Imagens de um Homem simples, no seu Paraíso simples, por isso Belo!
Quem quiser ver este Paraíso, tem que ir a São Simão, Amarante!
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Desde novo que me habituei a ouvir as Assembleias Municipais, quando estas eram transmitidas via rádio, ou então ler no jornal a publicação das sessões.Sempre apreciei o estilo de participação do Sr. Júlio Moreira. Para ele, mais do que partidos políticos, importante era São Simão; importante era Amarante.
Apercebia-me que nem sempre era compreendido, pois colocava sempre alguma dose de utopia nas suas intervenções. Mas os políticos Profissionais e Tecnocratas; sem as utopias, ideologias valores e convicções de Sá Carneiro, Mário Soares, Álvaro Cunhal, entre outros; a que nos conduziram afinal?
Um Homem que tem o Paraíso na Terra, na sua Terra de que tanto se orgulha, é e será sempre - pois foi sempre igual a si próprio, em todas as situações -, um Homem Bom!
Certa noite, numa campanha eleitoral (A primeira vez que o Meu Amigo Dr. José Luís Gaspar), encontrei este Homem, na sua Freguesia a animar os presentes, com o Grupo Folclórico de São Simão, a participar com a Juventude local num Karaoke; enfim, o Sr. Júlio animava e dinamizava aquela Terra, tão bonita, que é São Simão. Também aí fiquei sensibilizado com a sua entrega à causa pública; um verdadeiro homem da Práxis e da criação de dinâmicas de grupo que, infelizmente, se perderam nas nossas freguesias. Felizmente para Ele e infelizmente para nós, não o tenho visto tanto, entregou-se ao seu Paraíso, decerto cansado dos Homens, que são difíceis de compreender... e não é difícil a alguém apaixonar-se por aquele local!
Fico muito contente de o conhecer melhor através da Internet, afinal, Homens como o Sr. Júlio há poucos e estão em vias de extinção! Bem Haja, Amigo Júlio Moreira!
Pela estima que tenho pelo Sr. Júlio Moreira, e pela sua exemplar forma de ser e de estar, dedico-lhe um Poema de um Homem simples, mas bom e sábio, como o Sr. Júlio de São Simão:
Poema
A Gentil Camponesa MOTE Tu és pura e imaculada,
Cheia de graça e beleza;
Tu és a flor minha amada,
És a gentil camponesa.
GLOSAS
És tu que não tens maldade,
És tu que tudo mereces,
És, sim, porque desconheces
As podridões da cidade.
Vives aí nessa herdade,
Onde tu foste criada,
Aí vives desviada
Deste viver de ilusão:
És como a rosa em botão,
Tu és pura e imaculada.
És tu que ao romper da aurora
Ouves o cantor alado...
Vestes-te, tratas do gado
Que há-de ir tirar água à nora;
Depois, pelos campos fora,
É grande a tua pureza,
Cantando com singeleza,
O que ainda mais te realça,
Exposta ao sol e descalça,
Cheia de graça e beleza.
Teus lábios nunca pintaste,
És linda sem tal veneno;
Toda tu cheiras a feno
Do campo onde trabalhaste;
És verdadeiro contraste
Com a tal flor delicada
Que só por muito pintada
Nos poderá parecer bela;
Mas tu brilhas mais do que ela,
Tu és a flor minha amada.
Pois se te tenho na mão,
Inda assim acho tão pouco,
Que sinto um desejo louco:
Guardar-te no coração!...
As coisas mais belas são
Como as cria a Natureza,
E tu tens toda a grandeza
Dessa beleza que almejo,
Tens tudo quanto desejo,
És a gentil camponesa
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
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