Do que ele gostou sempre foi da vida de boémio que levou em Coimbra; passava as noites a ouvir e a dizer versos no «Penedo da Saudade» e no «Choupal», com Guedes Teixeira, Lopes Vieira, Augusto Gil, João Lúcio, Abel de Mendonça, Faria e Maia, João Direito e muitas vezes aparecia o Hilário, a cantar o fado com a sua voz inconfundível, até altas horas da madrugada. Foi uma coisa de que Pascoaes toda a vida teve saudades: da voz do Hilário. Acabavam sempre na taberna da Tia Joaquina a comer iscas e a discutir poesia. Contava Pascoaes, que o Faria e Maia, antes de partir para os Açores, depois de formado, foi-se despedir da Taberna e da Tia Joaquina de casaca e chapéu alto. Naquele tempo foi um acontecimento. Hoje, já não há a mesma distância, entre o chapéu alto e a taberna.» in "Olhando para trás vejo Pascoaes", de Maria da Glória Teixeira de Vasconcelos.
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