"Repetição:
Outra vez acendera um cigarro.
Outra vez à janela.
Outra vez pensara nela,
e na última prova.
Outra vez engolira
a metade do forçoso comprimido.
A véspera fora festa rija:
Incendiava-se o dividido fuel.
O mundo tornava-se incomportável.
Como sair do beco?
Se só restavam ilusórias seguranças.
Tais como janela, cigarro,
algum inesperado achado,
água por filtros purificada,
ar ventando,
de ignorado lugarejo.
Donde infamemente renovava?
Respirar, agasalhar, vestir,
aguardar o alvorecer:
O instante idealizado:
Indiferença,
e não ter que pesar,
ao esclarecer soalheiro,
a silêncio,
brandura,
sentimento.
Despertar maravilhas;
olhos crescendo,
barba feita,
cara a dar;
pobreza, abandono,
recôndito provento;
fome,
divinização,
água;
pão,
vinho,
mudez.
Noite ante a janela,
lidas, rotinas,
paradoxalmente
até à liberdade:
Febre, suor frio,
esparguete, fim roído.
Beijos sumidos,
miudinha chuva
sobre a chapa do carro.
Até logo!
Barrenta
a rampa,
o convento,
com a cerca,
terra semeada,
irmãzinhas afadigadas:
Tudo lento,
pleno,
da memória.
Evasão, ilusão,
perpetuar
o vasto dia;
paisagens arruinadas,
por fogo batidas.
O deslizar da esferográfica
na completude,
a remar a vento agreste,
a ondas e marés de sol,
estridentando sons.
Gola puxada à gabardina,
um nó à cintura,
e Celeste,
igual,
ante imprevisíveis emboscadas,
resina d'instantes.
A Leste do Paraíso…
Lembras?
O filme não,
o livro li há muito.
'Jesus is a soul man!'
O mais violento e manso
dos humanos…
O coração vazio, a alegria.
Fugir até à cidade.
Que é apenas teu,
que, entre casa e rua,
não tivesses estragado?
Redizes Aleluia?
Teus beijos, colombina…
Sorrisos, reencontro…
Blue-jeans rafadas, sonido…
As flores alumiam;
engrinaldam-se trepadeiras;
pássaros cantam
o raiar a alegria quente.
Cresce
O Sinal!
Um Te perguntou
se eras Rei.
Tu o disseste,
respondesTe,
a ferida Tua viva,
à Jerusalém Sem Fim.
Na evocação
mais firme
dO Teu Nome,
subo escadas;
e ouço: Nega-te! Ama!
Matar com sono obsessões.
'Um silêncio,
com estrelas aparece,
pra lá da desolação…'
Um anjo desagrilhoou Pedro;
aspérrimo luzeiro
sacudindo-o o livrou."
Com um abraço fraterno ao Amigo Poeta Ângelo Ôchoa que não se cansa de viver criando, de viver maravilhando-se com o nascer do Sol e com as coisas simples que realmente interessam.
O meu final de ano escolar foi cheio de trabalho, mas não é desculpa para a menor atenção que lhe dediquei, pelo que aqui me penitencio! Bem haja, Poeta Ôchoa, Grande Ser Humano e Amigo do seu Amigo, incondicionalmente!
Subscrevo. E aqui lhe deixo o meu obrigada.
ResponderEliminarVivam os Poetas que vêm mais longe, num Mundo que se vendeu ao Petróleo!
ResponderEliminarObrigado, Amigos Mais Do Que Cibernéticos Anabela e Helder por vossas Amigas Palavras sobre minha pessoa.
ResponderEliminarAcrescento -- para o Helder Barros -- que não tem mesmo nada de que se penitenciar. Nestes últimos anos lembro e lhe registo uma boa dúzia de entradas-post sobre minha pobre poesia em seu bem variegado e a todos os títulos riquíssimo informaticahb-blog. E porque falando nos entendemos, e amamos, já o mesmo não direi de tanta e tão badalada «entidade cultural» que por aí vai neste país nosso. Desbaratam milhões «nossos» de que este vosso Ochôa e vós não «cheiramos» chavo. E quanto a referências de reconhecimento nem mesmo que tímidas... nada. O que definitivamente me arruma -- a mim -- que sempre fui educado no respeito do valor do trabalho -- definitivamente-póstumo-avant-la-lettre. Pois bem hajam, «excepcionais» Anabela e Helder, porque amarantinos, porque amigos da portuguesa língua, que também se ensina, porque numa palavra «gente de coração...»