29/03/12

Educação - "Vai- te embora pulga maldita / batata frita / viva o Benfica" da canção infantil "Atirei o pau ao gato"

Eduardo Mascarenhas


«Atirei o Pau ao Gato do Benfica: pai explica-se ao Relvado


"Se não batessem na minha filha, não me chateava tanto", revela Eduardo Mascarenhas em declarações ao Relvado, garantindo que não está contra o Benfica.


"Contra o Benfica não, contra o clubismo exacerbado". É desta forma que se justifica em declarações ao Relvado o pai portista que se queixou da versão "Vai- te embora pulga maldita / batata frita / viva o Benfica" da canção infantil "Atirei o pau ao gato". Eduardo Mascarenhas provocou a polémica depois de denunciar e de contestar o facto de a cantilena ser cantada no jardim de infância que a sua filha frequentava, em Mafra.


"Se não batessem na minha filha, não me chateava tanto", ressalva, denotando que tinha conhecimento da situação desde o início do ano lectivo, mas realçando que só agiu depois de a mulher ter reparado que o caso "começou a criar conflitos na sala de aula". Eduardo Mascarenhas revela ao Relvado que "aquilo começou a trazer problemas" e justifica assim que tudo isto se transformou numa "causa" pedagógica, garantindo que não está particularmente interessado na questão clubística.


É certo que a sua revolta de pai trouxe o assunto para o domínio da eterna batalha entre FC Porto e Benfica e este terapeuta confessa ao Relvado que ouviu dos outros pais, maioritariamente benfiquistas, gritos de "vai para o Porto, isto aqui é Lisboa".


"Fui hooliganizado!"


O caso passou-se no Jardim de Infância de Santo Isidoro da Ericeira e Eduardo Mascarenhas conta ao Relvado que foi "hooliganizado" no âmbito de uma reunião onde pensou que o caso fosse amenizado, depois de ter falado com os responsáveis do Agrupamento de Escolas da Ericeira (AEE). "Tive os pais aos berros e a quererem empurrar-me e a forçarem-me para ver se eu entrava em reação física, para depois chegar a polícia para dizerem que eu estava maluco", relata, constatando que chamaram mesmo a GNR ao local. Estes encarregados de educação alhearam-se do papel de pais e passaram para o campo do adepto, nota, referindo-se aos "pais feitos claques".


"É um hábito de tal forma entranhado, que acharam um absurdo vir eu pedir para mudar aquilo", desabafa, atestando que "é quase como que uma lei" e relatando que os miúdos "cantam duas, três vezes por dia" a canção numa "prática diária". "As crianças aos três anos não percebem, mas aos 4 já percebem, e ficam lá até aos 5, 6 anos", aponta. "Como é que é possível estar-se a cantar isto em todo o distrito de Lisboa?" Questiona ainda, apontando para aquilo que será uma prática generalizada e perguntando se um comportamento exibido na sala de aula, "por uma educadora, durante anos consecutivos, não tem impacto na relação das crianças entre si e na relação da criança com a vida?".


Contactado pelo Relvado, o presidente do Conselho Executivo da Associação de Pais e Encarregados de Educação do AEE, Rui Duarte, constata que estão a decorrer "reuniões para apurar factos". "Brevemente haverá um esclarecimento sobre o caso. Estamos a tentar resolver as coisas em prol das crianças", diz.


O Relvado tentou também falar com o diretor do Conselho Pedagógico do AEE, Alfredo Carvalho, mas até ao momento não foi possível.


"Estás a puxar pelo Benfica?!"


Eduardo Mascarenhas conta ainda ao Relvado que, aquando do Benfica-Zenit da Liga dos Campeões, e enquanto torcia pelos encarnados - "como faço com todas as equipas portuguesas", sublinha -, a filha lhe fez a seguinte pergunta: "ó pai, mas então o Benfica não é contra o Porto, estás a puxar pelo Benfica?!". Este pai lamenta que "o exemplo" que dá em casa não tenha seguimento e sustenta que estas crianças "não retiram da escola nenhum sentido de identidade nacional, de país, de Portugal, mas retiram de clubes".


O terapeuta assegura também que o presidente do AEE lhe confidenciou que "por acaso" é "benfiquista" e que não vê "muito mal" no caso. "Aqueles que defendem isto são benfiquistas", não duvida este adepto do FC Porto - "nem sou sócio", garante contudo -, reparando que "o grande problema é que são tantos e estão em tantos níveis que é perverso".


Foi contactado pelo FC Porto


O FC Porto, que já tomou posição pública sobre o assunto, referindo-se aos "fascistas do gosto" e a "ayatollahs das suas próprias preferências", contactou Eduardo Mascarenhas antes de divulgar esse comunicado, para confirmar a história. E ele só estranha que mais clubes não se tenham manifestado, considerando que estão em causa também interesses em termos "de marcas, de marketing e de mercado".


FC Porto contra "Atirei o Pau ao Gato do Benfica"


Enquanto espera os trâmites legais no seguimento das queixas que apresentou no AEE, na Inspeção Geral de Educação e no Ministério da Educação, Eduardo Mascarenhas repara que a filha não voltará à escola. "Não vou entregar a minha filha a esta educadora, nem pensar", diz, lamentando que esta contou aos miúdos, na passada segunda-feira, 19 de março, por ironia Dia do Pai, que não podiam cantar o "Atirei o pau gato" por causa dele, que era "mau".


Como ponto final para este caso, Eduardo Mascarenhas frisa no Relvado que só vai descansar "se houver uma inspeção geral a todo o agrupamento e puser isto tudo limpo". "Tentei tudo e mais alguma coisa até chegar à queixa e isso só aconteceu porque os responsáveis não quiseram resolver, quiseram impor uma coisa que é absurda", constata, concluindo que "ignoraram a criança".» in http://relvado.sapo.pt/diversos/atirei-pau-gato-benfica-pai-explica-se-relvado-378581


(Atirei o Pau ao Gato versão SLB)
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Coitadinhas das criancinhas... Pai perdoai-lhes, pois não sabem o que dizem...

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