«XIII) Estações do Peregrino:
Fundos ais chorasTe sobre a arrasada cidade.
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Acudas-nos, Ana, Mãe da Nossa Mãe da Paz, e ouve o louvor que com nossos cantos voa.
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Tel Aviv: Afazeres, à Pátria Universal.
Que consta em teu passaporte?
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Bat Yam: Acordaram-nos os olhos pó,
às portas da Terra Prometida.
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Cesareia: Romanos, lusos, ameríndios, índios, etíopes, nipónicos, arianos, turcos, arménios, ucranianos, croatas, chinos, africanos, gregos, esquimós, hebreus, árabes, à cor irreal, pasmámos.
Entrementes, quando nos sentámos, a ver que dava, partiam, adereços aviados, saltimbancos.
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Monte Carmelo: Fremindo o sopro.
A aberta imensidade ante, a maior grandeza, alma altíssima a olhos dada.
O fundo envolve-nos, devolvidos ao claro sonho.
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S. João de Acre: Largo voo entre Haifa e Líbano, onde o cedro do caminho.
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Stella Maris: Que era d’Iahweh a voz que move.
A longe nos levava.
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Tíberíades: Descalços pisamos pedras húmidas, perto o manso lago, dormente dorso em vagas.
Da faina, na pesca, nos erguemos:
Passavas, e seguimos-Te,
amigos com a Notícia.
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Cafarnaúm sofresTe
porque previsTe ruína.
Bem Aventuranças: Nova palavra jorrava, estremecia:
Ressoando-nos, nos imos fibras do pobre coração, nosso e Teu O Esplendoroso Verbo.
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Mar da Galileia: Nas lidas escondidas nos calámos; a lago, ou a bom ar, despreocupação, distensão, acalmia.
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Tabor: Sonambulissimamente divagávamos,
absortos discorríamos deslumbrando-nos
o repleto da Luz um dia aclarada sobre a Terra, mal acomodadas as próprias tendas.
Até tangermos O Inominável.
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Gruta da Anunciação: ‘Verbo caro factum est.’
A alentar-nos.
Do Anjo a irradiação descida, começo fecundo.
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Ein Karen: Miriam, sabias, com o coração, toda a distância compreendida.
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Bethlehem: Era tão só crer, a o cintilar a estrela.
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Nazareth: Quotidiano escondido, o aí estares.
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Canaã: Teu sangue nosso, convivas da alegria.
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Jericó: Onde o estranho era irmão.
Porque ofereceste boleia ao desfigurado, o Cristo Te sarará também das tuas chagas.
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A Jerusalém, cidade das todas as cidades, as acolhedoras portas sempre abertas, por próprio pé, acedemos jubilosos.
Um palestiniano, passeando, e assoando-se, à diurna luz, a última paz.
Até que nos achássemos definitivamente no templo.
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Muro das Lamentações: Pesada a prova da memória.
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Piscina Probática: Esquecidos no densíssimo peso, largos anos esperámos que nos soerguesses.
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Das Tentações: Acossados, superamos ancestral desespero.
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Monte das Oliveiras: ConTigo chorámos o desígnio dUm Pai.
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Basílica da Agonia: Um furco perto do Seu pé sangrando, a soldadesca entrega-se a mesquinho passatempo, sobre rabiscos no lajedo, com mínimas pedrinhas.
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Via-Sacra: Marcados p’la Tua dor,
em Ti morremos.
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Com a Cruz: Bem quis ajudar-Te o de Cirene, mas Tu lhe desTe a ele Tua Vida.
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Santo Sepulcro:
Pra conTigo subirmos
renascermos.
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Local da Ascensão: RegressasTe
até aO Lugar de Onde viesTe.
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Pai-Nosso: Éramos agora outros ao olhar O Outro, iguais, Teus co-herdeiros.
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Dominus Flevit: Estávamos protegidos e amados.
No transe desentranhavas o amor maior.
Porque antevisTe a vitória dos Teus,
Te deixasTe matar.
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Monte Sião: Para reacender as madrugadas.
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Cenáculo: Junto a Maria, mudámo-nos dO Enlevo Consolador.
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Túmulo do Rei David: Novo incenso, entre sombra e luz.
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Dormição: Toda a tua morte, Maria, alumbras, Nossa Senhora da Ternura.
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Cenáculo: Pão e vinho partilhados, plenitude, mãos, estremecermos na trepidante passagem.
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Yad Vashen: Amaro ido com registo, em nós caímos.
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Geena: Medonha, horrenda, hiante desolação.
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El Aqsa: Em tonto sono voaram-nos as ideias.
Sob a cúpula doirada do templo,
anéis com versículos gravados aO Misericordioso.
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Tumba de Lázaro: Após ignóbil tragédia, somos nós.
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Aeroporto: Na bagagem, terra declarada.
Não refizéramos, nem na ínfima parte, O Percurso; mas ficámos, na pura verdade vagando, tratando, respirando conTigo, Cristo Amigo, pomba, fogo, loucura, inenarrável libertação:
Até ter cor manhã.
Angelo Ochoa,
após viagem a Israel,
em Agosto do 2000»
"As Estações do Peregrino Ângelo Ôchoa a Israel - (1)"
«El Aqsa: Em tonto sono voaram-nos as ideias.
Sob a cúpula doirada do templo,
anéis com versículos gravados aO Misericordioso.
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Tumba de Lázaro: Após ignóbil tragédia, somos nós.
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Aeroporto: Na bagagem, terra declarada.
Não refizéramos, nem na ínfima parte, O Percurso;
mas ficámos, na pura verdade vagando,
tratando, respirando
conTigo, Cristo Amigo,
pomba, fogo, loucura,
inenarrável
libertação:
Até ter cor manhã.»
"As Estações do Peregrino Ângelo Ôchoa a Israel - (2)"
Helder amigo, é com imensa felicidade que vejo hoje dia do Patriarca S. José Patrono da Católica Eclesia, hoje perseguida e proíbida em muita parte do mundo o poeminha que resultou de peregrinar a Terra Santa no ano 2000 do Jubileu no teu lindo blogue informaticahb: Cristo ontem, hoje sempre,
ResponderEliminarAbraço fraterno,
Ochoa
Vale Amigo Poeta Ângelo Ôchoa!
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