19/04/11

Ambiente e Ecologia - As alterações climáticas ameaçam 58% das espécies protegidas na Europa!


«As alterações climáticas ameaçam 58% das espécies protegidas na Europa
Ana Ganhão (14-04-11)


Um estudo realizado pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), publicado no “Ecology Letters”, assegura que até ao ano 2080 58% das espécies de vertebrados terrestres e da flora presentes na Europa podem não subsistir nas áreas protegidas de cada país, devido às alterações climáticas.
Os autores, liderados por Miguel Araújo, analisaram a eficácia das políticas de conservação em 75% dos vertebrados terrestres e em 10% das plantas no continente. Da sua análise também se depreende que as alterações climáticas afectam mais de metade das espécies incluídas na rede de conservação europeia “Natura 2000”.
As zonas montanhosas, os vales encerrados e as linhas de água desempenham um papel fundamental na adaptação da biodiversidade às alterações climáticas. Ao proporcionar gradientes de temperatura e de humidade acentuados, diz o estudo, facilitam a adaptação das espécies mediante movimentos de curta distância que são mais fáceis e menos arriscados que as migrações continentais.
A rede Natura 2000 abrange 27.661 áreas, que se traduz num total de 117 milhões de hectares que constituem 17% da superfície dos 27 países que integram a União Europeia. O objectivo da rede é garantir a sobrevivência da biodiversidade a longo prazo. Para além disso, cada país designa as suas próprias áreas protegidas. Tudo isso faz com que a Europa seja a região com a maior rede de conservação no mundo.
Os investigadores aplicaram vários modelos climáticos para estudar a potencial distribuição de 1883 espécies, 585 vertebrados terrestres e 1298 plantas da Europa. Segundo explica Miguel Araújo,titular da Cátedra Rui Nabeiro/Delta do pólo da Universidade de Évora do CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos) e investigador principal do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid, “temos observado que as áreas protegidas conservam melhor as espécies frente aos efeitos das alterações climáticas, mas a rede Natura 200 é mais vulnerável e poderá perder mais espécies”.
 
As zonas de conservação, designadas por cada país são mais eficazes porque geralmente se situam em áreas montanhosas, que actuam como “refúgios climáticos”. No entanto, além de regiões montanhosas, a Rede Natura 2000 inclui regiões com relevo pouco acidentado, como é o caso das áreas agrícolas, onde os impactes das alterações do clima na distribuição das espécies se intensificam. A investigação confirma que os maiores impactos serão no sul da Europa, enquanto as zonas altas de montanha europeias serão menos afectadas.
As conclusões apontam para a necessidade de designar novas áreas de protecção através de um processo de revisão e reclassificação das que já existem. Para além disso, os autores sugerem melhorar os sistemas de gestão da paisagem para facilitar a circulação das espécies entre as zonas de conservação.
"Até agora pensava-se que o êxito das estratégias de conservação implicava isolar todas as áreas protegidas de possíveis ameaças. No entanto, para serem eficazes, devem mitigar os impactos das alterações climáticas, para assegurar uma gestão sustentável dos habitats e dos ecossistemas ", destaca Araújo.
Fonte: www.onlinelibrary.wiley.com» in http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=33980&bl=1


Biosfera - (Cidades e Alterações Climáticas)
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E nós continuamos a queimar petróleo com força... queremos lá saber dos nossos filhos, infelizmente ninguém quer parar de poluir...

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