11/11/08

Resistência, em Tempos de Grande Resistência!









Resistência - "Marcha dos desalinhados" - (ao vivo)

Resistência - "Traz outro amigo também" - (ao vivo)

Resistência - "Amanhã é sempre longe demais" - (ao vivo)


Resistência - "Nasce Selvagem" - (ao vivo)

Delfins - "Nasce Selvagem"

Aliança - "Aquele Inverno"

Resistência - "Timor" - (ao vivo)

Resistência - "Fado" - (ao vivo)

Resistência - "Prisão em si" - (ao vivo)

Resistência - "Fim" - (ao vivo)

Xutos & Pontapés - "Não sou o único"

1001 Cordas - "Não sou Único" - (Resistência)

«Resistência (banda)

Origem: País Portugal
Período de: 1989 a 1994
Gravadora(s): BMG / EMI
Integrantes Alexandre Frazão; Rui Luís Pereira (Dudas); Fernando Cunha; Fernando; Júdice; Fredo Mergner; José Salgueiro; Miguel Ângelo; Olavo Bilac; Pedro Ayres; Magalhães; Tim; Yuri Daniel; Teresa Salgueiro; Filipa Pais; Anabela Rodrigue
A Resistência foi um supergrupo português. Foi uma das bandas que mais marcaram a música portuguesa, principalmente entre o fim da década de 80 e o início da década de 90. O projecto consistiu na união de esforços entre vários músicos, provenientes de outras andanças, e na transformação, adaptação e nova orquestração de temas trazidos por eles (e não só) para uma vertente mais acústica e virada para uma valorização da "voz" como instrumento, e na junção dessas mesmas vozes, mostrando a força da união. Os temas, quando interpretados pela Resistência, ganharam vida nova e uma alma genuína, nunca antes vista.
O grupo era constituído por Alexandre Frazão na bateria, Rui Luís Pereira (Dudas) na guitarra, Fernando Cunha na voz e guitarras, Fernando Júdice e Yuri Daniel no baixo, Fredo Mergner na guitarra, José Salgueiro na percussão, Miguel Ângelo na voz, Olavo Bilac na voz, Pedro Ayres Magalhães na voz e guitarras e Tim também na voz e guitarras.

História

Como tudo começou

Na cidade de Lisboa, na edição da Feira do Livro de 1989, deu-se o primeiro passo para a criação do projecto que mais tarde se iria designar por Resistência. Teresa Salgueiro, Anabela Rodrigues e Filipa Pais, ao lado de Pedro Ayres Magalhães, o mentor do projecto, estiveram presentes numa sessão experimental primordial.
Na seguinte reunião, as vozes femininas dos Madredeus, Mler Ife Dada e Lua Extravagante, deram a vez a um elenco completamente masculino, cujo núcleo contou com Pedro Ayres Magalhães, Miguel Ângelo, Tim, Fernando Cunha e Olavo Bilac (nesta altura já existiam os Santos & Pecadores, mas ainda não tinham gravado). A esse rol de artistas juntaram-se uma série de nomes tais como José Salgueiro e Alexandre Frazão na bateria e percussões, Rui Luís Pereira (Dudas) e Fredo Mergner nas guitarras e também Fernando Júdice e Yuri Daniel no baixo. A voz de Olavo Bilac juntou-se ao projecto e o elenco ficou completo, com três vozes principais e seis guitarras acústicas.

Os temas do sucesso

Temas como "Não Sou o Único", dos Xutos & Pontapés e "Nasce Selvagem" dos Delfins foram adaptados pelo novo grupo e muito rapidamente se transformaram nos principais hinos da Resistência. No São Luís, em Lisboa, a Resistência apresentou em concerto os temas "Só no Mar", "Nunca Mais", "Marcha dos Desalinhados", "No Meu Quarto" e "Aquele Inverno", além do grande sucesso, "Circo de Feras". Estes temas, entre outros, vieram a fazer parte do disco de estreia, "Palavras ao Vento".
Por ordem alfabética dos títulos dos temas, passamos a associar a origem de cada tema da Resistência, no que diz respeito à banda ou artista a que originalmente pertence:

* "A Noite" (Sitiados)
* "Amanhã é Sempre Longe Demais" (Rádio Macau)
* "Aquele Inverno" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) - Delfins
* "Chamaram-me Cigano" (Zeca Afonso)
* "Circo de Feras" (Tim) - Xutos & Pontapés
* "Erva Daninha" (António Variações) - Tema não acabado
* "Esta Cidade" (João Gentil) - Xutos & Pontapés
* "Fado" (Pedro Ayres Magalhães / Paulo Pedro Gonçalves / António José de Almeida) - Heróis do Mar
* "Fim" (João Gil) - Trovante
* "Finisterra" (Rui Luís Pereira - Dudas)
* "Liberdade" (Pedro Ayres Magalhães)
* "Marcha dos Desalinhados" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) - Delfins
* "Mano a Mano" (Pedro Ayres Magalhães) - Madredeus
* "Não Sou o Único" (Zé Pedro) - Xutos & Pontapés
* "Nasce Selvagem" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) - Delfins
* "No Meu Quarto" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) - Delfins
* "Nunca Mais" (Pedro Ayres Magalhães) - Heróis do Mar
* "Perigo" (João Gil) - Trovante
* "Prisão Em Si" (Tim) - Xutos & Pontapés
* "Que Amor Não me Engana" (Zeca Afonso)
* "Só no Mar" (António José de Almeida / Pedro Ayres Magalhães) - Heróis do Mar
* "Traz Outro Amigo Também" (Zeca Afonso)
* "Um Lugar ao Sol" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) - Delfins
* "Timor" (Pedro Ayres Magalhães)
* "Voz-Amália-de-Nós" (António Variações)

O impacto dos discos

O primeiro registo, "Palavras ao Vento", chegou às lojas em 1991. Foi gravado em Outubro e Novembro do mesmo ano, nos estúdios Êxito (Lisboa), com Jonathan Miller e António Pinheiro da Silva como Engenheiros de Som, Paula Margarida e Rui Silva como Assistentes de Som. A masterização ficou também a cargo de Jonathan Miller, embora feita nos CTS Studios, em Wembley, Inglaterra. No ano seguinte a banda rumou à estrada, conseguindo o feito de trinta concertos no total, durante o Verão. Foi uma prova dura para a banda, mas superada com distinção.
Após a dupla-platina conquistada, a Resistência apresentou mais um disco em 1992. "Mano a Mano". O sucessor de "Palavras ao Vento", tomou forma com os mesmos músicos do primeiro trabalho, mas verificou-se alguma inovação. Desde a aproximação a novos ritmos, próximos daquilo que praticavam os Sitiados, mas também aos clássicos da música portuguesa, como os temas "Traz Outro Amigo Também" e "Que Amor Não me Engana", de José Afonso. O disco "Mano a Mano" incluíu ainda temas como "Timor", "Esta Cidade", "Perigo", "Fim", "Prisão em Si", e ainda com os bem sucedidos "Um Lugar ao Sol" e "A Noite".

Feitos à estrada

Já no fim do ano, regressam aos palcos no Porto e em Lisboa, tendo as actuações na capital originado um álbum ao vivo editado em 1993. "Ao Vivo no Armazém 22", de seu nome, o disco apresentou igualmente material inédito até então, assim como uma introdução escrita de autoria de Pedro Ayres Magalhães. 1993 também ficou marcado pelo retorno aos espectáculos, que encaminhou a Resistência a vinte cidades de Portugal. O grupo participa também no primeiro "Portugal ao Vivo", em Alvalade.

Os últimos cartuchos

No seguinte ano de 1994, foram convidados a participar numa homenagem a José Afonso a que se chamou "Filhos da Madrugada", um cd duplo. O tema "Chamaram-me Cigano" foi o escolhido para a homenagem e é a terceira faixa do segundo disco. No fim de Junho seguinte, aliás, como muitas outras bandas portuguesas que integraram o projecto simbólico, a Resistência participou também no concerto de apresentação, que teve lugar no então Estádio José de Alvalade, antecessor do actual Estádio Alvalade XXI.
A última acção do grupo foi uma a participação num disco de tributo a António Variações denominado "Variações - As Canções de António", com o tema "Voz-Amália-de-Nós".

O fim (será?)

Apesar da obrigação para com a editora em gravar um quarto álbum, a banda está inactiva desde 1994. Os músicos que estavam nela envolvidos retornaram aos seus respectivos projectos.
A Resistência foi, sem sombra de dúvida, um projecto que enalteceu a música portuguesa e a "cena" musical portuguesa como um todo. Deu também um novo alento às bandas e autores que "emprestaram" os seus elementos e músicas à causa. Fica no ar a certeza de todos os que vibraram com aquele conjunto de vozes e guitarras durante aqueles anos, e que continuam a fazê-lo a até hoje, de que se a Resistência tem continuado, ou se ela volta, só tem coisas boas para dar à música portuguesa...

Discografia

Álbuns de Estúdio

* 1991 - Palavras ao Vento (BMG)
* 1992 - Mano a Mano (EMI)

Álbuns ao Vivo

* 1993 - Ao Vivo no Armazém 22 (BMG)

Participações em Colectâneas

* 1994 - Filhos da Madrugada Cantam José Afonso ("Chamaram-me Cigano")
* 1994 - Variações - As Canções de António ("Voz-Amália-de-Nós")
* 1994 - Colectânea Número 1 ("Voz-Amália-de-Nós")
* 1997 - 100 Grandes Vedetas da Música Portuguesa - Selecções Reader's Digest ("A Noite")
* 2007 - A Herança Musical de José Afonso ("Traz Outro Amigo Também")» in Wikipédia.

"Aquele Inverno

E eeeh Su uuuuH
E eeeh Su uuuuh
Há sempre um piano
Um piano selvagem
Que nos gela a coração
E nos traz a imagem
Daquele inverno
Aquele inferno
Há sempre a lembrança
De um olhar a sangrar
De um soldado perdido
Em terras do ultramar
Por obrigação, naquela missão
Combater na selva, sem saber porquê
E sentir o inverno, de matar alguém
E quem regressou, guarda a sensação
Que lutou, numa guerra sem razão
Sem razão, sem razão...
Há sempre a palavra
A palavra nação
Que os chefes trazem e usam
Para esconder a razão
Da sua vontade, daquela verdade
E para eles aquele inverno
Será sempre o mesmo inferno
Que ninguém poderá esquecer
Ter que matar ou morrer
Ao sabor do vento, naquele tormento

Perguntei ao céu, será sempre assim
Poderá o inverno nunca ter um fim
Não sei responder só talvez lembrar
O que alguém que voltou, vem contar
Recordar, recordar..."

Mais informações sobre esta banda que, infelizmente já cessou a sua actividade, no seguinte link:
http://cotonete.clix.pt/quiosque/artistas/home.aspx?id=2166

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