"Do Absurdo Acordo Curdo
Os vendilhões do Templo:
Ou o negócio da Língua:
Ou o absurdo acordo curdo:
Ochôa, efectua teu text sem dó nem piedade
tecla por tecla,
olho por olho,
dente por dente.
Põe de lado teu fundo cristão,
dá-lhes barbaramente a esses bárbaros que te matam.
De azorrague, como fez teu amigo Cristo aos que se
apossavam do templo sagrado para mercadejar mijinhas.
A esses tansos calhaus estúpidos,
que vos querem pôr,
a começar pelas criancinhas aprendizes da Mãe Língua,
o colete-de-forças do absurdo acordo curdo.
O ACORDO OU O ARMAGEDON CURDO OU O FACTO DO FATO:
OU O FATUM DO FATO:
Em provas de hoje em diante,
até chegarem bisnetos a berrar:
AQUI D’EL REI! ESTAMOS NUS!
Comparemos a portuguesa língua com um fato completo de
senhora saia e casaco ou de homem calças colete casaco:
Sempre a construir-se em fina fazenda.
Agora, o fato está em provas.
Com o dito cujo acordo curdo absurdo.
Com finalidade perversa de dar-lhe ductilidade e maleabilidade, vai
de mexê-lo, e mexê-lo:
Cose aqui, cose acolá, pesponta aqui, pesponta acolá, pesponta
acolá, descose aqui, descose acolá, descose aqui, descose acolá,
alinhava aqui, alinhava-se acolá, desalinhava aqui, desalinhava-se
acolá.
Vamos para prová-lo e, ao tentar o vestir, rebenta-nos pelas
costuras.
Fazemos então uma triste figura, pior, uma ignóbil figura,
falsamente compostos dos retalhinhos dos retalhinhos,
embrulhados dos frios nessa espécie de mantinha
alentejana, igual a muitas que vemos pelas feiras das vaidades.
Este é o factum, pior, o post-factum.
Facto do fato: Estamos nus, ou, piorzinho,
revestidos com lixo não reciclável.
Este o lado perverso sem reverso da coisa do cose, cose,
cozinhado que nos dão a comer,
quer tenhamos ou não vontade.
Matam-nos a todos,
por empalamento
do cu ao céu da boca."
Ângelo Ochôa, Poeta
Poema, invectiva libelo, de Ângelo Ochôa contra o 'Acordo Ortográfico'
Os vendilhões do Templo:
Ou o negócio da Língua:
Ou o absurdo acordo curdo:
Ochôa, efectua teu text sem dó nem piedade
tecla por tecla,
olho por olho,
dente por dente.
Põe de lado teu fundo cristão,
dá-lhes barbaramente a esses bárbaros que te matam.
De azorrague, como fez teu amigo Cristo aos que se
apossavam do templo sagrado para mercadejar mijinhas.
A esses tansos calhaus estúpidos,
que vos querem pôr,
a começar pelas criancinhas aprendizes da Mãe Língua,
o colete-de-forças do absurdo acordo curdo.
O ACORDO OU O ARMAGEDON CURDO OU O FACTO DO FATO:
OU O FATUM DO FATO:
Em provas de hoje em diante,
até chegarem bisnetos a berrar:
AQUI D’EL REI! ESTAMOS NUS!
Comparemos a portuguesa língua com um fato completo de
senhora saia e casaco ou de homem calças colete casaco:
Sempre a construir-se em fina fazenda.
Agora, o fato está em provas.
Com o dito cujo acordo curdo absurdo.
Com finalidade perversa de dar-lhe ductilidade e maleabilidade, vai
de mexê-lo, e mexê-lo:
Cose aqui, cose acolá, pesponta aqui, pesponta acolá, pesponta
acolá, descose aqui, descose acolá, descose aqui, descose acolá,
alinhava aqui, alinhava-se acolá, desalinhava aqui, desalinhava-se
acolá.
Vamos para prová-lo e, ao tentar o vestir, rebenta-nos pelas
costuras.
Fazemos então uma triste figura, pior, uma ignóbil figura,
falsamente compostos dos retalhinhos dos retalhinhos,
embrulhados dos frios nessa espécie de mantinha
alentejana, igual a muitas que vemos pelas feiras das vaidades.
Este é o factum, pior, o post-factum.
Facto do fato: Estamos nus, ou, piorzinho,
revestidos com lixo não reciclável.
Este o lado perverso sem reverso da coisa do cose, cose,
cozinhado que nos dão a comer,
quer tenhamos ou não vontade.
Matam-nos a todos,
por empalamento
do cu ao céu da boca."
Ângelo Ochôa, Poeta
Poema, invectiva libelo, de Ângelo Ochôa contra o 'Acordo Ortográfico'
ResponderEliminarAngelo Ochoa ...o amigo helder é um incansável divulgador da minha pobre poesis, jus se lhe faça.
Vale Amigo Poeta, Ângelo Ochôa!
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