«Sapateiros cada vez mais requisitados até já reparam mochilas escolares
A crise está a levar cada vez mais pessoas a pedirem ao sapateiro João Dias, na Covilhã, que lhes prolongue a vida do calçado, enquanto a loja de consertos rápidos de Maria Prosperi até já repara mochilas escolares.Com 39 anos, João Dias herdou o ofício do pai e é perentório: «até ver não tenho razão de queixa por causa da crise, trabalho não me falta».
Tem porta aberta num recanto estrategicamente colocado à saída do estacionamento e junto a um dos principais cafés da Praça do Município.
Por 12 euros, os serviços mais solicitados «são a colocação de capas e de meias solas» e o movimento tem crescido, sobretudo «nos últimos quatro meses, cerca de dez por cento», segundo os seus cálculos.
No final, o lucro não é tão expressivo porque «o material que se compra para as reparações também aumentou. Mas vai dando para viver», realça.
E desengane-se quem pensa que só o calçado usado vai parar à oficina.
Há quem opte por comprar pares mais baratos e peça logo ao sapateiro para os reforçar, pagando até mais pelo serviço do que pelo calçado.
Segundo João Dias, «mais de uma cliente já comprou sapatos que custam uns dez euros e depois paga 12 para lhes colocar meias solas e capas para durarem mais».
São táticas para fintar a crise que se refletem num chão e estantes cheias de calçado e desabafos de clientes sobre dificuldades financeiras na hora de pagar os consertos.
Não falta quem regateie os preços e, nalguns casos, João Dias não hesita em ir à bola com os clientes», reparando calçado «por cinco euritos: às vezes tem de ser mesmo assim, porque notamos as dificuldades».
Em nome da poupança, «este ano, temos até temos vários pedidos de reparação de mochilas», diz, por sua vez, Maria do Céu Prosperi, proprietária da uma loja de consertos rápidos de calçado num centro comercial da Covilhã.
Os pais pedem «aplicações de cabedal» ou um «reforço nas alças» para que possam carregar o material escolar, pelo menos, por mais um ano, explica, enquanto aponta para quatro mochilas por tratar.
Nas conversas ao balcão, os clientes não escondem que, «comprar alguma coisa, fica para depois» e Maria do Céu até ajuda, oferecendo um serviço de «transformação de calçado usado».
Satisfeita, exibe um par de socas coloridas para senhora que já foram uns sapatos pontiagudos: «cortaram-se os bicos e foram pintados com novas cores».
Agora, com o fim do Verão, espera manter a tendência de crescimento de clientes que já registou no Outono e Inverno do último ano.
Os funcionários garantiam que «as clientes tinham ido todas ao sótão escolher calçado para voltar a usar».
Este ano, Maria do Céu Prosperi espera que, de novo, os sótãos fiquem vazios e a banca de reparações repleta.
Lusa/SOL» in
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=27729
Tem porta aberta num recanto estrategicamente colocado à saída do estacionamento e junto a um dos principais cafés da Praça do Município.
Por 12 euros, os serviços mais solicitados «são a colocação de capas e de meias solas» e o movimento tem crescido, sobretudo «nos últimos quatro meses, cerca de dez por cento», segundo os seus cálculos.
No final, o lucro não é tão expressivo porque «o material que se compra para as reparações também aumentou. Mas vai dando para viver», realça.
E desengane-se quem pensa que só o calçado usado vai parar à oficina.
Há quem opte por comprar pares mais baratos e peça logo ao sapateiro para os reforçar, pagando até mais pelo serviço do que pelo calçado.
Segundo João Dias, «mais de uma cliente já comprou sapatos que custam uns dez euros e depois paga 12 para lhes colocar meias solas e capas para durarem mais».
São táticas para fintar a crise que se refletem num chão e estantes cheias de calçado e desabafos de clientes sobre dificuldades financeiras na hora de pagar os consertos.
Não falta quem regateie os preços e, nalguns casos, João Dias não hesita em ir à bola com os clientes», reparando calçado «por cinco euritos: às vezes tem de ser mesmo assim, porque notamos as dificuldades».
Em nome da poupança, «este ano, temos até temos vários pedidos de reparação de mochilas», diz, por sua vez, Maria do Céu Prosperi, proprietária da uma loja de consertos rápidos de calçado num centro comercial da Covilhã.
Os pais pedem «aplicações de cabedal» ou um «reforço nas alças» para que possam carregar o material escolar, pelo menos, por mais um ano, explica, enquanto aponta para quatro mochilas por tratar.
Nas conversas ao balcão, os clientes não escondem que, «comprar alguma coisa, fica para depois» e Maria do Céu até ajuda, oferecendo um serviço de «transformação de calçado usado».
Satisfeita, exibe um par de socas coloridas para senhora que já foram uns sapatos pontiagudos: «cortaram-se os bicos e foram pintados com novas cores».
Agora, com o fim do Verão, espera manter a tendência de crescimento de clientes que já registou no Outono e Inverno do último ano.
Os funcionários garantiam que «as clientes tinham ido todas ao sótão escolher calçado para voltar a usar».
Este ano, Maria do Céu Prosperi espera que, de novo, os sótãos fiquem vazios e a banca de reparações repleta.
Lusa/SOL» in
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=27729
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