02/10/14

Desporto Ciclismo - Bruno Castanheira foi um dos ciclistas mais importantes da sua geração e ao longo da carreira ganhou seis títulos, incluindo o de campeão nacional de estrada em 2004.

O pelotão perdeu um dos seus: Bruno, que sorria sempre

«O pelotão perdeu um dos seus: Bruno, que sorria sempre

Foi campeão nacional em 2004, era agora massagista do Louletano. Bruno Castanheira, 37 anos, morreu de doença súbita no domingo. Funeral foi marcado para esta terça-feira.

Bruno Castanheira foi um dos ciclistas mais importantes da sua geração. Ao longo da carreira ganhou seis títulos, incluindo o de campeão nacional de estrada em 2004. O Expresso falou com vários colegas seus e todos foram unânimes nos elogios, quer à sua qualidade profissional, quer à sua maneira de ser - generosa e sociável. "Sorridente" foi talvez o adjetivo mais ouvido. 

Cândido Barbosa conhecia-o há muito tempo e esteve com ele na mesma equipa após regressar a Portugal em 2002. Embora essa fase só tenha durado dois anos, a amizade estreita continuou. "Ajudou-me imenso, como outros no plantel. Foi mau de mais ter sabido o que soube domingo. Ele era alguém que estava à vontade em qualquer situação, um amigo fiel. Podia-se contar com ele. Em cima da bicicleta, e mesmo fora, quando eu precisava de um amigo para falar."

Esta imagem é corroborada por Luís Carimbo, um colega alguns anos mais novo, que refere "gargalhadas e brincadeiras" entre as recordações mais nítidas. Acrescenta que Castanheira era "um ciclista muito completo". "Subia bem, descia bem." Tendo sido uma grande promessa, Bruno Castanheira terá acabado por se anular um pouco em favor da equipa, um processo que Carimbo descreve como normal. "São opções tácitas, quando há ciclistas de nível superior."

Vários dos entrevistados referiram Castanheira como alguém que trabalhava para a equipa. Barbosa sugere que um certo apagamento poderá ter tido que ver com a personalidade. "Quando era preciso dizer não, ele não conseguia. Era um senão que tinha." Fernando Petronilho confirma: "Era mais um gregário do que um protagonista". O outro lado disso era a generosidade. "Mesmo quando éramos adversários, se eu precisava dele ajudava-me. Sem o diretor da equipa dele saber, claro", revela Barbosa. 

Hugo Lúcio, que iniciou carreira juntamente com o agora falecido e muitas vezes partilhou quarto com ele, acha que Bruno Castanheira foi talvez a maior promessa da sua geração, especialmente forte no contrarrelógio, mas também muito bom na montanha. Os dois colegas e amigos tinham uma rotina de treinos que juntava vários outros ciclistas a morar próximo uns dos outros numa zona entre Torres Vedras e Santa Cruz (onde Joaquim Agostinho, um nome lendário do ciclismo português, tinha a sua casa). Também ele considera Castanheira "um dos grandes trabalhadores da equipa".

Entre 1998 e 2009, quando esteve em atividade como ciclista profissional, Castanheira representou  diversas equipas, incluindo a LA Alumínios-Pecol, a Maia-Milaneza e o Benfica. Após se retirar, tinha um emprego numa empresa de reciclagem e era massagista no Louletano-Dunas Douradas. Colaborava igualmente com uma empresa ligada a eventos turísticos com uma componente desportiva. Nessa qualidade tinha ido ao Norte, onde passou os últimos dias antes de falecer.

Dadas as circunstâncias da morte, o corpo do ciclista foi autopsiado. O funeral foi marcado para as 15h00 desta terça-feira na Amora, Seixal, onde residem os seus pais. Deixa mulher e um filho de oito anos.» in http://expresso.sapo.pt/o-pelotao-perdeu-um-dos-seus-bruno-que-sorria-sempre=f889666#ixzz3F13V086W


(ATV55 | Homenagem a Bruno Castanheira)

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