05/02/11

Política Agrícola: Começam os cidadãos a produzir, aquilo que o estado está impedido pelo Comunidade Europeia: bens essenciais de consumo!

«O "Cantinho da Rosa"
05 de Fevereiro de 2011, 01:37

Com a crise económica a encurtar o rendimento disponível das famílias, as hortas comunitárias são uma forma de poupar dinheiro ao final do mês. O projecto de integração social, “O meu cantinho de terra”, começou em Setembro de 2010 e hoje já tem 19 agregados familiares a cultivar nos terrenos da Misericórdia da Trofa. O que a terra dá é para as famílias.
Rosa Pereira "nem sabia pegar numa sachola". A ela e à filha, ambas desempregadas, foi-lhes proposto pela Santa Casa de Misericórdia da Trofa, cultivar legumes numa pequena horta de modo a sentirem-se mais úteis e ocupadas. Aceitaram de imediato e hoje não se arrependem.
Começaram com um pequeno talhão de 25 metros quadrados e hoje mantêm quatro talhões de terreno onde cultivam "quase tudo”, dizem as duas.
Alface, couve, nabiças, repolho, o suficiente para levar para casa e às vezes até vender o que sobra a vizinhos e conhecidos. São uma das 19 famílias que mantêm, umas com mais frequência do que outras, uma horta num terreno cedido pela Misericórdia da Trofa.
"Temos algum espaço ainda e se vierem a surgir novos pedidos, nós teremos capacidade, com outros terrenos anexos, de alargar o espaço bem como já há alguma abertura da própria Junta de Freguesia local para virmos a ocupar também alguns terrenos deles", afirma Zélia Reis, coordenadora do projecto "O meu cantinho de terra".
Uma equipa técnica tem acompanhado as famílias desde o primeiro momento. "Depois de aferido o rendimento per capita de uma determinada família que queira ter uma horta, se se enquadrar em famílias economicamente desfavorecidas nós temos uma empresa que é nossa parceira formal no projecto que oferece tudo quanto são plantas", explica Zélia Reis.
A gestão da horta fica a cabo das próprias famílias. São elas que cultivam os legumes, as ervas aromáticas, os frutos que pretenderem e levam-nos para casa ao final do mês. Em muitos casos, muitas delas chegam a vender o que sobra a vizinhos e conhecidos. Ao mesmo tempo poupam dinheiro que gastariam no supermercado com estes bens alimentares e podem ainda usar a horta como fonte de rendimento.
"Componente imaterial fortíssima"
Além das mais-valias económicas para as famílias a coordenadora do projecto da Santa Casa da Misericórdia da Trofa destaca uma "componente imaterial fortíssima". "Esta horta comunitária combate um estigma social a que as famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI) estão sujeitas", acrescenta.
"Este projecto é um espaço de aprendizagem. Muitas famílias mudaram muito o comportamento em relação às famílias beneficiárias do RSI. Havia muito preconceito, ainda se pensa que estas pessoas são todas preguiçosas. Temos muita gente a reconhecer que afinal estas pessoas têm valor", acrescenta Luísa Reis, técnica de apoio d’ "o meu cantinho de terra”.
A componente social da horta comunitária chamou mesmo a atenção dos académicos. O projecto está a ser objecto de um estudo da Universidade Católica Portuguesa, na área da pedagogia social. 
"O meu cantinho de terra", começou, inicialmente, por ser direccionado às famílias beneficiárias do RSI, mas, foi-se alargando a outros agregados familiares que também mostraram interesse em adquirir talhões de terreno para cultivo próprio. "Pais, filhos, famílias moldavas, famílias de etnia cigana, famílias que não têm qualquer tipo de dificuldades", exemplifica Zélia Reis que destaca o bem-estar que a horta tem proporcionado às famílias.
"O convívio, o mexer na terra que dão outro alento, sobretudo a pessoas que não têm trabalho e que passam de repente a sentir-se úteis. As pessoas verbalizam mesmo felicidade", concretiza.
É o caso de Rosa Pereira. Desde que começou a trabalhar na horta revelou ao SAPO que se sente "muito feliz" e pensa inclusivé rentabilizar os legumes numa banca no mercado da Trofa. "Consta que nos vão dar uma bancada. Eu tenho fé que isto vá para a frente", conta.
Para já vai mantendo o negócio com vizinhas e conhecidas que lhe vão comprando alguns legumes. "Bem dizem que vou dar uma agricultora", confidencia. No fim de mais uma longa tarde de trabalho solarenga esta agricultora está "cansada mas feliz". Palavras da própria. É este o sentimento que se vive em todos os "cantinhos" desta horta comunitária.» @Catarina Osório


A Dona Rosa sabe bem que o que comemos provem da Terra... e não dos Hipers!
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A Horta comunitária ou particular em que muitos Portugueses voltaram a apostar, contraria a Política Agrícola errada, que a União Europeia nos obrigou a promover, que se resume: Portugal e os Países igualmente periféricos deixam de produzir, para comprar aos lobos Europeus... o problema é que o caldo revolucionário que se está a criar no Egito e noutros Países produtos, vai provocar uma crise mundial, no que se refere aos alimentos essenciais.
O Mundo por estes dias está um local perigoso: falta petróleo, começa a faltar água potável, começa a faltar ar respirável, começa a faltar sanidade mental aos grandes decisores mundiais.
Não acredito muito em Teorias do Apocalipse externas à nossa vontade, mas de facto, os homens começam a pagar o preço do mal que têm produzido ao Maravilhoso Planeta Azul: a Terra!

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