«BAIÃO: Seminário recorda incêncio de 1985 no Marã
Para José Luís Carneiro o crescente número de fogos florestais que se verifica deve-se à terciarização da economia nacional e ao correspondente abandono do sector primário.
Para José Luís Carneiro o crescente número de fogos florestais que se verifica deve-se à terciarização da economia nacional e ao correspondente abandono do sector primário.
O presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro, defendeu ontem a criação de redes de limpeza dos espaços florestais nacionais "à escala das freguesias ou dos lugares". O autarca falava durante o seminário "Revisitar 25 de história na Serra do Marão - Memórias e desafios", no qual foi recordado o incêndio que devastou cerca de 3000 hectares daquela serra em 1985, afectando, em Baião, as freguesias de Teixeira e Teixeiró.
O evento realizou-se nos dias 7 e 8 de Janeiro e contou com a participação do presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, da Governadora Civil do Porto, Isabel dos Santos e de vários especialistas da área do ambiente e da protecção civil.
"Os proprietários são obrigados a manter os seus terrenos e matas limpos, contudo, na prática, essa obrigatoriedade não é cumprida, devido aos elevados custos que as limpezas podem acarretar", referiu. Como forma de minimizar esta situação, o autarca baionense advogou a criação de redes de proximidade e que recorram à mão-de-obra desempregada e inactiva. "Se as entidades públicas ou privadas suportassem os custos do trabalho, das refeições e dos seguros de trabalho, os custos com a limpeza das florestas poderia ser reduzido e poderiam, ainda, ser regularizadas várias situações de economia informal que existem nestas e noutras áreas", salientou.
Durante a sua intervenção, José Luís Carneiro recordou o incêndio de 1985, "que nos marcou a todos de forma muito dramática". Para o autarca, qualquer incêndio revela-se uma tragédia, pois "nunca ardem apenas matos. Arde também a biodiversidade, que por vezes se perde irremediavelmente".
Para José Luís Carneiro o crescente número de fogos florestais que se verifica deve-se à terciarização da economia nacional e ao correspondente abandono do sector primário.
"Em Baião, por exemplo, a área florestal cobre aproximadamente 63 por cento do território concelhio fruto do abandono da actividade agrícola", mencionou.
O autarca abordou, por fim, a experiência de Baião nos domínios da protecção civil e ambiental, que tem passado pela realização de campanhas de reflorestação de terrenos municipais com espécies autóctones e por acções de repovoamento dos rios Ovil e Teixeira com Trutas. "É importante dar o exemplo aos cidadãos e promover a pedagogia pública e a sensibilização ambiental", referiu.
A prevenção assume também um papel vital. Nesse âmbito foram colocados em prática sistemas de vigilância das florestas com recursos a voluntários e um sistema de vigilância nocturna e primeira intervenção com o apoio dos bombeiros voluntários concelhios.» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=3741
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Aqui está uma excelente intervenção que visa contribuir para a defesa da nossa floresta, sem demagogias, enfrentando os problemas de frente, com muita convicção e vontade, realçando a importância da revitalização Serra do Marão, quer na sua biodiversidade, quer na sua importância económico-social.
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