18/06/13

Portugal Ciência - Sandra Pinho, cientista portuguesa do Albert Einstein College (Nova Iorque), liderou a descoberta de uma população de células estaminais humanas que pode acabar com a falta de dadores de sangue e facilitar o tratamento de leucemias e anemias crónicas.

Sandra Pinho, cientista portuguesa do Albert Einstein College (Nova Iorque): "No futuro esperamos conseguir em laboratório expandir o número de células estaminais do sangue para ajudar doentes que necessitam de transfusões ou transplantes da medula óssea"

«Portuguesa descobre como resolver problema crónico da falta de dadores de sangue

Sandra Pinho, cientista portuguesa do Albert Einstein College (Nova Iorque), liderou a descoberta de uma população de células estaminais humanas que pode acabar com a falta de dadores de sangue e facilitar o tratamento de leucemias e anemias crónicas.

Uma população de células humanas capaz de expandir o número de células estaminais hematopoiéticas - que dão origem a todas as células do sangue, desde plaquetas a glóbulos vermelhos ou brancos - acaba de ser identificada por Sandra Pinho, cientista portuguesa do Albert Einstein College, em Nova Iorque. 

A descoberta tem o potencial de poder ajudar a resolver o problema crónico de falta de dadores nos bancos sanguíneos, mas também os casos em que é necessário transplantar diretamente as células estaminais hematopoiéticas de forma a gerar de novo todo o sistema sanguíneo, como acontece nas leucemias e nas anemias crónicas.

O estudo em que se baseou esta descoberta, em que Sandra Pinho surge como a principal autora, vai ser publicado a 1 de julho no "Journal of Experimental Medicine" (JEM) mas está disponível desde hoje no site desta revista científica de referência internacional. 

Limitações no uso em transplantes ou transfusões

Embora todos tenhamos uma população de células estaminais hematopoiéticas na nossa medula óssea, responsável por fabricar durante toda a vida as células sanguíneas necessárias à nossa sobrevivência, esta é extremamente pequena, o que limita o seu uso em transplantes ou na criação de populações sanguíneas para transfusões. 

A alternativa seria descobrir como multiplicar estas células em laboratório e em 2010 o laboratório de Sandra Pinho descobriu em ratinhos transgénicos uma população de células estaminais mesenquimais com a capacidade de regular o funcionamento das células estaminais hematopoiéticas. As células estaminais mesenquimais são capazes de se diferenciar em tecido ósseo, cartilagíneo ou adiposo. 

Mas havia um problema adicional: a proteína que identificava esta nova população estava localizada dentro das células. Ou seja, só se a proteína fosse marcada - tal como nos ratinhos transgénicos - com um produto fluorescente, era possível identificar e isolar as células, o que impedia o seu uso em humanos.

A alternativa era procurar outras moléculas à superfície da célula que identificassem a mesma população de células estaminais, o que foi conseguido por Sandra Pinho e a sua equipa.

Capacidade para regular as células estaminais sanguíneas

Os cientistas identificaram uma série de novos marcadores que define essa  população, o que já lhes permitiu descobrir que esta também existe na medula óssea humana em contacto direto com as células estaminais do sangue e, tal como em ratinhos, tem a capacidade de regular o funcionamento das células estaminais sanguíneas.  

E quando a população de células estaminais do sangue humanas, que foi expandida em laboratório através de contacto com as células estaminais mesenquimais, é transplantada para ratinhos imuno-comprometidos - isto é, ratinhos em que as células do sangue foram destruídas por radiação - elas expandem-se e diferenciam-se.

Assim, estes ratinhos têm agora um sistema sanguíneo humano, provando que as células estaminais assim obtidas são funcionais.

"Estes novos resultados são um primeiro passo importante no estudo da regulação das células estaminais do sangue dentro da medula óssea", explica Sandra Pinho. "Além disso, no futuro esperamos conseguir em laboratório expandir o número de células estaminais do sangue em quantidades suficientes para ajudar doentes hematológicos que necessitam de transfusões ou transplantes da medula óssea".» in http://expresso.sapo.pt/portuguesa-descobre-como-resolver-problema-cronico-da-falta-de-dadores-de-sangue=f814762#ixzz2WblqgOjM


(Células Estaminais)

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