«Centenas de manifestantes à porta da AR revoltados com medidas do Governo
08 de Fevereiro de 2011, 17:23
Se os deputados centristas José Manuel Rodrigues e Pedro Mota Soares optaram por uma passagem mais discreta, o comunista Miguel Tiago acabou a discursar no “parlatório” montado pelos professores de educação visual e tecnológica (EVT) ao fundo das escadarias.
Depois de anunciar a solidariedade do partido para com os dois grupos de manifestantes, Miguel Tiago anunciou que o PCP tomou já três iniciativas no Parlamento para que sejam acauteladas reivindicações que se ouvem na rua: um pedido de apreciação parlamentar do decreto-lei que extingue o par pedagógico nas aulas de EVT, um projeto de resolução para reposição imediata dos dois professores e outro projeto de resolução para a estabilidade no financiamento do ensino particular e cooperativo com contratos de associação com o Estado.
“Se há contratos a mais e que não cumprem os objetivos, extingam-se esses contratos, mas nos casos em que estas escolas fazem o que o Estado devia fazer não podem alterar-se as regras a meio do jogo”, disse à agência Lusa Miguel Tiago.
“O Estado não pode acabar com o financiamento às instituições de um momento para o outro”, acrescentou.
“Ó Isabel, vem à janela”, gritam os manifestantes do SOS Educação para a ministra, que está a ser ouvida na Comissão de Educação.
Apesar de alguma confusão, ambas as partes desta manifestação tentam respeitar os respetivos tempos de intervenção e manifestam solidariedade nos discursos e organização do protesto.
Depois de se dirigir aos manifestantes, Miguel Tiago disse ainda à agência Lusa que estes professores estão a ser vítimas de um diploma que o Governo se recusou a negociar, pelo que os instou a “continuar a luta”.
Carlos Gomes, da Associação de Professores de Educação Visual e Tecnológica, frisou à Lusa que 7.000 docentes estão em risco de ir para o desemprego e de não voltarem a ser professores: “Vão fazer parte daquele grupo de professores que estão nas caixas de supermercados a registar produtos, enquanto os alunos vão ficar sentados a fazer desenhos. Só isso”.
O professor considera que está a ser cometido “um verdadeiro desastre educativo”, alegando que “numa turma com 28 alunos e uma forte componente prática, um só professor é insuficiente para desenvolver um trabalho seguro e de qualidade”.
“Depois ouvimos o primeiro-ministro a falar em tecnologia. O primeiro-ministro não sabe o que é tecnologia e a ministra não conhece o programa de EVT”, acrescentou.
Quanto ao movimento SOS Educação, mostrou-se hoje mais uma vez indignado com o corte do financiamento público aos colégios que aceitam alunos gratuitamente.
António Guerreiro, do SOS Educação, afirmou à Lusa que a vida nestas escolas está a ser angustiante, com professores que não sabem se vão ter emprego no próximo ano letivo e alunos sem saberem se vão ter escola, além da incerteza que reina entre o pessoal não docente, já que, defendeu, “um corte de 30 por cento mata qualquer empresa”.
António Guerreiro disse que a luta dos pais é infinita e prometeu para dia 19 uma grande manifestação nacional com “milhares e milhares de pais” em Aveiro. @LUSA» in http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1128399.html
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Os Professores começam a voltar à Rua e a despertar da paz podre que se vive na Escola Portuguesa...
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