
«A revolta pelas mãos de HeltonMilhares de quilómetros depois de uma vitória épica na Liga dos Campeões, a que o adversário de Alvalade pudera
assistir confortavelmente do sofá, a equipa do F.C. Porto, alvo de sátiras e gracejos, provou que o acontecera em Kiev não sucedeu por mero acaso. Fê-lo num invulgar assomo de energia e coragem, mesmo reduzido a nove elementos, mesmo depois de duas horas de futebol, de uma dúzia de grandes penalidades e reerguendo-se de uma entrada infeliz no jogo, da qual caiu, como que do céu, a vantagem do Sporting.
A eliminatória termina nas luvas de Helton, bravo, vidente, fantástico na forma como travou duas grandes penalidades e falhou uma terceira defesa por pouco, mas a verdade é que a bola poderia ter sido depositada na mesmíssima porção de terreno ainda no decorrer do tempo regulamentar. Por três vezes e, então, com Rui Patrício obrigado a evitar o dito castigo máximo. Primeiro, numa falta de Polga sobre Hulk, um pouco mais tarde, num derrube do próprio guarda-redes ao mesmo Hulk, quando não revelou a menor intenção de jogar a bola, e, finalmente, numa cotovelada de Rochemback a Rolando, incrivelmente interpretada como falta atacante.O triplo lapso de Bruno Paixão, que já havia demonstrado antes uma gritante dualidade de critério, em particular na aplicação da disciplina, ora sancionando, ora ignorando lances em tudo semelhantes, forçou o prolongamento e o brilho de Helton, que silenciou o estádio, emprestando momentaneamente o perfume que o Sporting e a instalação sonora de Alvalade prometiam propagar em Lisboa.
A história não ficaria completa sem uma referência a Hulk, autor do golo portista num lance prodigioso, mestre da alta velocidade e alvo de um número incontável de faltas e vários julgamentos injustos. E, neste caso, a crítica não começa e termina no árbitro da partida. Acabou expulso, numa minúcia sem par, e aos abraços a Lisandro, na evidência da força do grupo Tricampeão.Reeditou-se a final da Taça de Portugal. Agora à quarta eliminatória, novamente em Lisboa, mas com um desfecho diferente, mais aproximado à vitória portista à passagem da quinta jornada da Liga, porque, a História (até a do futebol) não se cansa de explicar, não há mal que sempre dure. Mesmo que seja necessário um esforço hercúleo para o negar.
FICHA DE JOGOTaça de Portugal, 4ª eliminatória
Estádio de Alvalade, em Lisboa
9 de Novembro de 2008
Assistência: 27.800 espectadores
Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal)
Assistentes: António Godinho e Paulo Ramos
4º árbitro: António Artur Taia
SPORTING: Rui Patrício; Abel, Caneira, Polga e Miguel Veloso; Rochemback; João Moutinho, Romagnolli e Izmailov; Postiga e Liedson
Substituições: Romagnolli por Pedro Silva (65m), Postiga por Yannick (82m), Izmailov por Tiuí (119m)
Não utilizados: Tiago, Daniel Carriço, Ronny e Pereirinha
Treinador: Paulo Bento
F.C. PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Pedro Emanuel «cap»; Lucho, Fernando e Raul Meireles; Lisandro, Hulk e Mariano
Substituições: Mariano por Tomás Costa (46m), Raul Meireles por Rodríguez (55m) e Fucile por Lino (100m)
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Sektioui e Pelé
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 1-0Final dos 90 minutos: 1-1
Final dos 120 minutos: 1-1
Marcador: Liedson (28m), Hulk (58m)
Disciplina: cartão amarelo Bruno Alves (36m), Pedro Emanuel (41m e 82m), Lucho (47m), Caneira (54m e 67m), Polga (64m), Hulk (67m e 117m), Liedson (72m), Pedro Silva (75m), Miguel Veloso (102m), Abel (113m), Helton (120m); cartão vermelho a Caneira (67m), Pedro Emanuel (82m), Hulk (117m)» in site F.C. Porto.
1.º Golo do Jogo por Liedson, para o Sporting!
Golão de Hulk, no empate do F.C. do Porto!
Desempate por Grandes Penalidades, sempre um momento de emoções fortes, desta vez com o verdadeiro Helton!
Rescaldo de um Grande e Jogo de Futebol que o F.C. Porto venceu!

Bruno Paixão, o triste protagonista que quase estragou um excelente jogo de futebol!
----------------------------------------------------------------------------
Assistiu-se a um grande jogo de futebol entre as duas melhores equipas portuguesas da actualidade; afinal uma já está na 2.ª Fase da Liga dos campeões, a outra está a um passo. Além disso, estas duas equipas tem sido os protagonistas das grandes finais de futebol em Portugal - Taça de Portugal e Supertaça Cândido Oliveira -, nos últimos tempos. Paulo Bento e Jesualdo Ferreira mostraram grande competência e coragem ao fazerem as suas equipas jogar de peito aberto, tornando o jogo espectacular, para já o melhor da época, uma autêntica final
antecipada. No F.C. do Porto, Helton foi a melhor unidade, bem secundado por Fucile, Bruno Alves, Rolando Rodriguez, Fernando e Hulk. Hulk que marcou um golo épico, depois de uma corrida de de 60 metros, mandou uma bomba fulminante para a baliza de Rui Patrício que ficou a assistir. Mal mesmo só Bruno paixão e a sua equipa: uma arbitragem a roçar o medíocre; são estes os árbitros do pós Apito Dourado, estamos bem servidos, não há dúvida... Viva o F.C. do Porto que compensou menor qualidade de jogo do que o Sporting, que compensou com garra e espírito de Dragão! Continuamos na Taça de Portugal 2008/2009, Viva o F.C. Porto!
Sem comentários:
Enviar um comentário