«O que têm em comum cereja, hortelã, agrião e poejo? Travam o cancro
Uma equipa de investigadores do iBET testou in vitro a bioatividade de vários alimentos e comprovou o seu potencial para travar a multiplicação de células humanas de cancro.
A cereja, o agrião, a hortelã e o poejo são alguns dos alimentos que têm na sua composição química compostos com potencial efeito anti-tumoral, segundo uma investigação do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET).
Uma equipa de investigadores do iBET testou in vitro a bioatividade de vários alimentos e comprovou o seu potencial para travar a multiplicação de células humanas de cancro.
Segundo os responsáveis, até ao momento, os extratos naturais testados e que apresentam concentrações elevadas dos compostos bioativos derivam do refugo de cereja, das cascas de citrinos, de quatro ervas aromáticas e três vegetais crucíferos: alfazema, rosmaninho, hortelã e poejo, agrião, brócolos e rúcula.
Alguns destes alimentos, como é o caso do refugo de cereja, são hoje desaproveitados apesar de terem extractos ricos em álcool perílico, que tem já reconhecida atividade anti-cancerígena.
Os investigadores desenvolveram uma nova tecnologia de extração limpa e sustentável - tecnologia de extração com solventes não tóxicos pressurizados - que lhes permitiu isolar com sucesso diversos extractos naturais.
"Este é mais um passo para a futura disponibilidade de nutracêuticos e princípios ativos naturais, reconhecidos pelos pares, pela regulamentação e pela indústria, e recomendados pelos clínicos como agentes que retardem o aparecimento da doença ou como coadjuvantes de métodos terapêuticos agressivos, permitindo a diminuição das doses terapêuticas ou a atenuação de efeitos secundários", explica Teresa Serra, a investigadora que está a liderar este projeto.
Além da importância clínica e humana, esta investigação poderá ter um impacto económico relevante junto da indústria agro-alimentar uma vez que envolve a valorização de desperdícios e excedentes provenientes das suas fábricas e produções, acrescenta Ana Matias, responsável do "Grupo de Nutracêuticos e Libertação Controlada" do iBET.
Assim que estiver concluída esta fase de testes laboratoriais, a equipa vai começar a parceria já estabelecida com o Instituto de Português de Oncologia IPOLFG, que permitirá estudar o efeito destes extractos naturais em várias linhas celulares correspondentes a diferentes vias de génese tumoral, assim como em células derivadas de pacientes.
Na sequência deste projeto, está ainda prevista a realização de um estudo clínico para avaliar o seu efeito em doentes oncológicos com cancro colorretal, que atualmente é o terceiro cancro com maior incidência.
Este projeto, que é apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), junta especialistas em Engenharia Química, Química Analítica, Biotecnologia e Oncobiologia.
O iBET está atualmente a desenvolver 70 projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D), assegurados por cerca de 120 investigadores, engenheiros, técnicos e bolseiros.» in http://rr.sapo.pt/noticia/64840/o_que_tem_em_comum_cereja_hortela_agriao_e_poejo_travam_o_cancro?utm_source=rss
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