20/09/17

F.C. do Porto Basquetebol - O FC Porto versão 2017/18 será mais atlético, mais alto, mais versátil e, consequentemente, mais competitivo, mas sem nunca abdicar de alguns dos princípios que serviram de base aos muitos sucessos acumulados desde que o Moncho López assumiu o comando dos Dragões.



«DE ALTO A BAIXO

Há um novo paradigma no basquetebol. Neste trabalho da “Dragões”, fazemos uma análise aos reforços para 2017/18.

O FC Porto versão 2017/18 será mais atlético, mais alto, mais versátil e, consequentemente, mais competitivo, mas sem nunca abdicar de alguns dos princípios que serviram de base aos muitos sucessos acumulados desde que o Moncho López assumiu o comando dos Dragões. O objetivo maior, claro está, é a reconquista do campeonato. Pedro Pinto (1,88m), Marcus Gilbert (1,96m), Will Sheehey (2,01m), António Monteiro (2,05m) e Will Hanley (2,01m) foram os reforços contratados para a nova época. Se a estes juntarmos, por exemplo, Miguel Queiroz (2,02m), Miguel Miranda (2,05m), Keven Gomes (2,10m) e Sasa Borovnjak (2,06m), torna-se evidente que a equipa portista acrescentou uns bons centímetros à média de estatura e que será muito dura de bater na luta das tabelas.

Este crescimento traz, ao mesmo tempo, mais versatilidade e poder físico às escolhas ao dispor de Moncho López. O ex-Vitória de Guimarães Pedro Pinto (médias de 12,4 pontos, 2,3 ressaltos e 3,9 assistências por jogo) tem um porte assinalável para um base de raiz e também pode jogar a extremo sempre que o jogo assim o exigir, abrindo espaço a André Bessa ou Pedro Bastos para comandarem os ataques azuis e brancos. A posição de extremo foi aquela em que o FC Porto mais se reforçou, mas desengane-se quem pensa que o plantel tem jogadores com posições verdadeiramente definidas.

O extremo mais puro do plantel é Marcus Gilbert (24 anos), um 2/3 declarado, mas que em último caso também pode assumir a posição 1 e até a 4. Marcus Gilbert é o típico extremo virtuoso, forte no um contra um e muito eficaz nos lançamentos de média e longa distância, argumentos que o tornam um jogador difícil de defender. Face à sua fisionomia e capacidade de impulsão, Gilbert afunda com tremenda facilidade, pelo que são de esperar muitos e bons highlights deste norteamericano que em 2015/16 registou uma média de 15 pontos por jogo (43 por cento de triplos) na Liga A2 italiana (Basket Ferentino e Reggio Calabria).

Os compatriotas Will Sheehey (25 anos) e Will Hanley (27 anos), bem como o regressado António Monteiro, são extremos que podem e sabem jogar nas áreas mais próximas do cesto (4/5). Will Sheehey, outrora capitão de equipa na conceituadíssima Universidade de Indiana, também promete ser um espetáculo dentro do próprio espetáculo, tal a forma harmoniosa como alterna o um contra um com os lançamentos de média e longa distância, além de ser um bom defensor, tanto de extremos como de postes, e senhor de uma energia contagiante dentro do campo.

Will Hanley, por sua vez, tem a particularidade de ser o único canhoto do plantel, o que desde logo é sinónimo de algo diferente do que os adeptos portistas estão habituados. Depois de se ter revelado na LEB Prata, competição na qual assinou médias de 17,7 pontos e 11,2 ressaltos por jogo, atuou na ACB, a principal Liga espanhola, nas últimas cinco épocas, sendo que em 2016/17 se sagrou campeão europeu da Basketball Champions League ao serviço do Iberostar Tenerife. A experiência acumulada a nível europeu é uma mais-valia, mas é pela qualidade e intensidade que Will Hanley poderá assumir um papel importante neste FC Porto. A elegância do seu jogo faz-nos recuar no tempo e recordar Greg Stempin, uma das grandes figuras no título conquistado em 2010/11.

À margem das comparações, Hanley é um daqueles postes que raramente perdoa perto do cesto, mas não se admire se o vir tentar a sorte de média ou longa distância, pois há muita qualidade naquela mão esquerda. Exímio defensor, também sabe ser uma fera nas duas tabelas, pelo que o FC Porto ganha um trunfo importante para o ressalto defensivo e ofensivo, um pouco à semelhança de António Monteiro. Depois de uma época muito bem conseguida no Lusitânia, o extremo/poste angolano regressa ao clube do coração, no qual foi campeão nacional em 2015/16, com mais argumentos e com a confiança renovada. As médias de 14,9 pontos e 9,5 ressaltos por jogo ao serviço dos açorianos deixam, no mínimo, excelentes indícios.

Tal como Moncho López assumiu na edição de agosto da Dragões, o ataque ao mercado obedeceu a critérios muito específicos além do talento e da qualidade: “Procurámos, essencialmente, jogadores que se identificassem com o nosso estilo de jogo e com os princípios do clube. São atletas com grandes capacidades atléticas, até porque mantemos a ambição de também competir a um bom nível na Europa”. Este é, por isso, um FC Porto renovado, mas não menos ambicioso no momento de olhar para a época que se avizinha. Com o plantel devidamente apetrechado para os desafios que aí vêm, as expectativas só podem ser boas. 

Este texto, da autoria de Bruno Leite, está incluído na edição de setembro da revista Dragões, uma publicação oficial do FC Porto que pode ser lida integralmente aqui.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/basquetebol-dragoes-de-alto-a-baixo.aspx

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