«Humanos saíram de África 65 mil anos mais cedo do que se pensavaIsabel Palma (31-01-11)
Os humanos podem ter saído de África para a Arábia mais cedo do que se pensava. Esta migração foi possível devido a factores ambientais e não pela tecnologia desenvolvida na época.
Estas descobertas sugerem que os humanos percorreram uma rota directa para a Península Arábica e não através do Vale do Nilo no noroeste africano como indicavam estudos anteriores.
Uma equipa internacional de investigadores estudou um kit de ferramentas encontrado no local arqueológico de Jebel Faya, nos Emirados Árabes Unidos. Este kit antigo continha machados, perfuradores e raspadores.
“As nossas descobertas devem estimular a reavaliação dos meios pelos quais os humanos modernos se tornaram uma espécie global,” refere Simon Armitage, da Universidade de Londres, que trabalhou no estudo.
Através da datação por luminescência, uma técnica utilizada para determinar quando os grãos minerais foram expostos à luz solar pela última vez, descobriram que as ferramentas tinham uma idade compreendida entre 100 mil a 125 mil anos.
Hans-Peter Uerpmann, da Universidade de Eberhard Karls, na Alemanha, liderou o estudo. Refere que o artesanato elimina a hipótese das ferramentas terem sido feitas no Médio Oriente. As ferramentas assemelham-se às feitas pelos primeiros humanos na África oriental, o que sugere que “não foram necessários realizações culturais especiais para que as pessoas deixassem África.”
Este estudo, publicado na revista Science, sugere que os factores ambientais, como o nível médio da água do mar, foram mais importantes que as inovações tecnológicas para a ocorrência da migração.
A equipa estudou o nível médio da água do mar e alterações climáticas no último período interglacial, que ocorreu há cerca de 130 mil anos, para determinar quando os humanos terão tido possibilidade de passar para a península arábica.
Descobriram que o estreito de Bab al-Mandab entre a Arábia e o continente africano deveria ser mais estreito neste período, pela diminuição do nível da água, tornando-se uma rota segura para sair de África antes e no início do último período interglacial.
Anteriormente pensava-se que os desertos da península arábica teriam impedido um êxodo do continente africano, mas este estudo sugere que a Arábia tornou-se húmida durante o último período interglacial, apresentando mais água e vegetação, o que tornou mais fácil esta passagem.»
Fonte: www.reuters.com
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Estas descobertas só provam que temos muito que estudar, sobre o nosso passado, ligado às migrações provocadas mudanças climáticas, pois estamos a iniciar outro período complexo, quanto a estas matérias...
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