27/09/12

Fundações - O português habituou-se a viver com a trapaça feita pelos poderosos deste país, a corrupção, o clientelismo e o oportunismo são sustentados e alimentados pela classe política dirigente!

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«PORTUGAL A SAQUE

Lisboa, 4 de Agosto 2012 - Que o país está a saque é um dado inquestionável. O português habituou-se a viver com a trapaça feita pelos poderosos deste país, a corrupção, o clientelismo e o oportunismo são sustentados e alimentados pela classe política dirigente.

Aos poucos, vai-se sabendo pormenores desse escândalo que chega a surpreender o próprio Governo, que desconhecia os valores em causa. Referimo-nos ao facto de o Estado ter dado 1581 milhões de euros a 401 fundações entre 2008 e 2010. Além de apoios directos, foram concedidos benefícios fiscais (por exemplo, isenções do pagamento do IVA, do Imposto Automóvel e do Imposto sobre Imóveis), segundo um relatório de avaliação das fundações que por aí pululam como cogumelos feita pelo actual executivo, um valor que surpreendeu até o próprio ministro das Finanças que julgava que as ajudas estatais não iam além dos 200 milhões de euros.

O censo às fundações era obrigatório, e as entidades que não responderam, como a Fundação Luís Figo ou a do ex-presidente do Sporting, Sousa Cintra, correm o risco de perder o “estatuto de utilidade pública”» bem como todos os benefícios fiscais. A grande beneficiada com os chorudos dinheiros estatais foi a Fundação para as Comunicações Móveis, criada no tempo de José Sócrates, que negociou a distribuição dos computadores Magalhães e que recebeu mais de 400 milhões de euros. Foram detectados casos gritantes de imoralidades no que respeita a salários de responsáveis de algumas dessas fundações, auferindo mais de 20 mil euros mensais.

Mais vale tarde do que nunca: aberta a caixa de Pandora, o Estado português espera gerar uma poupança entre os 150 e os 200 milhões de euros anuais, pondo alguma disciplina a um sector que tinha andado em roda livre, ao sabor dos interesses privados que aumentavam o seu património “mamando” nos cofres públicos, promovendo iniciativas filantrópicas, culturais ou sociais de discutível interesse nacional – soube-se que as entidades analisadas começaram com um património de 1760 milhões de euros e em 2010 já tinha triplicado para os 57137 milhões. Só a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea do empresário madeirense Joe Berardo recebeu 13,3 milhões de euros do Estado entre 2007 e 2010,enquanto a Fundação Mário Soares (cuja actividade é quase um “segredo de Estado”) recebeu de apoios 1,3 milhões de euros, isto já para não falar das prebendas que a Câmara Municipal de Lisboa lhe tem generosamente oferecido. Curioso também é o que se passa com a Fundação AMI, de Fernando Nobre, o ex-candidato presidencial que empregou a família na sua fundação com chorudos ordenados, que recebeu sete milhões de euros do Estado e obteve benefícios fiscais de 12 milhões…

Comparado com isto, a revelação pública também feita nos últimos dias que dois administradores e seis directores da Imprensa Nacional – Casa da Moeda pagaram 28 mil euros de despesas pessoais com o cartão de crédito da empresa pública é uma “ilha” no meio deste desbaratamento desbragado dos dinheiros dos contribuintes. Tem sido um fartar vilanagem e vamos lá ver se a “ordem, disciplina e rigor” impostos pelo actual Governo é para dar frutos ou foi só um “ameaço” para português ver…

Fonte: Correio da Manhã» in http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=&id=36663&idSeccao=522&Action=noticia


(A)Fundações - «O papel das fundações em Portugal»


(Corte nas Fundações)

 

(2012-09-17 Olhos nos Olhos TVI24)

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