04/01/14

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Saudade de pedra"

Foto: SAUDADE DE PEDRA

Tenho saudades daquele tempo, 
Fins de tarde, quentes, de Verão,
Em que o tempo não passava,
Porque as crianças não queriam saber do tempo.
As crianças não pensam em morrer,
Apenas querem saber do sol, da chuva e do vento,
Para poderem brincar.
E lembro-me dessa infância, ansiosamente feliz,
E dos vizinhos que conversavam, 
Sobre o tempo, e sobre as outras pessoas,
E sobre Deus também.
E das gargalhadas que davam,
Sentados nas escadas de pedra da minha rua,
 Ou das janelas das casas.
E eu sentia-me feliz por isso,
E as outras crianças também.
Já não há risadas na minha rua,
Porque já não há pessoas para conversar,
E as escadas de pedra já não são das crianças,
E as crianças já não são crianças,
E pensam em morrer,
E o tempo já não é quente,
E já não há Deus.


Eugénio Mourão.

(Amarante - imagem da Google).

"SAUDADE DE PEDRA

Tenho saudades daquele tempo, 
Fins de tarde, quentes, de Verão,
Em que o tempo não passava,
Porque as crianças não queriam saber do tempo.
As crianças não pensam em morrer,
Apenas querem saber do sol, da chuva e do vento,
Para poderem brincar.
E lembro-me dessa infância, ansiosamente feliz,
E dos vizinhos que conversavam, 
Sobre o tempo, e sobre as outras pessoas,
E sobre Deus também.
E das gargalhadas que davam,
Sentados nas escadas de pedra da minha rua,
Ou das janelas das casas.
E eu sentia-me feliz por isso,
E as outras crianças também.
Já não há risadas na minha rua,
Porque já não há pessoas para conversar,
E as escadas de pedra já não são das crianças,
E as crianças já não são crianças,
E pensam em morrer,
E o tempo já não é quente,
E já não há Deus."

Eugénio Mourão.


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