«Machado de Castro: O magnífico escultor
Há quase 60 anos que não se fazia uma exposição sobre aquele que é considerado o maior escultor português. E o mais popular – embora nem sempre o seu nome saia dos cadernos de História.
Com a estátua equestre de D. José I, inaugurada com enorme pompa – fez na passada sexta-feira 237 anos – Machado de Castro ganhou um nome central para a posteridade: no Terreiro do Paço, a praça maior de Lisboa. Mas o seu criador permanece um quase desconhecido.
A exposição ‘O Virtuoso Criador. Machado de Castro (1731-1822)’, até 30 de Setembro no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), é uma excelente oportunidade para reavaliar o trabalho deste homem que punha ‘a ideia’ num pedestal (mais do que a execução oficinal das peças).
E que se fez representar , no único retrato que se lhe conhece e que o comissário da exposição, Anísio Franco, encontrou nos depósitos do museu, como um intelectual e não como um artista com a mão na massa.
É esse criador que a exposição comissariada por Anísio Franco e Ana Duarte Rodrigues encena, de forma exuberante. À entrada é recriado o jardim de buxo da Real Quinta de Caxias, com estátuas recuperadas e música do contemporâneo David Perez.
Com mais de 100 peças, entre esculturas, desenhos , modelos e documentos, a exposição ocupa todo o piso 0 do museu e reúne peças que dificilmente se imaginaria fora do seu contexto de origem: há um quadro que retrata o Marquês de Pombal, que veio do gabinete do presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, e o cónego da Igreja da Encarnação, no Chiado, emprestou a sua santa principal, uma peça majestosa que há mais de dois séculos não deixava o altar. «Não só não foi difícil obter as peças como houve até um entusiasmo enorme. As pessoas perceberam que esta era uma exposição importantíssima», conta António Filipe Pimentel.
Mas além do interesse científico e artístico de ‘O Virtuoso Criador’ (onde também se pode ver os sucessivos moldes que conduziram ao desenho final da estátua equestre), houve ainda, como diz António Filipe Pimentel, um conjunto de esforços que faz com que este seja um acontecimento:«Servimos de pólo agregador a várias iniciativas que agora coincidem: um colóquio internacional, a recuperação da estátua equestre de D. José I, patrocinada pelo World Monuments Fund, que arranca em breve, e a CML criou uma rota pelos locais onde há peças de Machado de Castro».
telma.miguel@sol.pt» in http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=51558
Exposição ‘O Virtuoso Criador. Machado de Castro (1731-1822)’, até 30 de Setembro no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)
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