O melhor ficou para o fim. Dois golos sublimes de um jogador sublime. Abatido pelo pé esquerdo de Hulk, o Pinhalnovense rendeu-se na aproximação ao prolongamento, mais de uma hora depois de inúmeras cortesias da sorte, que o fizeram acreditar no impossível. O FC Porto, que fica à espera de adversário para a meia-final, queimou mais uma etapa na abordagem ao Jamor.
A entrada em alta rotação não rendeu muito mais do que oportunidades, mas todas elas sem golo. Muitas e sob as mais variadas formas, desde o remate distante ao frente a frente com o guarda-redes Pedro Alves, que conquistou, a cada intervenção, espaço entre os principais intérpretes do jogo. Por questões de pormenor, e até porque o árbitro não achou de bom tom penalizar o mais fraco com um castigo máximo, depois de um derrube descarado de Quinaz a James, a eliminatória atingiu o intervalo com a ilusão do empate.
Por isso, a estratégia montada em torno de dois trincos continuava a fazer todo sentido para o Pinhalnovense, numa trama intocável e extensível à segunda parte, ainda que perante a iminência de asfixia e a incapacidade de atenuar a torrente ofensiva dos Dragões. A cada segundo que passava, a miragem do desempate na marca de grandes penalidades ganhava contornos mais definidos.
Mas o sonho pinhalnovense, condenado pela supremacia gritante do opositor, morreu com o prolongamento à perna, aniquilado pelo 21.º golo de Hulk apontado esta época, portentoso como quase todos os outros que o antecederam (no caso, de fora da área e em arco) e igualmente brilhante como o que lhe sucederia, o 22.º, que voltou a revelar o génio inimitável do brasileiro até na forma dedicada como evitou que a bola se perdesse pela linha lateral, no instante de esforço e sacrifício que deu origem ao lance que ele próprio concluiu com a mestria de um toque subtil, de pé esquerdo.
FICHA DE JOGO
FC Porto-Pinhalnovense, 2-0
Taça de Portugal, quartos-de-final
12 de Janeiro de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 15.512 espectadores
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)
Assistentes: Ricardo Fernandes e Hernâni Fernandes
4.º Árbitro: Quitério Almeida
FC PORTO: Keszek; Sapunaru, Rolando, Maicon e Rafa; Fernando, Belluschi e Rúben Micael; Mariano «cap.», Hulk e James
Substituições: Rúben Micael por Guarín (46m), Mariano por Varela (54m) e James por Walter (80m)
Não utilizados: Helton, Fucile, Souza e Otamendi
Treinador: André Villas-Boas
PINHALNOVENSE: Pedro Alves; Diogo Figueiras, Tomaz, Dorival e Pedro Caipiro; Semedo e Mustafá «cap.»; Pedro Alves II, Miguel Soares e Quinaz; Miran
Substituições: Miguel Soares por João Peixoto (84m), Quinaz por Pedro Dionísio (89m)
Não utilizados: Renato Mata, Hugo Costa, Hélder Monteiro, Jorge Peixoto e Adul Baldé
Treinador: Paulo Fonseca
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Hulk (78m e 90m)
Disciplina: cartão amarelo a Miran (63m), Miguel Soares (73m) e Pedro Alves (77m)» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futfcppinhalnovensecro_120111_58253.asp
Resumo de um jogo que Hulk desbloqueou com classe!
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