Gripe A - A Senhora Ministra está sempre a dizer que está tudo controlado, mas toda a gente tem Setembro...

«Infantários e creches sem plano contra Gripe A

por CÉU NEVES

Maioria das creches, infantários e ATL não tem informação sobre a doença. Há quem vá à Internet buscar dados ou os receba dos pais das crianças. Mas também há delegados de saúde a visitar estabelecimentos. Direcção-Geral da Saúde quer reunir-se para a semana para definir um plano de contingência para as escolas. Estão confirmados mais quatro casos.A Creche Sempre em Flor, em Mem Martins, continua aberta, apesar de uma das suas crianças ter gripe A. É a indicação dada pelo delegado de saúde local que entende não se justificar o encerramento. O estabelecimento já tinha recebido informação oficial de como prevenir a doença, ao contrário do que acontece na maioria das creches e infantários do País, que estão abertos. Ontem fora confirmados quatro novos casos da doença, fazendo subir para 61 o total de infectados.

Uma prospecção em creches, infantários e ATL do País mostra que cada direcção aplica as suas regras, não havendo um plano de base. E alguns nem em Agosto fecham as portas. Há quem tenha retirado o material informativo do site da Direcção-Geral de Saúde; quem recebesse informação através dos pais, individualmente ou via confederação; ou fosse visitado pelo delegado de saúde local.

Graça Freitas, subdirectora-geral de saúde, admite aquelas situações e informa que têm reuniões para a semana com os representantes dos estabelecimentos para definir o Plano de Contingência Nacional.

João Alvarenga, presidente da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular, diz que tem um encontro marcado para dia 16. E o padre Lino Maia, presidente da confederação das Instituições Particulares de Solidariedade Social, espera a reunião para definir formas de actuação.

"Quando falamos no Plano de Contingência Nacional para as escolas, estamos a falar desde as creches até aos estabele- cimentos de ensino superior", sublinha Graça Freitas. "São os representantes das instituições que devem dizer quais as necessidades e, caso se justificar, intervimos prioritariamente nas creches e infantários".

A creche de Mem Martins acaba por ter uma situação privilegiada em termos de prevenção. "O representante do delegado de saúde de Mem Martins esteve cá na sexta-feira a dizer o que devíamos fazer para prevenir a gripe A e os cuidados de higiene que devíamos ter", conta Conceição Andrade, a coordenadora da Creche.

E foi precisamente nesse dia à noite que foi diagnosticada a gripe A a um menino de três anos da instituição, que tinha regressado de férias do México a 31 de Julho. Conceição Andrade diz que, uma vez que tinham a informação, faltava-lhes decidir se deveriam encerrar o estabelecimento. E o delegado de Saúde entendeu que não se justificava fechar (ver entrevista).Em contrapartida, vão tirar a temperatura das crianças e funcionários duas vezes ao dia e, ao primeiro sinal de febre alta, informar a autoridade sanitária. Este procedimento vai decorrer até segunda-feira, quando já terá passado o período de incubação da doença. O menino esteve na creche entre quarta-feira e sexta-feira, tendo registado uma ligeira febre. A existência do vírus H1N1 foi confirmada na sexta. Mas só na segunda-feira a escola poderia tomar medidas, mais de 48 horas após o menino já estar em contacto com as outras crianças. As autoridades sanitárias decidiram não administrar o Tamiflu e manter a porta aberta.

A Confederação Nacional das Associações de Pais concorda com a ministra da Saúde em não se adiar o arranque do próximo ano lectivo, defendendo um rastreio nas escolas no início das aulas.» in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1302957