28/10/14

Desporto Atletismo - 11 horas e 58 minutos depois, o atleta português Manuel Machado foi o primeiro a cortar a meta, em pleno deserto do sara, com temperaturas de 40 graus.



«Correr 111 quilómetros e sob 40 graus não é para todos. Mas um português fê-lo e ganhou

Imagine o cenário: temperaturas de 40 graus em pleno deserto do Sara e percorrer 111 quilómetros num tempo máximo de 22 horas. Era capaz? Manuel Machado fê-lo, venceu e já tem uma história "para contar aos netos".

Sexta feira, 17 de outubro. Data marcada para a ultramaratona Sahara 111 . Segundo os registos, contava-se com a participação de 30 concorrentes. Mas com as notícias recentes envolvendo ataques de rebeldes extremistas, na Síria e na Argélia, várias inscrições foram canceladas. No dia da partida, um avião levou 12 concorrentes, os que se atreveram, até 400 quilómetros para sul da Tunísia. Às 7h começava aquela que é conhecida como uma das ultramaratonas mais duras de sempre.

11 horas e 58 minutos depois, o atleta português Manuel Machado foi o primeiro a cortar a meta. Percorreu os 111 quilómetros da prova num percurso composto por areia do deserto, resistiu a temperaturas de 40 graus e não cedeu ao cansaço físico e psicológico. Desistir nunca fez parte dos seus planos. Em declarações ao Expresso, Manuel Machado afirma que "custa o mesmo para todos, e se fui para lá de tão longe tinha de concluir a prova".

Naquele que é conhecido como o deserto mais quente do mundo, as temperaturas em outubro podem alcançar o seu pico mais alto. Segundo Machado, "o pior momento foi entre as 13h e 15h, a altura de maior calor. Quem corre não sente o calor que está. Só tive noção da temperatura no dia seguinte, quando saí do hotel e disse que estava imenso calor, e algo retorquiu que a temperatura era a mesma da véspera".

Não foi a primeira vez que o atleta português, de 47 anos, participou na ultramaratona. Na última edição, em abril, conclui-a em 3.º lugar e em junho venceu a primeira edição do Ultra Rail noturno internacional de Huelva. Numa prova que une Huelva a El Rocío, em Espanha, ao longo de 62 quilómetros.

Durante os últimos meses nunca parou de treinar, mantendo-se focado nesta prova. Apesar de a ter concluído num tempo admirável, confessa que "estava à espera de fazer 40 minutos a menos do que fiz, mas no fim das dunas já me custava imenso desenterrar os pés. Se corresse mal acabava ali".

A ultramaratona é parte integrante do projeto "Africa to Run" que pretende reunir várias nacionalidades, em diferentes trilhos, num único continente. Ao longo do percurso os concorrentes, têm a possibilidade de parar para reabastecer a água a cada 10 quilómetros, ou parar em postos de comida e de assistência médica a cada 70 quilómetros.

Agora que a prova terminou, Manuel Machado está focado em recuperar das mazelas e recuperar energias. Mas um próximo desafio não será posto de parte, "lá para dezembro começo a pensar noutra experiência maluca". Para já pode-se orgulhar por elevar o nome de Portugal mais alto, numa experiência que, segundo conta, "é uma daquelas que ficará para contar aos netos".» in http://expresso.sapo.pt/correr-111-quilometros-e-sob-40-graus-nao-e-para-todos-mas-um-portugues-fe-lo-e-ganhou=f894956#ixzz3HT0RkrCx

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