«Pouco produto para tanto investimento
Empate penalizador e especialmente curto, incapaz de compensar o investimento, o cerco crescente e a maior profundidade que o F.C. Porto juntou ao jogo, numa mostra maior e mais vasta de soluções, apesar de condicionada pela intratável marcação a Hulk, que desconheceu leis e se revelou, com o decorrer do tempo, mais incrível do que o próprio. Tudo somado, ou subtraído, o tetracampeão continua líder. Intenso, e tenso também, o encontro entre campeão e aspirante dispensou preliminares para revelar, com rara exuberância, o peso e a importância do motivo que os juntava à mesma hora, no mesmo relvado. O título pulava por ali, em cada porção de terreno jogável. Suspeitava-se, pelo menos, que assim fosse, que a aproximação a um objectivo comum, mas impossível de partilhar, corresse nas pernas de Hulk ou no ziguezaguear de Rodríguez, entre as respostas de Derlei ou Liedson. Quase tudo foi executado a alta velocidade, a mais célebre e mais feroz inimiga da perfeição, numa disputa enérgica e incessante de cada centímetro, que não afastou os opositores do golo ou do propósito de lá chegar, mas alargou a distância. Na verdade, os Dragões só não marcaram, pouco depois de esgotada a primeira dezena de minutos, porque Pereirinha, sobre a linha de baliza e agarrado ao poste mais próximo, negou o destino que um cabeceamento de Rodríguez desenhara para a bola.O uruguaio seria mesmo o elemento mais impetuoso da partida, agitando-a a cada arranque, a cada cruzamento, a cada recuperação impensável. A iminência do golo acompanhava todos os seus gestos, mas a concretização perdia-se entre pormenores. Ínfimos, mas suficientes para obstar à materialização da vantagem. As marcações impiedosas a Hulk ou a Rodríguez, apenas possíveis mediante uma obscura licença concedida a Pedro Silva, a quem tudo foi permitido, ao ponto de conseguir o absurdo de terminar o jogo sem que um único cartão lhe fosse exibido, condicionou profundamente o assédio portista, que se esgotaria apenas no último suspiro do jogo, quando o adversário transmitia claros sinais de aguardar, com alguma ansiedade, o apito final que assegurava o empate. Mesmo que atado a tão invulgar complacência arbitral, que multiplicava as cenas com o brasileiro por terra, o ataque portista processava-se a ritmo elevado e mediante uma frequência crescente que não produziria o resultado aguardado e que o investimento merecia. No final, o F.C. Porto permanecia líder, como permaneceria fosse qual fosse o desfecho.
FICHA DE JOGO
Liga, 20ª jornada
28 de Fevereiro de 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 48.010 espectadores
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
Assistentes: Luís Ramos e Pais António
4º Árbitro: Paulo Baptista
F.C. PORTO: Helton; Pedro Emanuel «cap», Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Lucho, Fernando e Raul Meireles; Hulk, Lisandro e Rodríguez
Substituições: Cissokho por Tomás Costa (72m), Lucho por Farías (83m) e Lisandro por Sektioui (89m)
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Mariano e Andrés Madrid
Treinador: Jesualdo Ferreira
SPORTING: Tiago; Pedro Silva, Daniel Carriço, Polga e Grimi; Pereirinha, Rochemback, João Moutinho «cap» e Izmailov; Derlei e Liedson
Suplentes: Grimi por Caneira (29m), Izmailov por Yannick Djaló (69m) e Rochemback por Adrien Silva (83m)
Não utilizados: Ricardo Baptista, Tonel, Tiuí e Romagnoli
Treinador: Paulo Bento
Disciplina: cartão amarelo a Polga (35m), Derlei (35m), Rolando (47m), Rochemback (62m), Tomás Costa (81m), Rodríguez (90m) e Tiago (90m)
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Imagens de um jogo que prometia muito, mas foi de fraca qualidade!
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