26/10/10

Cinema - Cineclube de Amarante Apresenta: "A Teta Assustada", 6.ª feira, dia 29 de Outubro de 2010, pelas 21:30!

«Cineclube de Amarante apresenta: "A Teta Assustada"

Cinema Teixeira de Pascoaes
6ªs feira, 29 às 21: 30
Telefone: 255 431 084

A Teta Assustada

Título original: La Teta Asustada

De: Claudia Llosa

Com: Magaly Solier, Susi Sánchez, Efraín Solís

Género: Drama

Classificacao: M/12


ESP/Perú, 2008, Cores, 98 min

http://www.youtube.com/watch?v=3WVaLXMR6_o&feature=player_embedded

Urso de Ouro para Melhor Filme no Festival de Cinema de Berlim em 2009. Nomeado para o Óscar de Melhor Filme em Língua Não-Inglesa em 2010

Entre os turbulentos anos 70 e 90, em que o Peru vivia aterrorizado nas mãos de Sendero Luminoso (organização terrorista fundada, em 1960, por Abimael Guzman), nasceu uma crença sobre uma doença transmitida pelas mulheres violadas que estivessem grávidas ou a amamentar: o seu leite estaria contaminado pela tristeza e essas crianças seriam, para sempre, infelizes e desalmadas.

Fausta (Magaly Solier), ainda no útero materno, assistiu à violação da sua mãe e hoje é uma Teta Assustada. Agora, depois da morte dela, para que possa sobreviver ao mundo, terá que curar a sua tristeza e ultrapassar o seu medo paralisador.

Segunda longa-metragem da peruana Claudia Llosa (depois de "Madeinusa" em 2006, também com Magaly Solier como protagonista).

A voz de Fausta

Um belíssimo filme cuja aparente simplicidade e tranquilidade escondem discretamente as turbulências de uma jovem que aprende a viver no mundo real

A propósito de "A Teta Assustada", podia-se invocar o "realismo mágico" que se tornou no metro-padrão da literatura latino-americana pós-Gabriel García Márquez, ou a vitalidade aparentemente imparável do cinema que nos chega da América do Sul hispânica. E tudo isso está na segunda longa-metragem da peruana Claudia Llosa, mas é limitativo para definir um filme camaleónico e multifacetado, profundamente pessoal e atmosfericamente político, de um realismo quase documental cruzado com um onirismo surreal, onde as dificuldades da adolescência e as heranças ancestrais se miscigenam numa espécie de limbo social. Tudo isto descrito com uma segurança extraordinária e uma confiança infinita nas potencialidades do cinema para fazer passar emoções e sentimentos - tanto mais importante quanto seria muito fácil a "A Teta Assustada" tombar na bizarria regional, sobretudo com o ponto de partida desta história.

Simplificando, esta é a entrada na idade adulta de Fausta, adolescente peruana nascida na província durante os tempos do terrorismo, que mora com os tios nos subúrbios improvisados de Lima. Esse ritual de passagem é complicado pela morte da sua mãe no arranque do filme, numa cena poderosíssima que explica desde logo o método observacional da realizadora - mostrando em vez de explicar, deixando a sua câmara a correr o tempo suficiente para nos habituarmos a estes ritmos diferentes, prisioneiros de um limbo entre a tradição e a modernidade, o rural e o urbano.

É preciso que tudo aconteça assim, porque Fausta é um "bicho do mato": não sai à rua sozinha, não fala com ninguém que não conheça, tem um medo quase irracional do outro. "A teta assustada", assim chamam as superstições da província aos filhos de mães traumatizadas que herdaram o medo através do leite - suficiente para levar Fausta, aterrorizada com a possibilidade de ser violada, a enfiar uma batata na vagina. Metáfora do medo e da recusa de entrar na idade adulta que Llosa integra como um elemento naturalíssimo numa história de aprendizagem que é também do mundo que a rodeia, num confronto simultaneamente emocional, social, político, cultural, e sublimado através da música que é a válvula de escape de Fausta.

É a música - as canções que Fausta inventa na língua Quechua e que canta para si própria como talismãs para afastar o medo e a tristeza - que lhe vai desenhar a saída do labirinto em que ela própria se fechou, sublinhando o poder mágico, místico, do canto como fonte de força ao mesmo tempo que acelera a saída do seu casulo. Claudia Llosa conta tudo isto com minuciosa precisão que, contudo, evita a queda quer no formalismo gratuito quer na frieza clínica: a atenção enorme aos pormenores, à gestão dos silêncios, à justeza do seu elenco (e seria profundamente injusto não destacar a assombrosa presença, telúrica e frágil, de Magaly Solier) reafirma a segurança de uma encenação que consegue manter abertos ao mesmo tempo múltiplos níveis de leitura sem nunca perder de vista a emoção central que transporta a narrativa.

"A Teta Assustada" é um filme enganador: parece muito menos do que é, não se revela por inteiro numa primeira visão, ganha em ser digerido com tempo e atenção (o que explica porque é que, mesmo quando o vimos primeiro no Festival de Berlim onde ganhou o prémio máximo, a sua tranquilidade não revelou todos os seus segredos). Mas dentro da sua história de uma jovem forçada a crescer cabem mundos inteiros - e raros são os filmes que nos dão vontade de os explorar todos.

Por: Jorge Mourinha (PÚBLICO). 30 de Junho de 2010

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Elsa Cerqueira
Cineclube de Amarante

«A Teta Assustada

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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La teta asustada
A Teta Assustada (PT/BR)
 Peru
2009 •  cor •  95 min 
Produção
Direção Claudia Llosa
Roteiro Claudia Llosa
Elenco original Magaly Solier
Susi Sánchez
Efraín Solís
Marino Ballón
Antolín Prieto
Género Drama
Idioma original espanhol
Lançamento Portugal 1 de julho de 2010

IMDb: (inglês) (português)
Projeto CinemaPortal Cinema
La teta asustada (br/pt: A Teta Assustada) é um filme peruano dirigido por Claudia Llosa que estreiou em 2009. Foi ganhador do Festival de Cinema de Havana[1] e do Urso de Ouro de 2009.

Índice

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[editar] Sinopse

A história centra-se em Fausta (Magaly Solier), uma jovem mulher que (de acordo com suas crenças) têm uma doença chamada "teta asustada", uma doença rara, transmitida pelo medo e sofrimento de mãe para filho através do leite materno, porque sua mãe foi estuprada por terroristas em um momento muito difícil no Peru na década de 1980. Fausta introduz uma batata na vagina para evitar ser estuprada e vive fora do mundo, pois precisa enfrentar a morte de sua mãe e pretende enterrá-la em sua cidade natal, mas não tem dinheiro para isso.

[editar] Elenco

Notas e referências

  1. Estadão. "Filme peruano 'La Teta Asustada' vence festival de Havana". . (página da notícia visitada em 13/12/2009)

[editar] Ligações externas




Trailer - "A TETA ASSUSTADA"

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