«“SOU APENAS MAIS UM PORTISTA”
Teófilo Cubillas – o melhor futebolista peruano de todos os tempos e um dos melhores de sempre em várias listas de prestígio – voltou ao FC Porto, 36 anos depois. Desde o regresso ao seu país, em 1977, após três temporadas de luxo com a camisola 10, que não pisava solo português. Esta quinta-feira mostrou-se encantado com o Estádio do Dragão e intitulou-se humildemente como um simples adepto.
Após visitar o Dragão, acompanhado por Fernando Gomes (que chegou a ser seu companheiro de equipa), manifestou-se impressionado ao www.fcporto.pt: “Sempre achei que, nesta vida, cada um tem o que merece. Com aquilo que tem ganho, sendo campeão da Europa e do Mundo, o FC Porto merece um estádio como este. Está noutro patamar e felicito os responsáveis. Deixo uma palavra especial ao presidente, porque não é normal permanecer-se num clube durante 30 anos. Isso só se consegue por mérito. Há presidentes que ficam muitos anos mas os adeptos não estão felizes. Aqui, todos os portistas estão felizes pelo que conseguiu e eu sou apenas mais um portista”.
O peruano não perdeu a oportunidade de pedir a Jorge Nuno Pinto da Costa para “continuar” no cargo e recordou o período em que o conheceu, como director do clube: “Já olhava para ele como um visionário. Não estranho o que conseguiu, porque é um produto do que fez na vida. Como se diz no Peru, semeia coisas boas e colherás coisas ainda melhores”.
No trajecto pelos gabinetes do estádio, reconheceu fotografias suas com a camisola azul e branca, apenas lamentando o facto de não ter nenhum retrato com a faixade campeão. “Se tivesse ficado mais tempo talvez tivesse conseguido. Quando cheguei, o clube começou a despertar e a ser um rival para o Benfica, que era a equipa a bater. Fico feliz por o FC Porto ter continuado a subir e esse esforço tinha de dar frutos em algum momento”. Foi por pouco: em 1978, cerca de um ano e meio depois de abandonar o clube, os Dragões sagraram-se campeões nacionais, interrompendo um longo jejum.
Para além de ser um óptimo contador de histórias, Cubillas é detentor de uma memória muito viva. Lembra-se “como se fosse hoje” da chegada ao Porto. “Cheguei ao aeroporto e estava uma enorme multidão, mas aquilo de que me lembro melhor é do trajecto até às Antas. Havia gente nas ruas a acenar-me. Só tinha vivido algo semelhante no Peru, aquando da qualificação para o Mundial do México, em 1970, quando deixámos a Argentina de fora. Era um país novo e não tinha ideia de como seria a recepção. Motivou-me e sensibilizou-me muito”, recordou.
Há 36 anos movimentava-se “de olhos fechados” na cidade, mas em 2012 admite que reconhece pouco do Porto em que viveu. No entanto, mantém uma ligação forte ao clube, através do “antigo vizinho” e das transmissões televisivas, especialmente das competições europeias. Cubillas reside actualmente em Miami e passa também muito tempo no Peru. É na sua terra natal que se apercebe de um facto que o orgulha: “Quando vejo nos jornais os resultados do FC Porto, os jornalistas catalogam-no como ‘a equipa de Cubillas’. Se se fala de Portugal, há logo uma associação ao FC Porto. Isso honra-me muito”.» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futcubillasdec_220312_67851.asp
«Teófilo Cubillas
Carreira
Primeira Divisão
Estreou-se aos 16 anos, jogando pelo Club Alianza Lima. Na sua segunda temporada converteu-se no máximo goleador do Campeonato Peruano de Futebol com 19 golos e aos 18 anos já era o melhor jogador do seu país. Em 1967 joga a sua primeira partida internacional, em que o Alianza Lima vence o Independiente da Argentina por 6-1, com Cubillas a apontar 2 golos. A sua fama de grande jogador estende-se por toda a América do Sul.
Em 1971 fez parte de um combinado de jogadores do Alianza Lima e do Municipal, que numa digressão derrotaram o Benfica de Eusébio e posteriormente em Lima golearam por 4-1 o Bayern de Munique de Beckenbauer, Maier e Müller, numa noite muito recordada no Peru pela ampla superioridade demonstrada sobre o campeão europeu e pelo concerto de "túneis", "tabelinhas" e fintas dado por Cubillas e Sotil (outro craque da época), que levou a que fossem baptizados como "a dupla de ouro".
Em 1972 foi eleito melhor jogador da América do Sul, prémio realçado pelo facto de nesse ano o segundo lugar ter sido atribuído nada menos que ao Rei Pelé.[4] Nesse mesmo ano foi também o artilheiro da Copa Libertadores.
Em 1973 integrou a selecção da América que enfrentou a da Europa de Cruyff, Eusébio e Beckenbauer. A partida terminou 4-4, tendo a selecção da América vencido por 7-6 nos penalties. Nessa noite, Cubillas jogou ao lado de outras figuras sul-americanas como Roberto Rivellino, Fernando Morena, Paulo Cézar Lima, Miguel Brindisi, Víctor Espárrago, Héctor Chumpitaz e outros.[5]
Em julho desse mesmo ano emigrou pela primeira vez, assinando pelo FC Basel, da Suíça, onde permaneceu apenas seis meses. Transferiu-se depois para o FC Porto, onde jogou 3 temporadas com a camisola 10, marcando 65 golos em 108 partidas oficiais e sagrando-se goleador, capitão e ídolo. Ainda hoje é considerado um dos melhores estrangeiros que já jogaram no clube e no futebol português.
Depois da sua passagem por Portugal, em 1977 decidiu voltar ao Peru para jogar novamente pelo Alianza Lima, junto de outras figuras como Cueto, Velasquez e Sotil, formando uma das melhores equipas na história do clube, que conseguiu o bicampeonato em 1977 e 1978.
Posteriormente, em 1979 transferiu-se para a North American Soccer League, onde na época jogavam alguns dos melhores futebolistas do mundo, para alinhar nos Fort Lauderdale Strikers ao lado de destacadas figuras como Gerd Müller, Figueroa, George Best e Bernd Hölzenbein. Cubillas jogou cinco temporadas no clube, sagrando-se o melhor jogador e máximo goleador da sua história.
A sua despedida oficial foi em 1986, com 36 anos de idade, depois de vinte anos jogando futebol, numa partida memorável onde participaram diversas estrelas de todo o mundo.
Em 1987, na sequência do trágico acidente aéreo em que morreram todos os jogadores do Alianza Lima, Cubillas voltou a jogar pelo seu clube nas 13 jornadas restantes, conseguindo o vice-campeonato.
Em 2008 a IFFHS reconhece-lhe 268 golos em 469 partidas oficiais em torneios de primeira divisão, designando-o como um dos centrocampistas mais goleadores da história do futebol, superando outros grandes do mundo como Zidane (95), Baggio (205), Platini (207), Rivaldo (229) e Maradona (259).
Cubillas foi considerado um dos melhores futebolistas do mundo nos anos 70 e foi um dos jogadores mais completos que se viu jogar. É também um dos 50 futebolistas mais votados como Melhor Jogador em todos os rankings históricos que se fizeram no final do Século XX.
Selecção Peruana
Aos 19 anos integrou a Selecção Peruana de Futebol que impediu a Argentina de se qualificar para o Mundial do México 70, vencendo por 1-0 em Lima e empatando 2-2 em Buenos Aires. Nessa Copa do Mundo a selecção peruana atingiu os quartos-de-final (onde perdeu com o Brasil, que viria a sagrar-se campeão, por 4-2), tendo Cubillas apontado 5 golos e sido considerado o melhor jogador jovem do torneio. O seu rendimento foi tão bom que depois do Mundial Pelé apontá-lo-ia como seu sucessor.
Nas eliminatórias do Mundial da Alemanha 74 Cubillas não pôde participar na partida decisiva que a sua selecção perdeu contra o Chile por 2-1 em Montevidéu.
Em 1975 liderou a selecção peruana até à vitória na Copa América, derrotando na final a Colômbia por 1-0. Na semifinal Cubillas marcou ao Brasil um belo golo de "folha seca", especialidade que desenvolveu desde muito jovem com a ajuda do brasileiro Valdir Pereira (Didi).
Na Copa do Mundo de 1978, o Peru fez uma magnífica primeira fase ao vencer a Escócia por 3-1 e o Irão por 4-1 e empatar 0-0 com a Holanda. O seu meio-campo foi considerado o melhor do Mundial. Cubillas apontou 5 golos e foi decisivo para a qualificação da sua selecção para os quartos-de-final. Nesse mesmo Mundial, foi autor de um dos mais belos livres da história do futebol, que marcou com três dedos, colocando a bola no ângulo. Na segunda fase a equipa teve um desempenho inferior e perdeu com o Brasil, Polónia e finalmente por 6-0 com a Argentina. A derrota ante os argentinos gerou muita polémica porque para os entendidos não existiam diferenças futebolisticas entre as equipas que justificassem um resultado tão desnivelado. Cubillas jogou fora da sua posição normal (como avançado centro) naquela derrota, mas mesmo assim foi um dos poucos jogadores com participação honrosa na partida.
Depois, já com 33 anos, participou na Copa do Mundo da Espanha 82, da qual a sua selecção foi eliminada na primeira fase. Depois do Mundial espanhol, Cubillas retira-se da selecção, deixando para a lembrança 45 golos em 107 partidas.
Em fevereiro de 2008, em comemoração dos 50 anos da primeira conquista da Copa do Mundo pelo Brasil, a revista SI Latino armou a Selecção Ideal com os melhores jogadores sul-americanos que participaram em Mundiais neste meio século.[6] A equipa foi a seguinte: José Luis Chilavert (Paraguai); Elías Figueroa (Chile), Héctor Chumpitaz (Peru), Daniel Passarella (Argentina) e Roberto Carlos (Brasil); Paulo Roberto Falcão (Brasil), Enzo Francescoli (Uruguai), Teofilo Cubillas (Peru) e Diego Maradona (Argentina); Garrincha e Pelé (Brasil).» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Te%C3%B3filo_Cubillas
(Idolos Deportivos: el Nene Cubillas)
(Gol de Teofilo Cubillas)
(Cesar Cueto,Teofilo Cubillas y Jose Velasquez - el mejor mediocampo del Mundo)
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