11/12/19

Ambiente e Ecologia - O Ártico viveu em 2019 o seu segundo ano mais quente desde 1900, de acordo com um relatório publicado esta terça-feira, aumentando receios de degelo e aumento do nível da água.




«O Ártico não aquecia assim desde 2016. Este foi o segundo ano mais quente em 119 anos

O Ártico viveu em 2019 o seu segundo ano mais quente desde 1900, de acordo com um relatório publicado esta terça-feira, aumentando receios de degelo e aumento do nível da água.

O Polo Norte está a aquecer duas vezes mais rápido do que o resto do planeta desde os anos 90, um fenómeno a que os climatologistas chamam de amplificação do Ártico, e os últimos seis anos foram os mais quentes da região.

A temperatura média durante o período entre outubro de 2018 e setembro de 2019 foi 1,9 graus Celsius acima da média de 1981-2010, de acordo com o boletim anual da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (Noaa).

A cobertura de gelo marinho no final do verão, medida em setembro de 2019, foi a segunda mais baixa no registo de satélites em 41 anos, juntamente com os dados de 2007 e 2016, informou o relatório anual.

"O ano de 2007 foi um divisor de águas", disse à AFP Don Perovich, professor de engenharia de Dartmouth e coautor do relatório.

"Em alguns anos há um aumento, em alguns anos há uma diminuição, mas nunca tínhamos retornado aos níveis de antes de 2007", acrescentou.

O ano até setembro de 2019 foi superado apenas pelo período equivalente em 2015-16 - o mais quente desde 1900, quando os registros começaram.

No mar de Bering, entre a Rússia e o Alasca, os dois últimos invernos registaram uma cobertura máxima de gelo marinho inferior à metade da média de longo prazo.

O gelo também é mais fino, o que significa que os aviões não podem mais aterrar com mantimentos para os moradores de Diomede, uma pequena ilha no Estreito de Bering, que agora depende de helicópteros, menos confiáveis.

O gelo espesso também é vital para os habitantes locais que viajam de mota e caçam focas e baleias.

À medida que o gelo se forma no final do outono, os habitantes ficam isolados a maior parte do ano.

O gelo ancorado no fundo do mar é cada vez mais raro, e é nesse gelo que pescadores e caçadores armazenam os seus equipamentos.

"No norte do Mar de Bering, o gelo marinho costumava estar presente oito meses por ano. Hoje, podemos ver apenas três ou quatro meses com gelo", descrevem os residentes indígenas num ensaio incluído no relatório.

Não é apenas o gelo marinho que está a recuar, de acordo com o relatório: o gelo na Groenlândia também está a derreter.

Para o resto do mundo, este derretimento é medido pelo aumento do nível do mar. A cada ano, o derretimento da Groenlândia eleva o nível do mar global em 0,7 milímetros.



(Arctic Report Card 2016)


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