«Várias lojas estiveram fechadas no centro de TeresópolisPor Isabel Gorjão Santos
Várias lojas no centro de Teresópolis fecharam as portas com medo dos saques, um grupo de homens armados correu pelas ruas a ameaçar com um arrastão. As cheias e os desabamentos no Brasil já causaram pelo menos 538 mortes.
As equipas de salvamento continuam a resgatar feridos em Teresópolis (Bruno Domingo/Reuters)
“Cinco pessoas ainda estão soterradas aqui”, lê-se num cartaz escrito à mão captado nas imagens de helicóptero transmitidas pela Globo News. Na zona serrana do Rio de Janeiro é difícil fazer as contas às vítimas das cheias e deslizamentos de terras que afectaram a região sobretudo na noite de terça para quarta-feira. O cenário é devastador e um dos bombeiros que está a participar nas operações de resgate, Rubens Plácido, não tem dúvidas: “O número de mortes vai aumentar, há muita gente soterrada”.
Um último balanço, citado pelo “Folha de São Paulo”, refere 538 mortes. Em Teresópolis morreram pelo menos 228 pessoas, em Nova Friburgo pelo menos 246, em Petrópolis pelo menos 41, mais 19 em Sumidouro e 4 em São José do vale do Rio Preto. Mas nenhum balanço dura mais do que alguns minutos.
Às operações de resgate, ao luto e ao desespero de quem ficou desalojado – mais de 13 mil ficaram e 6000 estão a viver em abrigos públicos – junta-se agora o medo dos saques e pânico causado pelos boatos de novos deslizamentos.
No centro de Teresópolis várias lojas fecharam as portas depois de ter sido assaltada uma loja de telemóveis por cinco homens armados que depois correram pelas ruas a gritar que se tratava de um arrastão, um tipo de assalto em que um grupo vai “varrendo” o que encontra pela frente. Depois disto, a polícia estava a procurar convencer os comerciantes a reabrir os seus estabelecimentos, adiantou o “Folha de São Paulo”. Alguns assaltos terão ocorrido numa localidade conhecida por Calçada da Fama, e o comandante do 30º batalhão da polícia, Júlio César Máfia, adiantou ao jornal “O Globo” que não houve arrastão na cidade.
Na noite de quinta-feira foram detidos dois menores de 14 e 17 anos quando estavam a assaltar uma casa junto a Nova Friburgo, mas nesta cidade o principal medo não foi o dos saques. Esta sexta-feira de manhã circulou pela cidade o boato de que teria rompido uma barragem na região. Alguns habitantes entraram em pânico, vários motoristas abandonaram os carros, até que as autoridades garantiram que há apenas duas barragens na região e que mesmo que haja algum rompimento a água não chegará à cidade.
Em Teresópolis o Instituto de Medicina Legal já não tem espaço para mais corpos, por isso foram levados para o local mais três camiões frigoríficos. Muitas pessoas procuram os seus familiares em fotografias com rostos deformados, e entre elas estava João de Lima, de 59 anos. “Perdi os meus quatro filhos, era tudo o que tinha”.
Após sobrevoar a região afectada pela tragédia, esta quinta-feira, a Presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, falaram sobre os trabalhos de resgate e reconstrução nas áreas atingidas pela chuva.
A Presidente do Brasil sublinhou que os moradores da região vivem um cenário “dramático” e que assistiu a situações “muito fortes”. E adiantou que, naquela região, viver em áreas de risco “é regra”, não é excepção. “Quando não se tem políticas de habitação, a pessoa que ganha até dois salários mínimos vai morar onde? Vai morar onde não pode”.
Primeiro, Dilma Rousseff sobrevoou a região serrana a cerca de 100 quilómetros do Rio de Janeiro, depois visitou a cidade mais afectada, Nova Friburgo. A Presidente já desbloqueou 780 milhões de reais (cerca de 350 milhões de euros) para as zonas sinistradas.» in http://www.publico.pt/Mundo/brasil-538-mortos-e-o-medo-de-saques-depois-das-cheias_1475283#
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Será que ainda não percebemos que atingimos o limite de destruição do nosso Planeta... ou não queremos entender, por loucura colectiva?!
Cheias no Brasil Janeiro 2011!
Cheias no Rio de Janeiro (BRASIL)
Cheias no Brasil e Austrália 2011
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