18/10/10

Amarante - Hoje dia 18 de Outubro faria anos se fosse viva, a minha Avó Materna, Arminda Babo, da Casa da Gateira, Mancelos!



Se a minha Avó, Arminda Amorim de Sousa Babo, fosse viva, faria hoje anos. Foi uma grande mulher, filha de uma Amorim do Douro, Penha Longa, Marco de Canaveses, que se dedicou ao comércio entre os Séculos XIX e XX de produtos agrícolas que comprava no Douro e vendia na cidade do Porto, mormente o azeite e laranjas de Marco de Canaveses, Baião e Cinfães, designadamente, Penha Longa, Paços de Gaiolo e Pala. A minha Avó casou-se com Jaime Babo da Casa do Convento em Mancelos e depois disso foi viver para a Quinta da Aldeia, na Gateira, Mancelos, Quinta que o Avô Jaime Babo herdou do tio solteirão, Franquelim Babo. O meu Avó Jaime faleceu muito novo, pouco depois da minha mãe ter nascido, de morte súbita e a minha Avó Arminda, passa num ápice de Senhora da Cidade do Porto, para uma proprietária agrícola, que produzia vinho, aguardente e azeite no alambique da quinta, milho, centeio, gado, pinhal e fruta. Ao alambique acorriam lavradores das redondezas para produzirem o seu azeite. A minha Avó foi também produtora de toalhas de Croché, atividade que nunca largou até falecer com perto de noventa anos e para quem ainda desenhei alguns riscos em papel quadriculado, talvez a perspetivar o gosto pela engenharia e matemática. A Quinta tinha uma capela onde havia missa semanal e a minha Avó encarregava-se de manter o local sempre muito asseado. Criou a minha mãe sozinha, teve que lutar contra o preconceito contra as mulheres, que na altura era ainda mais fervoroso, mas era uma mulher de armas, que colocava qualquer homem em sentido. Foi a única Avó que conheci, mas a sua personalidade valia por muitos. Por muito que viva nunca mais a esquecerei e inúmeras vezes fui de bicicleta de Fregim até Mancelos só para visitar a Minha Avozinha Arminda. Parabéns Avó!


Fotografia de Família muito antiga do meu Bisavó Amorim!

Algumas imagens do antes e do bom estado atual da Quinta da Aldeia, em Gateira, Mancelos, Amarante!


8 comentários:

  1. Belíssimas fotografias a acompanharem um post de sentida saudade. Como te compreendo! Conheci todos os meus avós, mas tinha uma relação muito especial com a minha avó Luzia...
    A aliança que ela me deu, quando fiz dezoito anos, entrou no meu dedo e no meu dedo permanece sobrevivendo à sua morte física. Ela e a minha mãe andam sempre comigo, nas minhas mãos... :)

    ResponderEliminar
  2. Amiga Anabela!

    Tu que és uma Professora de História de grande nível, grande profissional diz-me:

    Que será de uma sociedade ou civilização que mal trata os seus anciãos?!

    A Minha e a Tua Avó foram muito importantes para os meus valores!

    Ainda bem que a Tua Avó Luzia te marcou tanto como a Minha Avó Arminda!

    Abraço,

    Helder Barros

    ResponderEliminar
  3. Amigos, aprendemos mais com a vida dos nossos avós do que com mil lições de livros sacadas.

    Recordar é viver.

    É belo o grito de vida que deles nos fica.

    Tuas fotografias isso demonstram.

    Guarda-as no coração amigo!

    E procuremos sempre não desmerecer seus exemplos.

    Feliz quem tais ancestrais vivos teve e deles guarde amor!

    Ochoa

    ResponderEliminar
  4. Vale Poeta Humanista, Ângelo Ôchoa!
    Sei que no tempo dos teus avós, estes ainda eram quase que uma instituição...
    Será que a degradação das relações humanas, não começou por aí, pelo desrespeito dos anciãos?
    - Esta questão é para o filósofo Ôchoa!
    Abraço para Setúbal e para o Vitória que continua na Taça de Portugal!

    ResponderEliminar
  5. Este é um país que a cada dia que passa mais se transforma numa coisa qualquer de que eu não gosto. Esta desumanização terá o seu preço e ele será demasiado elevado.

    ResponderEliminar
  6. Isto está mesmo muito mau, não vejo muita esperança no ser humano!

    ResponderEliminar
  7. Cresxci na casa dos meus avós maternos até aos meus 13 anos, que era uma autêntica "instituição", uma grande família, 9 filhos casados, 25 netos (16 rapazes e 9 raparigas), sendo que 6 filhos viviam em casas contíguas à dos pais, o que proporcionava o convívio diário entre avós e netos. Com eles vivi, aprendi a estar na vida, assimilei valores, aprendi a respeitar toda a gente... Volvidos mais de 30 anos desde a morte do último (a minha avó, Maria, quando eu tinha acabado de completar 13 anos...) é notória a diferença entre aqueles que com eles aprenderam lições para a vida desde a infância e os que cresceram noutras casas, com outras pessoas, outros hábitos e valores. Muito respeito tenho pelo legado que os meus avós me transmitiram (deixaram fortuna que partilharam em vida com os filhos, mas maior dádiva foi a educação e o legado de valores humanos que nos transmitiram, que não tem preço ). Com o meu avô aprendi a ter honestidade e retidão, como valores primordiais para vivermos em sociedade e sermos respeitados pelos outros; com a minha avó aprendi a ter determinação e força de carácter, além de vários "mimos" femininos que me ensinou, graças aos quais ainda hoje, apesar de exercer uma profissão exigente e com grande responsabilidade na sociedade, sou mulher capaz de fazer as minhas camisolas de Inverno e Verão, bem como os meus vestidos e outras peças de vestuário , que tenho orgulho em usar! Por isso, sempre devemos honrar a memória dos nossos avós, por tudo quanto nos transmitem!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gostei muito do seu testemunho, cara amiga, palavras sábias!

      Eliminar

Pin It button on image hover