13/03/12

Ambiente e Ecologia - Só depende dos decisores políticos a concretização do acesso de toda a população mundial à água!

Metade da população mundial não tem ainda acesso à água


«Vontade política é o que falta para concretizar acesso global à água


Só depende dos decisores políticos a concretização do acesso de toda a população mundial à água. A opinião foi expressada pela relatora das Nações Unidas para o Direito à Água e ao Saneamento, Catarina Albuquerque.


Catarina Albuquerque apresentou nesta terça-feira um livro, resultado do seu trabalho pelo mundo inteiro para recolher "boas práticas" na realização do acesso à água, um direito reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2009.


Os exemplos que a especialista recolheu em países de todo o mundo mostram que "é possível realizar este direito desde que haja vontade política, determinação, vontade de fazer mais e melhor", transmitiu à Agência Lusa.


As experiências apontadas vêm de países tão ricos como o Japão ou a Finlândia, mas também de países com grandes dificuldades económicas, e levam a concluir que "há soluções pequenas, de baixo custo, que promovem a realização do direito à água".


"Temos de aprender uns com os outros e no livro tento mostrar as boas práticas que já existem e nas quais as pessoas e os países que ainda têm dificuldades se devem inspirar para tornarem o direito à água uma realidade para toda a gente", alertou a relatora da ONU.


Metade do mundo sem acesso à água


"O que nos falta é mais vontade política para ampliar e multiplicar este tipo de práticas para que o mundo se transforme e para que deixe de ser um lugar onde metade da população não tem ainda acesso à água e a saneamentos dignos, de qualidade, e em que mil milhões de pessoas praticam as suas necessidades a céu aberto", salientou Catarina Albuquerque.


"Os políticos talvez prefiram estar a investir em coisas que se vejam de forma mais direta. Como querem vitórias a muito curto prazo, esquecem-se dos benefícios a médio e longo prazo que a água e o saneamento nos trazem"


O sonho da especialista era promover o intercâmbio e ajuda entre Estados para a realização deste direito, até porque "os problemas são muito parecidos" de país para país.


Catarina Albuquerque referiu estudos que mostram que, "por cada dólar investido em água e saneamento, o retorno que o país recebe devido a benefícios na área da saúde e na área do desenvolvimento pode ir até aos 33 dólares".


Fórum Mundial da Água


O lançamento do livro de Catarina Albuquerque, em colaboração com a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Saneamento (ERSAR), ocorre no âmbito do VI Fórum Mundial da Água, que se realiza até sábado, em Marselha. Na iniciativa estão presentes a ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, e várias entidades portuguesas.


Responsáveis de todo o mundo estão esta semana em Marselha e analisar "soluções concretas" para os problemas da gestão e acesso à água, os financiamentos e os casos de seca e cheia, mais frequentes com as mudanças do clima.» in





(Começa 6º Fórum Mundial da Água)

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