27/07/08

António Pinho Vargas - A Arte da Composição Musical!



António Pinho Vargas - "Dança dos Pássaros"

António Pinho Vargas & Tom Waits

António Pinho Vargas - "Momentos"

António Pinho Vargas - "As Mãos"

António Pinho Vargas - "Dinky Toys"

António Pinho Vargas - "Vilas Morenas"

Tom Waits - "Invitation To The Blues" - (Cover)



«ANTÓNIO PINHO VARGAS

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A maior parte do público recordará António Pinho Vargas como o pianista de jazz autor de temas de êxito como Tom Waits ou Dança dos Pássaros. Mas é passar ao lado de um músico com uma experiência riquíssima e um interesse por novas linguagens musicais, que ao longo de uma carreira de quase trinta anos passou pelo rock, pelo jazz e pela música erudita com uma facilidade impressionante. Mas o jazz continua a ser o seu primeiro e mais conhecido amor.

Contudo, não foi pelo jazz que o músico começou. Durante o final dos anos sessenta, primeiro como liceal e depois como universitário, fez parte dos "roqueiros" Grelha, formados por amigos de liceu, e só em 1972, inspirado por Jorge Lima Barreto, musicólogo e jornalista, inflecte para o jazz, acabando por influenciar também uma mudança de sonoridade naquele grupo.

Depois de acompanhar Rão Kyao, nomeadamente na gravação do álbum Malper-tuis (1976), o primeiro disco de jazz português feito em Portugal por músicos portugueses, forma o seu primeiro grupo áefree-jazz, Zanarp, do qual fazia igualmente 
parte o saxofonista José Nogueira, que se tornaria no seu cúmplice musical regular. O Zanarp dissolve-se para dar lugar ao Abralas, onde canta Fernando Girão, e este dá lugar, em 1979, ao Quarteto de António Pinho Vargas, uma formação áejazz mais tradicionalista composta por Pinho Vargas ao piano, José Nogueira no saxofone, e os ex-Mini-Pop Mário Barreiros e Pedro Barreiros, respectivamente na bateria e contrabaixo. Serão estes os músicos que constituirão a base do seu grupo de trabalho até ao final da década de oitenta, alargados a quinteto ou sexteto conforme a necessidade.

O início da década de oitenta traz um breve flirt com o rock, pois o pianista passa brevemente pelos Arte e Ofício e pela Banda Sonora de Rui Veloso. Não por acaso, o único álbum que Pinho Vargas regista com Veloso é Fora de Moda, o disco mais próximo dos blues e do jazz que o músico já gravou.

Mas em breve o pianista se decidirá pelo jazz, e agarra a oportunidade de gravar em nome próprio, editando em 1983 o LP Outros Lugares, que define desde logo a linguagem musical de Pinho Vargas: um jazz melódico de construção e inspiração tradicionais, recordando ora as paisagens atmosféricas popularizadas pela editora alemã ECM ora o virtuosismo de Keith Jarrett.

Outros Lugares obtém um assinalável sucesso público e crítico, mas era apenas uma selecção do muito material que Pinho Vargas tinha em carteira. O êxito obtido pelo disco permite-lhe continuar a gravar regularmente; surgirá assim em 1985 Cores e Aromas, cujo tema A Dança dos Pássaros se torna num improvável sucesso radiofónico, e, em 1987, As Folhas Novas Mudam de Cor, álbum que atingirá o top-10 de vendas e atinge o Disco de Prata, muito graças à popularidade de temas como Vilas Morenas (dedicado a José Afonso) e sobretudo Tom Waits, dedicatória àquele cantor e compositor norte-americano que ficará eternamente ligada ao pianista como a sua peça-emblema.

Simultaneamente, Pinho Vargas começa a ser convidado para compor peças para teatro e cinema (destacando-se nesta fase o filme de João Botelho Tempos Difíceis), e desponta no músico um interesse pela música erudita contemporânea que o leva inclusive a estudar durante vários meses na Holanda.

A partir de então, as suas gravações de jazz serão mais espaçadas e menos acessíveis, permitindo ao pianista dividir-se entre o jazz e a música contemporânea. Os Jogos do Mundo (1989) e Selos e Borboletas (1991) projectam novos horizontes para a sua produção de jazz, ao mesmo tempo que uma multidão de peças encomendadas por festivais e ensembles de música contemporânea celebrizam 
internacionalmente o compositor erudito. Monodia, CD publicado em 1995, é a primeira, e até agora única, gravação desta faceta de Pinho Vargas, ainda mais popular como jazzman do que como compositor.

Não espantou, por isso, o regresso a uma linguagem ainda mais depurada de jazz em 1996 com A Luz e a Escuridão, álbum em trio onde ao piano de Pinho Vargas e ao saxofone de José Nogueira (que esteve presente em todas as gravações do pianista quer como músico quer como produtor) se vem juntar, pela primeira vez na sua carreira, uma voz e não uma voz qualquer: Maria João.

Enquanto não recebemos mais notícias de Pinho Vargas, a sua mais recente edição é As Mãos (1998), um álbum retrospetivo das suas gravações de jazz.» in http://www.macua.org/biografias/antoniopinhovargas.html

Mais informação sobre este extraordinário Músico Português, no seguinte link:
http://www.antoniopinhovargas.com/biografia.php


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