«Notícias contraditórias sobre o estado de saúde do ex-presidente do Egipto
O ex-presidente do Egipto, Hosni Mubarak, morreu esta terça-feira, avança a agência de notícias estatal MENA. Os médicos declararam o óbito do homem que liderou os egípcios durante três décadas, de acordo com fonte do hospital militar Maadi.
“O coração de Mubarak deixou de bater e não respondeu a várias tentativas de reanimação”, adianta o despacho da agência de notícias MENA.
No entanto, duas fontes dos serviços de segurança citadas pela agência Reuters garantem que Mubarak está inconsciente, ligado às máquinas, mas não está clinicamente morto.
"Ainda é cedo para dizer que Hosni Mubarak está clinicamente morto", declarou uma fonte militar à agência Reuters.
Hosni Mubarak, de 84 anos, foi condenado no início deste mês à pena de prisão perpétua, por envolvimento na morte de mais de 800 manifestantes no levantamento popular do ano passado. Foi o primeiro líder árabe a ser julgado num tribunal comum.
Na sequência dos protestos da chamada "Primavera Árabe", Mubarak renunciou ao cargo no dia 11 de Fevereiro de 2011. Mal a notícia foi divulgada, as ruas do Cairo explodiram com manifestações de alegria. "O Egipto é livre" foi um dos gritos de ordem mais ouvidos entre os populares, que durante 18 dias se manifestaram nas ruas pedindo a queda do regime.
O retrato do homem que liderou o Egipto durante três décadas
Mohamed Hosni Mubarak nasceu a 4 de Maio de 1928, no seio de uma família da pequena burguesia rural do delta do Nilo. Seguiu a carreira militar e chegou a comandante da Forças Aérea.
Era vice-presidente do Egipto quando o chefe de Estado Anwar Al Sadat foi assassinado, em 1981. Chegou ao poder após um referendo e foi consecutivamente reeleito.
Em Junho de 1995, durante uma visita à Etiópia para uma cimeira regional, a viatura de Mubarak foi atacada por homens armados, mas o Presidente egípcio escapa ileso e regressa de imediato a casa. Foi o primeiro de cerca de seis atentados de que foi alvo desde que ascendeu à liderança. Aperta o cerco aos grupos radicais islâmicos após o ataque de Novembro de 1997, que provocou a morte a 58 turistas, perto da cidade de Luxor.
Mantém uma posição de neutralidade no conflito israelo-árabe, consegue manter o apoio das principais potências ocidentais e coloca-se ao lado dos Estados Unidos contra o regime iraquiano de Saddam Hussein.
Assina um acordo de fornecimento de gás natural com Israel, em 1999, ano em que inicia o seu quarto mandato.
Em 2005 enfrenta uma onda de contestação popular, com centenas de pessoas a saíram à rua a exigirem mudanças, mas mantém-se à frente dos destinos do Egipto após vencer umas eleições presidenciais muito contestadas.
Mubarak suspende o mandato e delega o poder no seu primeiro-ministro em Março de 2010, para ser operada à vesícula, na Alemanha. Regressa ao fim de três semanas.
As eleições parlamentares de 2010 foram ganhas pelo Partido Democrático Nacional, de Mubarak, mas o triunfo ficou manchado por queixas de fraude por parte dos partidos da oposição.
O início de 2011 fica marcado por uma primeira vaga de contestação. Pelo menos quatro pessoas morrem nos protestos contra as condições de vida no país árabe com mais habitantes. Cerca de 40% dos 80 milhões de egípcios vivem actualmente com menos de dois dólares por dia.
Avesso a implementar reformas políticas no país, Mubarak convocou eleições presidenciais para 2011. O seu filho Gamal Mubarak, de 47 anos, era visto como um possível sucessor pelos analistas. Mas uma revolta popular acabou por derrubar o Presidente depois de 30 anos no poder.» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=26&did=66894
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