Ilídio Sardoeira tem vários ensaios sobre a figura e a obra de Teixeira de Pascoaes.
No livro «Pascoaes - Um Poeta de Sempre», escreveu acerca do Poeta e do seu intenso labor:
«Acende a vela e escreve; apaga a vela e dormita; volta a escrever para adormecer de novo. E isto repete-se em certas noites, mais de trinta vezes consecutivas.
«Concepção e realização não são dois actos indistintos. Não concebe para realizar: concebe criando e amassando as suas ideias com a argila plástica do seu estilo de mago. Por múltiplos caminhos, convergem na ponta do seu lápis as ideias mais surpreendentes e desconcertantes. O salto abrupto do que é pensado para o que é sentido e vice-versa, como se pensar e sentir fossem dois aspectos complementares da mesma unidade, é uma das invariantes do seu estilo e, sem dúvida, o traço mais original da sua personalidade.
«Um raciocínio que começa a esboçar-se é, subitamente, interrompido e prolongado por uma fuga emocional que mudou o curso dos acontecimentos da mundo pascoalino.
«Do mesmo modo, uma expansão conflituosa da sensibilidade termina por um pensamento preciso e concreto.
«E, se esta tendência é já notória no poeta, o prosador não fará senão cultivá-la e discipliná-la como o melhor instrumento da sua expressão literária e sua visão do mundo.» in fotobiografia "Na Sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos.
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