19/03/10

Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ôchoa, apreseta-nos: "XIII Estações do Peregrino!

«XIII) Estações do Peregrino: Fundos ais chorasTe sobre a arrasada cidade. - Acudas-nos, Ana, Mãe da Nossa Mãe da Paz, e ouve o louvor que com nossos cantos voa. - Tel Aviv: Afazeres, à Pátria Universal. Que consta em teu passaporte? - Bat Yam: Acordaram-nos os olhos pó, às portas da Terra Prometida. - Cesareia: Romanos, lusos, ameríndios, índios, etíopes, nipónicos, arianos, turcos, arménios, ucranianos, croatas, chinos, africanos, gregos, esquimós, hebreus, árabes, à cor irreal, pasmámos. Entrementes, quando nos sentámos, a ver que dava, partiam, adereços aviados, saltimbancos. - Monte Carmelo: Fremindo o sopro. A aberta imensidade ante, a maior grandeza, alma altíssima a olhos dada. O fundo envolve-nos, devolvidos ao claro sonho. - S. João de Acre: Largo voo entre Haifa e Líbano, onde o cedro do caminho. - Stella Maris: Que era d’Iahweh a voz que move. A longe nos levava. - Tíberíades: Descalços pisamos pedras húmidas, perto o manso lago, dormente dorso em vagas. Da faina, na pesca, nos erguemos: Passavas, e seguimos-Te, amigos com a Notícia. - Cafarnaúm sofresTe porque previsTe ruína. Bem Aventuranças: Nova palavra jorrava, estremecia: Ressoando-nos, nos imos fibras do pobre coração, nosso e Teu O Esplendoroso Verbo. - Mar da Galileia: Nas lidas escondidas nos calámos; a lago, ou a bom ar, despreocupação, distensão, acalmia. - Tabor: Sonambulissimamente divagávamos, absortos discorríamos deslumbrando-nos o repleto da Luz um dia aclarada sobre a Terra, mal acomodadas as próprias tendas. Até tangermos O Inominável. - Gruta da Anunciação: ‘Verbo caro factum est.’ A alentar-nos. Do Anjo a irradiação descida, começo fecundo. - Ein Karen: Miriam, sabias, com o coração, toda a distância compreendida. - Bethlehem: Era tão só crer, a o cintilar a estrela. - Nazareth: Quotidiano escondido, o aí estares. - Canaã: Teu sangue nosso, convivas da alegria. - Jericó: Onde o estranho era irmão. Porque ofereceste boleia ao desfigurado, o Cristo Te sarará também das tuas chagas. - A Jerusalém, cidade das todas as cidades, as acolhedoras portas sempre abertas, por próprio pé, acedemos jubilosos. Um palestiniano, passeando, e assoando-se, à diurna luz, a última paz. Até que nos achássemos definitivamente no templo. - Muro das Lamentações: Pesada a prova da memória. - Piscina Probática: Esquecidos no densíssimo peso, largos anos esperámos que nos soerguesses. - Das Tentações: Acossados, superamos ancestral desespero. - Monte das Oliveiras: ConTigo chorámos o desígnio dUm Pai. - Basílica da Agonia: Um furco perto do Seu pé sangrando, a soldadesca entrega-se a mesquinho passatempo, sobre rabiscos no lajedo, com mínimas pedrinhas. - Via-Sacra: Marcados p’la Tua dor, em Ti morremos. - Com a Cruz: Bem quis ajudar-Te o de Cirene, mas Tu lhe desTe a ele Tua Vida. - Santo Sepulcro: Pra conTigo subirmos renascermos. - Local da Ascensão: RegressasTe até aO Lugar de Onde viesTe. - Pai-Nosso: Éramos agora outros ao olhar O Outro, iguais, Teus co-herdeiros. - Dominus Flevit: Estávamos protegidos e amados. No transe desentranhavas o amor maior. Porque antevisTe a vitória dos Teus, Te deixasTe matar. - Monte Sião: Para reacender as madrugadas. - Cenáculo: Junto a Maria, mudámo-nos dO Enlevo Consolador. - Túmulo do Rei David: Novo incenso, entre sombra e luz. - Dormição: Toda a tua morte, Maria, alumbras, Nossa Senhora da Ternura. - Cenáculo: Pão e vinho partilhados, plenitude, mãos, estremecermos na trepidante passagem. - Yad Vashen: Amaro ido com registo, em nós caímos. - Geena: Medonha, horrenda, hiante desolação. - El Aqsa: Em tonto sono voaram-nos as ideias. Sob a cúpula doirada do templo, anéis com versículos gravados aO Misericordioso. - Tumba de Lázaro: Após ignóbil tragédia, somos nós. - Aeroporto: Na bagagem, terra declarada. Não refizéramos, nem na ínfima parte, O Percurso; mas ficámos, na pura verdade vagando, tratando, respirando conTigo, Cristo Amigo, pomba, fogo, loucura, inenarrável libertação: Até ter cor manhã. Angelo Ochoa, após viagem a Israel, em Agosto do 2000»  

"As Estações do Peregrino Ângelo Ôchoa a Israel - (1)" «El Aqsa: Em tonto sono voaram-nos as ideias. Sob a cúpula doirada do templo, anéis com versículos gravados aO Misericordioso. - Tumba de Lázaro: Após ignóbil tragédia, somos nós. - Aeroporto: Na bagagem, terra declarada. Não refizéramos, nem na ínfima parte, O Percurso; mas ficámos, na pura verdade vagando, tratando, respirando conTigo, Cristo Amigo, pomba, fogo, loucura, inenarrável
 libertação: Até ter cor manhã.» "As Estações do Peregrino Ângelo Ôchoa a Israel - (2)"

2 comentários:

  1. Helder amigo, é com imensa felicidade que vejo hoje dia do Patriarca S. José Patrono da Católica Eclesia, hoje perseguida e proíbida em muita parte do mundo o poeminha que resultou de peregrinar a Terra Santa no ano 2000 do Jubileu no teu lindo blogue informaticahb: Cristo ontem, hoje sempre,
    Abraço fraterno,
    Ochoa

    ResponderEliminar
  2. Vale Amigo Poeta Ângelo Ôchoa!

    ResponderEliminar