07/11/11

Política Educativa - A supressão da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no 9.º ano e a divisão de Educação Visual e Tecnológica em duas componentes separadas no 2.º ciclo!



«Entrevista com Nuno Crato: “É necessário concentrar nas disciplinas essenciais”


Em entrevista ao PÚBLICO, publicada em 31 de Outubro, o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, revela que as duas medidas principais que estão a ser estudadas, no âmbito da reforma curricular do ensino básico e secundário, são a supressão da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no 9.º ano e a divisão de Educação Visual e Tecnológica em duas componentes separadas no 2.º ciclo.


No 9.º ano “a maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC”, justifica Nuno Crato. Sobre EVT, afirma que “não estamos em época de ter dois professores em sala de aula” e que se deve antes pensar em “separar curricularmente a Educação Visual e a Educação Tecnológica e os professores alternarem a docência”.


Princípio geral: “é necessário concentrar nas disciplinas essenciais”, “eliminar a dispersão na oferta curricular”, “apenas contratar os professores que sejam estritamente necessário”.


Numa entrevista centrada sobre os cortes previstos na educação para 2012, e as opções para os alcançar, são também abordados, entre outros temas, a futura contenção na contratação de professores, a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, as obras na Parque Escolar, o financiamento e a racionalização da rede das instituições do ensino superior e o que representaram para o ministro estes primeiros quatro meses de mandato.» in http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/entrevista-com-nuno-crato-e-necessario-concentrar-nas-disciplinas-essenciais-1518852


Mário Nogueira disse que o ministro da Educação "não tem qualquer ideia do que é a reorganização curricular"
«Fenprof critica eventual fim da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação


O secretário-geral da Fenprof criticou hoje o fim da disciplina de informática no 9.º ano considerando que esta é mais uma medida do Governo para chegar “ao corte de 102 milhões de euros previsto no Orçamento do Estado”.


O ministro da Educação, Nuno Crato, em entrevista exclusiva publicada hoje no PÚBLICO na edição em papel e na edição online exclusiva para assinantes explicou que o número de disciplinas vai ser reduzido, avançando com a possibilidade de o fazer com a disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no 9.º ano de escolaridade. 


Nuno Crato justificou que “a maioria dos jovens [do 9.º ano] já domina os computadores perfeitamente e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC” nesse ano. 


Mas o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, em reacção à Lusa, disse que o ministro da Educação “não tem qualquer ideia do que é a reorganização curricular”, considerando que este se comporta “como um secretário de Estado do Orçamento com funções na área da Educação”. No entender de Mário Nogueira, Nuno Crato está, com esta reorganização, a fazer “exercícios” para ver como consegue chegar aos 102 milhões de euros em cortes previstos no Orçamento de Estado para 2012. 


>“Do ponto de vista da poupança, cortar na Informática são trocos. Não são assim tantos os professores que existem na área da informática. Estamos a falar de uma hora e meia por semana no 9.º ano. A aposta na informática e nas TIC curiosamente até é uma aposta do PSD no tempo do ministro David Justino. Foi nesta altura que as salas de aulas foram equipadas e que a informática passou a ser obrigatória para o 9.º”, contou.

De acordo com o secretário-geral da Fenprof, a justificação de que todos os jovens sabem trabalhar com computadores “é extraordinária”. “Se calhar muitos alunos não precisam de Português porque sabem ler e escrever. Os jovens dominam bem a informática nas idas à Internet, nos jogos de computador de uma forma desorganizada. A disciplina tem importância, porque pode ajudar os jovens a saberem organizar o seu trabalho e a organizar-se com as novas tecnologias”, disse.

Na opinião de Mário Nogueira, o ministro Nuno Crato está a gerir o sistema sem avaliar o impacto das medidas que toma e isso é “uma irresponsabilidade” até política. “Por razões de ordem financeira estão a empobrecer os currículos, a degradar a qualidade do ensino. É necessária uma reorganização curricular mas não é assim que se faz”, concluiu.» in 
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/fenprof-critica-eventual-fim-da-disciplina-de-tecnologias-da-informacao-e-comunicacao_1518963
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O Sr. Ministro da Educação ao afirmar peremptoriamente que “a maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC”, revela uma opinião do domínio do senso comum. Mas ele tem que ter mais cuidado com o que diz, o seu cargo exige muita responsabilidade nas opiniões que expende, a opinião mal fundamentada, fica-lhe mal... bem sei que o que ele quer é somente, a redução da despesa orçamental, mas haja rigor no que diz. As suas afirmações, relevam alguém que desconhece muito mal o ambiente das escolas portuguesas, mormente, as do interior... acabado o Mundo Magalhães e o Programa e-escolas, já muitos alunos se sentem info-excluídos e muitas escolas recentemente equipadas com muito hardware, que representa muito dinheiro do erário público, ficaram com o material parado, por falta de manutenção e de formação. Dominar as tecnologias não é só dominar os jogos informáticos e as redes sociais...
Baixar a disciplina para inicio do 3.º ciclo, isso sim, seria um ajustamento adequado, mas claro, a obsessão orçamental, centrando o ensino na Matemática e na Língua Materna, amputará os jovens de saberes operacionais tecnológicos, que os penalizarão fortemente num mundo competitivo e em transformação acelerado, como o que vivemos...


(SIC - Ministro da Educação sobre a organização do novo ano lectivo)

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