«QUATRO BOLAS NOS FERROS E UM APURAMENTO PERDIDO
O FC Porto perdeu esta quarta-feira a derradeira oportunidade de chegar aos oitavos-de-final da UEFA Champions League, ao ser derrotado por 2-0 no terreno do Atlético de Madrid, em encontro da sexta e última jornada do grupo G.
O desaire foi especialmente duro por duas razões: por um lado, os Dragões enviaram quatro (!) bolas aos ferros e desperdiçaram um penálti; em Viena, o Áustria bateu o Zenit por 4-1, um resultado que permitiria aos portistas avançar na prova em caso de triunfo em Madrid. É caso para dizer que foi impossível resistir a tanto azar.
A descrição do Match Centre da UEFA a meio da primeira parte descrevia bem o que se passava em campo “O Porto tem sido a melhor equipa até ao momento e tem de se considerar infeliz por estar em desvantagem. Estão a praticar o futebol mais incisivo, mas precisam de ser mais precisos quando criam uma oportunidade de golo”.
Por essa altura, já os espanhóis estavam em vantagem com um golo de Raul Garcia, com tanto de espectacular como de feliz: o remate à meia volta, de ângulo quase impossível, bateu caprichosamente na barra e traiu Helton. Não havia como antecipar um lance destes, em que o mérito é todo atacante. E, na verdade, o FC Porto parecia apostado, desde o pontapé de saída, em jogar em segurança: a posse de bola era gerida pela certa, face a um adversário com linhas recuadas, grande intensidade e um contra-ataque rapidíssimo.
Ao todo, na primeira parte, os Dragões acertaram por três vezes nos ferros da baliza do Atlético de Madrid: aos oito minutos, por Jackson, aos 21, por Varela, e aos 36,
de novo por Jackson. Os lances ocorreram todos em cruzamentos para a área madrilena, precisamente um dos seus pontos mais débeis. Os erros do Atlético surgiram, mas não foram penalizados. Do lado portista, houve dois erros e num deles, aos 37 minutos, Diego Costa fez o 2-0; no outro, aos 29, Helton salvou o FC Porto.
A fava maior deste bolo de azar ainda está por contar: aos 27 minutos, Aranzubia cometeu penálti sobre Jackson, mas Josué – que tinha um registo imaculado de castigos máximos convertidos esta época – permitiu a defesa do guarda-redes. Em resumo, o FC Porto chegou ao intervalo com mais posse de bola, mais remates, mais cantos e mais lances perigosos, mas com dois golos de desvantagem.
Parecia ser preciso ir à bruxa, até porque esta não abandonou os ceús de Madrid na segunda parte: aos 69 minutos, nova bola no poste, desta vez após remate de Licá, servido na perfeição por Fernando. Nesse momento, já o treinador Paulo Fonseca tinha dado ordem de entrada a Licá (Josué ficou nas cabinas ao intervalo) e depois a Ghilas (no lugar de Lucho), que se juntou a Jackson no coração da grande área madrilena.
Porém, o Atlético de Madrid fechou-se na sua defesa e nunca deixou de se sentir confortável na sua “armadura”, perante um FC Porto que tentou tudo para reentrar no encontro e, por consequência, no acesso aos oitavos-de-final da Champions League. Até uma nova grande penalidade de Insua sobre Jackson passou despercebida. Nada feito, mas não pode haver azar que sempre dure. A ambição internacional do FC Porto transfere-se agora para a Liga Europa, dado o terceiro lugar obtido neste grupo G, com cinco pontos.» in http://www.fcporto.pt/pt/futebol/fichas-de-jogo/Pages/Atl%C3%A9tico-de-Madrid-FC-Porto.aspx
(Atletico Madrid vs FC Porto 2-0 All Goals and HighLights)
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