02/12/10

Poesia - O Meu Amigo e Poeta Ângelo Ôchoa, interpela-nos com o Poemeto: "Miradouro, Castelo de Palmela"



Miradouro, Castelo de Palmela, Ângelo Ôchoa




"Miradouro, Castelo de Palmela:


No fundo,
do Sado,
sob fogoso sol,
serena baía."


(Ângelo Ochôa, Poeta)




«Castelo de Palmela
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PalmelaCastle1.jpg
Castelo de Palmela, Portugal: vista geral
Mapa de Portugal - Distritos plain.png
Construção ()
Estilo
Conservação Bom
Homologação
(IPPAR)
MN
(DL 16-6-1910, DG 136 de 23 de Junho de 1910)
Aberto ao público Sim
Site IPPAR 70171
O Castelo de Palmela localiza-se na vila, freguesia e concelho de mesmo nome, Distrito de Setúbal, em Portugal.
Na península de Setúbal, no contraforte Leste da serra da Arrábida, está situado entre os estuários do rio Tejo e do rio Sado, próximo à foz deste último. Inscreve-se na chamada Costa Azul, no Parque Natural da Arrábida. Do alto da sua torre de menagem, em dias claros a vista se descortina até Lisboa.

Índice

[esconder]

[editar] História

[editar] Antecedentes

A primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história, particularmente ao período Neolítico, conforme os testemunhos arqueológicos nela abundantes. Alguns estudiosos apontam a data de 310 a.C., para a fundação de um povoado no local da actual Palmela, fortificado à época da romanização da península Ibérica, em 106, por um pretor da Lusitânia, de nome Áulio Cornélio (ou Áulio Cornélio Palma, segundo outros). A moderna pesquisa arqueológica comprova, entretanto, que a subsequente ocupação do seu sítio foi ininterrupta, inicialmente por Visigodos e, posteriormente, pelos Muçulmanos, estes últimos responsáveis pela primitiva fortificação, entre o século VIII e o IX, grandemente ampliada entre o século X e o XII.

[editar] O castelo medieval

À época da Reconquista cristã da península Ibérica, após a conquista de Lisboa (1147) pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), vieram a cair no mesmo ano Sintra, Almada e Palmela. Na ocasião, as forças muçulmanas que defendiam Palmela, abandonaram-na, indo refugiar-se em Alcácer do Sal. Desse modo, as forças portuguesas apenas se assenhorearam da povoação e seus domínios. As forças muçulmanas, entretanto, logo se reorganizaram, recuperando a margem sul do rio Tejo. Os cristãos reconquistaram Palmela em 1158. Novamente perdida, foi definitivamente conquistada pelo soberano em 24 de Junho de 1165. A partir do ano seguinte foram-lhe empreendidas obras de reforço.

Castelo de Palmela, Portugal: castelo visto desde a cidade.
Com a subida de D. Sancho I (1185-1211) ao trono, a povoação e seus domínios foram doados pelo soberano à Ordem Militar de Santiago, juntamente com Almada e Alcácer do Sal (1186), época em que Palmela recebeu foral, passado pelo seu Mestre. Estas localidades voltariam a cair ante a investida das forças almóadas sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, que, após terem reconquistado o Algarve, avançaram para o norte, vindo a arrancar ao domínio português, sucessivamente, o Castelo de Alcácer do Sal, o Castelo de Palmela e o Castelo de Almada (1190-1191). As defesas de Palmela ficaram bastante danificadas na ocasião. Reconquistada, segundo alguns, ainda anteriormente a 1194, ou mais provavelmente em 1205, o soberano determinou-lhe os reparos necessários em suas defesas, confirmando a doação desses domínios aos monges da Ordem, que aí instalaram a sua sede anteriormente a 1210, uma vez que no testamento do soberano, lavrado nesse ano, já são designados como freires de Palmela. Apenas após a Batalha de Navas de Tolosa (1212), em que se registou uma vitória decisiva para os cristãos peninsulares, é que foram reconquistadas as terras perdidas para além das fronteiras que se estendiam do rio Tejo até Évora.
D. Afonso III (1248-1279), a 24 de Fevereiro de 1255, confirmou à Ordem de Santiago, nas pessoas de seu Mestre, D. Paio Peres Correia, e de seu comendador, os domínios e castelos doados por D. Sancho I e confirmados por D. Afonso II (1211-1223), a saber: Alcácer do Sal, Palmela, Almada e Arruda. O seu filho e sucessor, D. Dinis (1279-1325), confirmou o Foral à vila (1323), acreditando-se que date desta fase a construção da torre de menagem, em estilo gótico, defendendo a porta principal.

Castelo de Palmela, Portugal: vista das muralhas e entrada.
Ao final do reinado de D. Fernando (1367-1383), quando do cerco de Lisboa por tropas castelhanas (Março de 1382), os arrabaldes desta vila ao Sul também foram saqueados e incendiados: E tanto se atreveram [as tropas castelhanas], sem achando quem lho contradizer, que foram em batéis pelo rio de Coina acima, e ali saíram em terra, e foram queimar o arrabalde de Palmela, que são dali duas grandes léguas (Fernão Lopes).
Com a eclosão da crise de 1383-1385, o Mestre de Santiago, Fernando Afonso de Albuquerque, na Primavera de 1384, deslocou-se até Lisboa em apoio ao Mestre de Avis, então regente por aclamação popular, tendo integrado a segunda embaixada enviada para a Inglaterra.
Meses depois, durante o cerco de Lisboa pelos castelhanos, foi no alto das torres do Castelo de Palmela que o Condestável D. Nuno Álvares Pereira, após a vitória na batalha dos Atoleiros (1384), acendeu grandes fogueiras para alertar o Mestre de Avis da sua aproximação, o que, de acordo com o cronista causou grande regozijo entre os sitiados (Fernão Lopes. Crónica de D. João I).
Durante o seu reinado, D. João I (1385-1433) procedeu a obras de ampliação e reforço no castelo (1423), determinando ainda a ereção da Igreja e do Convento onde a Ordem de Santiago, emancipada de Castela, se instalará, definitivamente, a partir de 1443.

Castelo de Palmela, Portugal: torre de menagem.
No contexto da conspiração do duque de Viseu contra D. João II (1481-1495), abortada em 1484 com a morte do primeiro às mãos do segundo, um dos conjurados, o bispo de Évora, Garcia de Meneses, foi encarcerado na cisterna do Castelo de Palmela, onde veio a falecer poucos dias após. O episódio, narrado sumariamente por Rui de Pina e Garcia de Resende, é um pouco mais esclarecedor na crónica deste último: O bispo de Évora, ao tempo da morte do Duque [de Aveiro], estava com a Rainha, e aí o foi chamar, da parte d’el-rei, o capitão Fernão Martins; e em saindo fora, foi logo preso e levado com muita gente e muito recado ao Castelo de Palmela e metido em uma cisterna sem água que está dentro da torre de menagem, onde daí a poucos dias depois faleceu, e dizem que com peçonha.
No século XVI, o rei D. Manuel I (1495-1521) outorgou o Foral Novo à vila (1512).

[editar] Da Guerra da Sucessão Espanhola aos nossos dias

Mais tarde, no contexto da Guerra da Sucessão da Espanha, D. Pedro II (1667-1706) determinou modernizar as defesas do castelo, o qual recebeu linhas abaluartadas, adaptando-o ao tiro de artilharia. Ainda no século XVIII, a estrutura do castelo ficou sériamente danificada pelo terramoto de 1755. Ainda assim, manteve-se ocupado pelos freires de Palmela até 1834, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal. Foi então ocupado por um contingente do Exército português, aí tendo nascido o explorador Brito Capelo (1841), filho do comandante da guarnição.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.
No período que antecedeu a comemoração dos Centenários (1940) promoveu-se um conjunto de intervenções no Castelo, que consistiram no derrube de construções e em alterações nas janelas da Igreja de Santiago.
As instalações do antigo convento foram requalificadas a partir de 1945 como pousada, integrando, a partir da década de 1970, a rede Pousadas de Portugal. Desde o final do século XX têm tido lugar trabalhos de prospecção arqueológica no recinto do castelo, transformando-se alguns espaços em salas museológicas, áreas de serviços e de comércio.

[editar] Características

O castelo, na cota de 240 metros acima do nível do mar, apresenta planta poligonal irregular, orgânica (adaptada ao terreno), com as muralhas reforçadas por torreões de planta quadrada e circular.
A evolução do perímetro defensivo de Palmela pode ser compreendida pelo estudo dessas muralhas, dispostas em três níveis de cercas, sem fossos, separadas por sucessivas barreiras:

Castelo de Palmela, Portugal: interior gótico da Igreja de Santiago de Palmela (século XV).
  • a linha interna, remontando aos séculos XII e XIII, compreende à muralha mais antiga, amparada por duas torres cilíndricas e a torre de menagem, na qual se abre uma cisterna. Esta terá sido remodelada no século XIV, tendo a sua estrutura reforçada e a sua altura aumentada, coroada com ameias sigladas. Em seu interior, uma escada de cantaria une os vários pavimentos.
  • a linha intermediária, erguida no século XV, é composta de muralhas mais robustas onde se inscrevem a praça de armas, a Igreja de Santa Maria (erguida no século XII e reedificada no Renascimento), o Convento e a Igreja de Santiago de Palmela, obras góticas quatrocentistas.
  • a linha externa, edificada no século XVII, integrada por então modernos baluartes, revelins e tenalhas, visando resistir aos tiros da artilharia.

[editar] Curiosidades

[editar] Ligações externas

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4 comentários:

  1. Amigo Helder, só pra dar uma ideia do que é o trabalho da Poesia, faço de seguida past das 57 emendas por mim acabadas de fazer no meu livro Sonhadas Palavras a esperar edição:
    57 emendas, ângelo ochoa
    Miradouro, Castelo de Palmela:
    Sob fogoso sol, serena baía.


    Por Seia,
    ao primeiro pão quente, suscitam-se-nos operários sonhos.

    República Ai Ò Linda:
    Ao WC
    mandam caloiro vociferar Camões.

    Asdrúbal
    a voz cava remói abisso.

    Crê,
    é dia;
    joelhos
    dobrados
    na janela.

    Estremadura;
    seca aragem;
    campestre paisagem;
    o bicho calmo
    não cabe em si.

    Burga,
    temíveis raios.

    Quando o castanheiro do quintal floriu,
    a antiga angústia se desvaneceu.
    -
    Raúl, o soba negro,
    prà pedonal Rua Vasco da Gama na Quarteira desterrado
    Índias fuma num acabrunhado distúrbio.

    O Silva contador não suporta vozearia.
    A tarde toda passou em demoradas leituras
    das contas EDP.
    O rock, a nicotina, a cafeína com garotas
    noutra hora curte.

    Do que me dão:
    O bom Cristo,
    pão - sem peixe
    embora.

    -
    Lebre saltadora
    rasto não topa.
    -
    À borboleta
    ofuscada o sol turba.
    -
    Vaca leiteira
    pasta
    verde erva verdadeira.
    -
    Não chores, madrinha,
    teu netinho voltou,
    pra revolver o sol à casa aberta,
    e arrasar os casulos dos bichos-da-seda.
    -
    Da indecisão à quentura
    a ti própria perquirires.
    -
    cofre
    do bom cheiro,
    Maria.

    -
    Passada a esquina, após um arco, ao CCB, Loja 6.
    -
    Um dia mais
    a conhecer manhã;
    divina luz
    expanda,
    longe ressoe
    acrescida música;
    flua invenção.
    -
    Seixo rolado,
    vezes sem conta batido das vagas,
    isto.
    -
    O lobo-do-mar,
    investindo rigorosos passos p’la marginal,
    à distância vai, olhos no farol.
    -
    O espeleólogo
    afunda-se
    a si.
    -
    Enquanto o Sado azula ondulações,
    gaivotas bicam peixe à flor da água.
    A amplo espaço abre-se o olhar
    que até à fera novidade se vai.
    -
    Caíste indefesa
    prò covil das cínicas facadas,
    sorte madrasta,
    vómito ritual.
    Fatimida prodígio,
    sol resplende.
    Porque não o comercializam
    em embalagens?
    -
    Sol sumindo a poente,
    flor a tanger-nos ainda.
    -
    Os jogos infinitos,
    borboletas adejando
    tonturas.
    -
    Teia de aranha
    na parede esburacada,
    um canto, desperdícios,
    uma aldeia em Trás-os-Montes.
    As bicicletas não andam.
    A humildade é um verme familiar.
    Com cerveja e fadiga nos vamos vadiar.
    -
    Sereno
    fundo
    do lago, sono brando
    do Outono, abandono.
    -
    Pena é
    que a agenda aponte emergências,
    contínuo divertimento, mas não determinação.
    As rosas
    brancas
    beijam-nos
    completas.
    -
    Tenho para ti que o cinamomo -
    árvore de dificílima declinação -
    te somes estelar -
    talvez sim ou talvez sim -
    tenho - para ti - que os gestos.
    -
    Desperta, e enche da flor da neve amêndoa vinho pão
    meus olhos, minha terra.
    -
    Dares quanto tens a quantos encontres.
    Quanto não tens aO Deus que te sonha os sonhos.
    Que quanto deres terás.
    -
    Ângelo Ochôa
    Sonhadas Palavras
    2ª Edição
    livros 20
    665 poemas
    parágrafos 5.117
    5.120 linhas
    106.333 caracteres (sem espaços)
    121.714 caracteres (com espaços)
    20.485 palavras
    Portugal
    Reino de Deus
    2xii2010

    Abraço sempre forte até Norte!

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  2. O Poeta que é uma torrente de Poesia: Ângelo Ochôa!

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  3. Helder:
    Felicito-o.
    Este seu post resultou em pleno.
    Feliz também eu que o pretextei.
    Feliz Helder Barros que o materializou.
    Felizes nós.
    Feliz a Palmela nobilíssima,
    mais seu Castelo altaneiro e masculino.
    Feliz a Setúbal bonita,
    mais sua Baía dos sonhos feminina planinha,
    a perder de vista,
    a abraçar-nos a Deus.
    Adeus Obrigado Amigo A Norte!
    p.s.
    Hoje, já na Quarteira, lhe envio vídeo
    http://www.youtube.com/watch?v=Ss3UqaDMp1E
    com poema a aves,
    desta manhã, junto ao nicho da Imaculada Conceição Nossa Rainha, patrona dos pescadores desta cidade, cuja imagem, velhinha de séculos, apenas por esta semana repousa junto à doca, a abençoar-nos -- e aos homens do mar.
    Vale, Amigo, mais uma interpelação, mais um desafio.
    Com neve ou sol ou mar ou ar PORTUGAL É LINDO DUMA LINDEZA DE MORRER!
    Abraço-o.
    Ochôa

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