As cores para misturar e combinar na paleta, o cabo do pincel mordiscado enquanto o olhar do pintor saltita entre o objecto real, palpável, tridimensional, à sua frente, e a tela vazia onde ele vai ser representado, fixado para sempre a duas dimensões. É com esta imagem clássica e estereotipada do artista que Alexa Meade rompe.
A norte-americana de 25 anos, que já expôs em Nova Iorque, Baltimore, Washington, Berlim e Londres e cujo projecto Living Paintings tem sido amplamente divulgado na internet, não usa telas – mas as suas obras parecem quadros a óleo: Meade pincela directamente sobre os objectos e os modelos que pretende retratar, criando a ilusão de pinturas vivas.
Com tinta acrílica e misturas de tintas não-tóxicas (usa 13 ingredientes. que não revela), Alexa Meade pinta sobre a pele e as roupas dos seus modelos, tecendo uma segunda pele, até lhes retirar a sua tridimensionalidade e fazer parecer que saíram de um quadro. «Essencialmente, a minha arte imita a vida – em cima da vida», explica à Juxtapoz Magazine. «Um simples retrato de cabeça e ombros pode demorar umas duas horas, enquanto um retrato de corpo inteiro, num cenário pintado, leva mais tempo». O desafio é completar a obra num dia – «não posso mandar o modelo para casa, coberto de tinta, e dizer ‘até amanhã!’».
O seu trabalho consiste numa fusão de pintura, performance, instalação e fotografia – que é como quem diz que essas pessoas pintadas podem mover-se, interagir com o público, posar num cenário real também pintado para o momento da fotografia. E tudo, claro, no espaço de um dia.
Perante estas ilusões de óptica que andam e falam, como reage quem vê? «Os meus quadros vivos transformam as pessoas em objectos de arte. Não é comum que a arte-final consiga devolver o olhar do observador. Muita gente fica especada a mirar, mas só alguns corajosos se atrevem a fazer contacto visual», relata à revista Wired. Porque é nos olhos dos seus modelos – a única parte que não pode ser pintada – que subsiste uma réstia de humanidade. Tudo o resto é pintura.
Da política para as artes
Alexa estudou Ciência Política na Universidade de Vassar, enquanto, para não perder a mão para as artes, tinha aulas de escultura. A viver no centro político da América, Washington DC, estagiou três Verões consecutivos no Congresso e, em 2008, foi assistente no gabinete de imprensa da campanha eleitoral do futuro Presidente, Barack Obama, em Denver.
Com o canudo garantido, esperava-a um emprego arranjado pelo pai, mas Alexa preferiu trocar o certo pelo incerto. Infiltrou-se no mundo das artes, começando a estagiar numa galeria no Verão de 2009 e a travar conhecimento com vários artistas. E a experimentar ela própria, guiada pelo seu fascínio com o jogo de sombras e luz. Da política e da comunicação, trouxe o conceito que tem aplicado e projectado no seu trabalho artístico: «Ver não é necessariamente crer».
Com tinta acrílica e misturas de tintas não-tóxicas (usa 13 ingredientes. que não revela), Alexa Meade pinta sobre a pele e as roupas dos seus modelos, tecendo uma segunda pele, até lhes retirar a sua tridimensionalidade e fazer parecer que saíram de um quadro. «Essencialmente, a minha arte imita a vida – em cima da vida», explica à Juxtapoz Magazine. «Um simples retrato de cabeça e ombros pode demorar umas duas horas, enquanto um retrato de corpo inteiro, num cenário pintado, leva mais tempo». O desafio é completar a obra num dia – «não posso mandar o modelo para casa, coberto de tinta, e dizer ‘até amanhã!’».
O seu trabalho consiste numa fusão de pintura, performance, instalação e fotografia – que é como quem diz que essas pessoas pintadas podem mover-se, interagir com o público, posar num cenário real também pintado para o momento da fotografia. E tudo, claro, no espaço de um dia.
Perante estas ilusões de óptica que andam e falam, como reage quem vê? «Os meus quadros vivos transformam as pessoas em objectos de arte. Não é comum que a arte-final consiga devolver o olhar do observador. Muita gente fica especada a mirar, mas só alguns corajosos se atrevem a fazer contacto visual», relata à revista Wired. Porque é nos olhos dos seus modelos – a única parte que não pode ser pintada – que subsiste uma réstia de humanidade. Tudo o resto é pintura.
Da política para as artes
Alexa estudou Ciência Política na Universidade de Vassar, enquanto, para não perder a mão para as artes, tinha aulas de escultura. A viver no centro político da América, Washington DC, estagiou três Verões consecutivos no Congresso e, em 2008, foi assistente no gabinete de imprensa da campanha eleitoral do futuro Presidente, Barack Obama, em Denver.
Com o canudo garantido, esperava-a um emprego arranjado pelo pai, mas Alexa preferiu trocar o certo pelo incerto. Infiltrou-se no mundo das artes, começando a estagiar numa galeria no Verão de 2009 e a travar conhecimento com vários artistas. E a experimentar ela própria, guiada pelo seu fascínio com o jogo de sombras e luz. Da política e da comunicação, trouxe o conceito que tem aplicado e projectado no seu trabalho artístico: «Ver não é necessariamente crer».
ana.c.camara@sol.pt» in http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=27696
(Incredible pop-out painter)
http://www.flickr.com/photos/alexameade
(Incredible pop-out painter)
http://www.flickr.com/photos/alexameade
Sem comentários:
Enviar um comentário