jamais! Por isso os benfiquistas são “encarnados”.

É bem conhecido o Caso Calabote. O árbitro Inocêncio Calabote na tarde de 22 de Março de 1959, na célebre arbitragem do Benfica - Cuf (7-1) da última jornada do campeonato de 1958/59 (ganho pelo FC Porto), prolongou o jogo por 15 minutos, à espera de um golo que daria o título ao Benfica. Os jogadores do FC Porto desesperavam sentados no relvado do Torreense, à espera que terminasse o jogo para celebrarem o título. Numa entrevista que deu sobre o caso, o "inocente" Calabote afirmou: «Na manhã seguinte, em Évora, preenchi o relatório do jogo, que mandei para a Comissão. Tinha assinalado três pénaltis e expulsado três jogadores da CUF. Creio que não houve mais nada de especial a registar. (...). Além disto o guarda-redes da CUF, numa misteriosa tarde infeliz sofreu 7 golos. O Porto conquistou o campeonato por ter mais golos marcados.

O FC Porto, e a cidade do Porto, eram o foco de resistência, o símbolo do contra-poder, o baluarte do Norte.

O FC Porto era o único clube que conseguia, enfrentar os clubes de Lisboa. Por essa razão, afirmava o mítico José Maria Pedroto que um “título do FC Porto valia por dois ou mais do que o de um clube de Lisboa, uma vez que não se competia em igualdade de circunstâncias”.

Com o fim do fascismo, em 25 de Abril de 1974, foi restabelecida a democracia e, mais ainda, com a chegada de Jorge Nuno Pinto da Costa a presidente do Futebol Clube do Porto em 1982, o futebol português também teve a sua revolução de Abril. Passando assim as conquistas futebolísticas também a caber a clubes como o FC Porto e Boavista. Os portistas fazem questão de frisar a influência muçulmana em Lisboa e até hoje se refere aos benfiquistas como “mouros”, em tom pejorativo.

Os benfiquistas, por sua vez, fazem referência à outra passagem da história de Portugal, e chamam pejorativamente os portistas de “tripeiros”. Contudo, enquanto os benfiquistas se ofendem com a referência aos mouros, os portistas orgulham-se de ser “tripeiros”. A alcunha tripeiros surgiu quando as generosas gentes do Porto ofereceram as carnes à Armada de Ceuta, em 1415, ficando com as tripas. Para os portistas, como bons portuenses e habitantes do Norte, esta passagem da história representa mais uma referência do nosso nacionalismo e patriotismo, e o grande amor a Portugal. Nós adeptos do porto cantámos “Tripeiro eu sou / E tenho o Porto no meu coração...”, além de “Quem bate palmas é tripeiro (palmas), é tripeiro (palmas), é tripeiro (palmas)”. Temos Orgulho Em Ser Tripeiros.

No que concerne aos Benfiquistas eles não entoam cânticos como “quem bate palmas é mouro (palmas), é mouros (palmas), é mouro (palmas). Isto demonstra a sua falta de identidade, e vergonha. Eles se hoje existem foi porque homens valentes do Norte lhe deram a liberdade, do jugo muçulmano.

Pinto da Costa e José Maria Pedroto foram os nossos guerreiros e baluartes que após a queda do fascismo lutaram pela democracia no futebol.

Há uns tempos a RTPN decidiu realizar um programa do “Trio da Ataque” na estação ferroviária do Maputo em Moçambique. Este programa era para recordar e homenagear algumas glórias do Futebol Moçambicano que fizeram carreira em Portugal, e no Benfica em particular, tais como Eusébio e Mário Coluna. Eusébio e Coluna foram importantes nos sucessos e êxitos do Benfica na década de 60/70 e da Selecção Nacional, nomeadamente o 3º lugar alcançado por Portugal no Mundial 66. No referido programa esteve Mário Coluna e o jornalista Hugo Gilberto na entrevista trouxe ao lume a passagem de Coluna pelo Benfica. Mário Coluna era um jogador muito respeitado no seu tempo, era o capitão, e até os seus colegas do Benfica e da selecção não o tratavam por “tu”, mas sim por Senhor Coluna, como já referiu muitas vezes Eusébio. Foi nesta entrevista que Coluna confirmou e reforçou orgulhosamente que o Benfica, tinha o respeito do regime de Salazar. Para bom entendedor meia palavra basta, era o clube do regime. Se alguma duvida ainda houvesse, Mário Coluna, desfez essa dúvida. Com muito orgulho, Coluna confidenciou que foi convidado pessoalmente por Salazar para cortar a fita de inauguração da Ponte Salazar (agora 25 de Abril) em 1966, uma das obras mais proeminentes do Estado Novo, pois tratava-se à data da 5ª maior ponte suspensa do mundo. Estiveram igualmente presentes na inauguração os três grandes pilares do regime: Américo Tomas, António Salazar e o Cardeal Manuel Cerejeira.

Esta entrevista de Coluna é uma confirmação para todos nós, que o Benfica era o Clube do Regime o que lhe permitiu durante décadas consolidar a sua supremacia no Futebol Português. Entre 1933 e 1974 o Benfica conquistou à custa do apoio do regime, que inclusive até jogadores desviava, tais como Eusébio, desviado do Sporting, jogadores do FC Porto que se evidenciavam eram logo desviados para os mouros, e treinadores como Béla Guttmann que foi campeão em 1959 no Porto, e que foi desviado também, e que deu ao Benfica as duas únicas taças dos campeões europeus que possuem. Bela Guttmann foi recebido por Américo Tomás (Presidente da República) e Oliveira Salazar (presidente do Conselho de Ministros) e feito comendador, tal como os jogadores do benfica. Quando foi despedido do Benfica, Béla Guttmann disse que "Nem daqui a cem anos uma equipa portuguesa será bicampeã europeia e o Benfica sem mim jamais ganhará uma Taça dos Campeões". Esta é uma maldição que muitos benfiquistas já tentaram quebrar com idas ao bruxo e visitas ao jazigo do famoso treinador. Reza a história que bem perto do cemitério judeu onde Guttmann está sepultado.

Na véspera da final com o Milan (1-0, por Rijkaard), Eusébio foi ao túmulo rezar pelo técnico e pedir aos deuses que desfizessem a maldição. Em vão. Quanto ao Porto a maldição não pegou, pois só os fortes resistem, os fracos desistem. Fomos 2 vezes campeões europeus. Durante o Estado Novo os mouros obtiveram a maioria absoluta do seu palmarés. Conquistaram 1 Campeonato de Portugal em 1934/35, e 20 Campeonatos Portuguêses em 1935/36, 1936/37, 1937/38, 1941/42, 1942/43, 1944/45, 1949/50, 1954/55, 1956/57, 1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72 e 1972/73, além das inúmeras taças de Portugal. F. C. do Porto é sinónimo de Liberdade, democracia. Benfica é sinónimo de Fascismo, fome e opressão.» in http://www.fcplink.com/forum.php?c=topic&op=index&cid=33&tid=1564

(30 Anos de Presidência, Campeonato) (Fc Porto | A Historia de um Clube | View in 1080p HD)) (Ser Portista é...) (A MAIOR E MELHOR CLAQUE DE PORTUGAL (SUPER DRAGÕES) F.C.PORTO)
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Quem gostar de ler História de Portugal, certamente, encontrará muitos relatos da importância da Cidade do Porto e do Norte de Portugal, no nascimento e consagração da Nação Portuguesa.

Sabe-se igualmente, da importância da Cidade do Porto, nas várias revoluções que se foram realizando em Portugal... desde Monarcas que conduziam mal os destinos da Nação, até às revoltas liberais...

Mas, numa fase mais recente da História, na implantação das três Republicas, o Porto teve sempre um papel decisivo, um destino revolucionário, com muita gente das letras, das artes, das ciências em grande destaque contra o centralismo de Lisboa...

No Desporto, Pedroto e Pinto da Costa, são os pilares da revolta do Norte contra a hegemonia centralista do Clube do regime bafiento...

E Portugal, no inicio do Século XXI, parece querer voltar a uma nova era de obscurantismo, de opressão, de pobreza, tudo em prol dos dilates da Capital que nunca nos soube governar...

Está na hora de começarmos a acordar, os Guerreiros do Norte terão que uma vez mais ser os portadores da mensagem da Revolução da Esperança, de um Abril mais justo, menos centralista, menos Lisboeta e mais Português... os tempos de Portugal é Lisboa e o resto é paisagem estão a voltar, basta estar atento à espuma dos dias, aos ventos que sopram...

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