«José Régio, tem um Soneto quase inédito mas muito actual...
"Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação."
(JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969.)»
«José Régio
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José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de Setembro de 1901 — Vila do Conde, 22 de Dezembro de 1969) foi um escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular. Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira.
Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo José Régio. Este também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a leccionar num liceu no Porto, até 1928, e a partir desse ano em Portalegre, onde esteve quase quarenta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.
Como escritor, José Régio é considerado um dos grandes criadores da moderna literatura portuguesa. Reflectiu em toda a sua obra problemas relativos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas ao mesmo tempo que levava a cabo uma dolorosa auto-análise, alicerçou a sua poderosa arte poética na tríplice vertente do autobiografismo, do individualismo e do psicologismo. Seguindo os gostos do irmão, Júlio Saul Dias, expressou também o seu talento para as artes plásticas ilustrando os seus livros.
Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime conservador de então, mas sem condescender igualmente com a arte panfletária. Recebeu em 1966 o Prémio Diário de Notícias e em 1970 o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas-museu.
Tão atual em 1969, como hoje...
E depois, ainda dizem que, a tradição já não é o que era!!!
Agradeço ao meu Amigo Madeirense, Jorge Quintal, que me enviou tão pertinente e atual soneto, do Poeta Brilhante, José Régio.
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de Setembro de 1901 — Vila do Conde, 22 de Dezembro de 1969) foi um escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular. Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira.
Índice |
[editar] Biografia
Foi em Vila do Conde que José Régio nasceu no seio de uma família da burguesia provincial, filho de ourives, e aí viveu até acabar o quinto ano do liceu. Ainda jovem publicou na sua terra-natal os primeiros poemas nos jornais O Democrático e República. Depois de uma breve e infeliz passagem por um internato do Porto (que serviu de matéria romanesca para Uma gota de sangue), aos dezoito anos foi para Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica (1925) com a tese As Correntes e As Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa. Esta tese na época não teve muito sucesso, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro; mas, em 1941, foi publicada com o título Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa.Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo José Régio. Este também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a leccionar num liceu no Porto, até 1928, e a partir desse ano em Portalegre, onde esteve quase quarenta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.
Como escritor, José Régio é considerado um dos grandes criadores da moderna literatura portuguesa. Reflectiu em toda a sua obra problemas relativos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas ao mesmo tempo que levava a cabo uma dolorosa auto-análise, alicerçou a sua poderosa arte poética na tríplice vertente do autobiografismo, do individualismo e do psicologismo. Seguindo os gostos do irmão, Júlio Saul Dias, expressou também o seu talento para as artes plásticas ilustrando os seus livros.
Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime conservador de então, mas sem condescender igualmente com a arte panfletária. Recebeu em 1966 o Prémio Diário de Notícias e em 1970 o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas-museu.
[editar] Obras publicadas
[editar] Poesia
- 1925 - Poemas de Deus e do Diabo.
- 1929 - Biografia.
- 1935 - As Encruzilhadas de Deus.
- 1945 - Fado (1941), Mas Deus é Grande.
- 1954 - A Chaga do Lado.
- 1961 - Filho do Homem.
- 1968 - Cântico Suspenso.
- 1970 - Música Ligeira.
- 1971 - Colheita da Tarde.
- .... - Poema para a minha mãe
[editar] Ficção
- 1934 - Jogo da Cabra-Cega.
- 1941 - Davam Grandes Passeios aos Domingos.
- 1942 - O Príncipe com Orelhas de Burro.
- 1945 a 1966 - A Velha Casa.
- 1946 - Histórias de Mulheres.
- 1962 - Há Mais Mundos.
- 1973 - "Cobra Cega".
[editar] Ensaio, Crítica, História da Literatura
- 1936 - Críticos e Criticados.
- 1938 - António Botto e o Amor.
- 1940 - Em Torno da Expressão Artística.
- 1952 - As Correntes e as Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa.
- 1964 - Ensaios de Interpretação Crítica.
- 1967 - Três Ensaios sobre Arte.
[editar] Teatro
- 1948 - El-Rei Sebastião.
- 1949 - Jacob e o Anjo.
- 1950 - Três Peças em Um Acto.
- 1957 - A Salvação do Mundo.
- 1958 - Benilde ou a Virgem-Mãe.
[editar] Memórias e Diário
[editar] Correspondência
- 1994 - Correspondência
[editar] Ver também
- Museu José Régio em Portalegre
- Casa Museu José Régio em Vila do Conde
- Presença (revista)
- Modernismo
- João Gaspar Simões
- Branquinho da Fonseca
- Adolfo Casais Monteiro
[editar] Ligações externas
- Centro de Estudos Regianos, em Vila do Conde
- Biografia Completa - Instituto Camões
- Biografia e alguns poemas de José Régio - As Tormentas» in Wikipédia.
Tão atual em 1969, como hoje...
E depois, ainda dizem que, a tradição já não é o que era!!!
Agradeço ao meu Amigo Madeirense, Jorge Quintal, que me enviou tão pertinente e atual soneto, do Poeta Brilhante, José Régio.
Helder Barros:
ResponderEliminarO presente soneto
«Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele… e da nação.»
de José Régio
http://contra-faccao.blogspot.com/2010/10/um-oe-regio-mas-nao-para-todos.html
já há coisa de um mês foi publicado pelo Miguel Loureiro no seu blogue casa contra-facção. Mas adiante.
O que aí comentei não lembro.
Agora uma palavra sobre o grande José Régio, autor, dentre outras maravilhas do Fado As Encruzilhadas de Deus Mas Deus é Grande e a prosa Mário, ou Eu Próprio o Outro, aproveitado pelo grande Manoel de Oliveira para o filme O Meu Caso além de Bennilde ou A virgem-Mãi e o penso que póstumo Sentimento de Um Homem Religioso.
Conheci Régio nos Fenianos Portuenses em 1961 onde fora com o TEUC. Era atarracado e tinha um fundo olhar penetrante a lembrar com as devidas distâncias o da Madre Teresa de Calcutá que vi viva uma vez na Praça do Bocage em Setúbal saída da Igreja de São Julião, anos 80.
As Monstruosidades Vulgares dá nome ao ciclo da Velha Casa (a da Vila do Conde) que visistei já por duas vezes.
A de Portalegre de «alto-alentejo cercada por colinas montes vales» (Toada de Portalegre, dita por Vilaret) também já tive a felicidade de visitar com Otília e de lá trouxe um cd memorável com voz gravada de José Régio, e admirei a sua colecção única de cristos, e vi a senhora nossa sinhora que está ao subir da escada:
«Porque choras, Teu filho ressuscitou aleluia, docemente a repreendo!»
«Eu sei, teus filhos somos nós»
...
«Tenho ao cimo da escada, de maniera que, logo entrabndo, os olhos me dão nela, uma Nossa Senhora de madeira, arrancada a um Cálvário de capela.»
«Sua voz eu bem entendo»
Régio é mais mas muito mais do que dele escrevermos ou dissermos. E mais actual agora que as monstruosidades se tornaram vulgaríssimas vulgares.
Pois a cristofobia alastrante mata já cristãos sem liberdade religiosa, como se voltáramos a tempos de Imperador Nero.
Abraço Amigo em Cristo.
Mexem-nos no bolso essa é que é essa.
Ochôa
http://informaticahb.blogspot.com/2011/01/politica-nacional-jose-regio-tem-um.html
Obrigado por partilhar essas experiências vivenciais connosco, Amigo, Poeta, Ângelo Ochôa!
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