

OU A IMPERIOSA NECESSIDADE DE UMA ECOÉTICA/ECOSOFIA
O filme de Yann Arthus-Bertrand proporciona-nos uma reflexão sobre uma interrogação fundamental: que relação estabeleceu e estabelece o ser humano com o seu ancestral “habitat”, a Terra? E a resposta a esta interrogação reenviará o ser humano à inquietação primeira: Qual é a essência do Homem? O que é e quem é o Homem?
Ao longo do documentário, é perceptível a relação ambivalente de amor-ódio que o homem mantém com o Planeta Terra. Por que destruímos os recursos naturais? Por que maltratamos a Terra?


O homo sapiens sapiens intrometeu-se na biografia de 400 biliões de anos do Planeta e rompeu com o equilíbrio natural: “alterou a face do mundo”. A desflorestação, a escassez de água, a poluição do ar (através da emissão de gases tóxicos para a atmosfera), a agricultura intensiva, ludibriando o Tempo de gestação e de criação quer de animais não humanos, quer de produtos hortícolas, fazem perigar os ecossistemas e, com isso, ameaçam a biodiversidade.

Não percebemos que ao fazer perigar a vida no Planeta-Mãe nos aniquilamos. É uma relação de reciprocidade. Mas se os recursos naturais escasseiam, devido à irresponsabilidade humana, isso revela que a inteligência, “recurso” ou capacidade intrinsecamente humana, não abunda entre nós.

Aliás, todo pensamento, toda a prática do Homem Ocidental encontra-se profundamente enraízada nesta ética antropocêntrica cuja premissa se poderia objectivar no facto do mundo natural existir única e exclusivamente para benefício dos seres humanos. Ética especista, que nega os valores intrínsecos à riqueza e à diversidade de formas que transgridam a condição humana. Mas tal


E no contexto dos pensadores que propugnam uma ecoética, parece-me importante relembrar o imperativo ético de Hans Jonas: “Age de tal maneira que os efeitos da tua acção na terra sejam compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra”. Entre nós, Miguel Baptista Pereira advoga a bioética como o domínio que “concerne à responsabilidade do homem enquanto observador solicito e guardião de todas as formas de vida”. E é esta atitude de protecção contínua (e partilhada) face ao meio ambiente que deverá ser encetada. De resto, este respeito surge também no documentário através, por exemplo, dos parques eólicos ou de placas solares. Sim, “olhemos para o sol”, mas também para dentro de nós. Não só como forma de recuperarmos a confiança traída mas de repor a relação harmoniosa, de outrora, com a natureza.

Mas a revisitação aos actos praticados pelos humanos, documentados, só adquire sentido quando cada um de nós, munido de consciência e responsabilidade, se eleva através de uma temporalidade prospectiva e se pergunta: O que fazer doravante? Como actuar?
E não é por acaso que ouvimos uma voz, insistente e repetidamente, no filme que poderia muito bem ser a da nossa consciência moral, dizer: “É tarde de

Há uma exigência ética fundamental: a de repensar esta ruptura que o ser humano operou com os valores nobres e vitais. Não só como forma de recuperar o equilíbrio exterior ou ambiental, como também a interioridade perdida.
Estaremos a tempo de inverter estas duas tendências correlativas: a da nossa crescente desumanização e a do suicídio assistido que lentamente fo

Elsa Cerqueira
Casa da Cultura e da Juventude, 8 de Julho de 2009»
Mais informações sobre este magnífico filme que nos interpela e alerta, no seguinte link:
http://www.home-2009.com/us/index.html
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Um filme importantíssimo, Helder.
ResponderEliminarNo próximo filme-debate estás (como sempre) convidado a aparecer com a tua família. Aliás, foi o que fizeram alguns colegas e amigos nossos.
Bj.
Espero poder ir, o que não foi possível desta vez!
ResponderEliminarObrigado, Elsa, por partilhares mais um texto brilhante connosco!
Helder:
ResponderEliminarEm lugar idêntico em
http://anabelapmatias.blogspot.com/2009/07/home.html
deixei um simplissíssimo comentário que transcrevo:
eLSA aNABELA E DEMAIS FAMILIARES:
A SÉRIO Q HÁ Q MUDAR CORAÇÃO DE PEDRA EM CORAÇÃO DE CARNE E MÃO NÃO COMANDADDA POR MÃO OBEDIENTE A CÉREBRO E CORAÇÃO INTELIGENTES. o IMPERATIVO ÉTICO-ECO-SITÉMICO A TAL OBRIGA...
uM ÀPARTE A eLSA -- CITASTE MEU GRANDE PROFESSOR mIGUEL bAPTISTA pEREIRA... o CONHECES?
Acrescentarei para o Amigo uma palavra também séria -- é de que espero bem que teus filhos Amigo tornem definitivamente azul este planeta nosso e para isso árduo e esperançoso trabalho como o Amigo bem sabe cabe a seus pais.
Mas eles é que herdarão a Terra que lhes deixarmos!
abraço amigo Helder de sempre!