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26/09/16

Política - O meu colega e Amigo, Professor Guilherme Koehler, interpela-nos com o cataclismo iminente do "Mundo Liberal", em que coabitamos socialmente.



«O Colapso do Mundo Liberal

Tal como um polvo com os seus tentáculos, o Estado totalitário moderno, tomou conta de tudo o que nos rodeia, usando o seu sistema educativo obrigatório, os seus meios de comunicação de massas, as suas leis positivas impostas e ainda retirando-nos a verdadeira liberdade política, social e económica com o seu sistema capitalista que nos reduz a simples assalariados.

Todo este processo "comunitário" não pode acabar senão num desvio muito perigoso, numa destruição da verdadeira comunidade humana e da ordem natural – numa renúncia à civilização. 

Para agravar tudo isto a saída para combater os estragos individualistas e o caos da nossa sociedade não pode escapar aos efeitos destruidores de um futuro colapso económico e social do mundo liberal que está próximo.

É hora de vivermos, pensarmos e agirmos como católicos, rompendo com o paradigma do neoliberalismo em que estamos afundados.» in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10205379632089642&set=gm.1148872888499844&type=3&theater


07/04/16

Notícias do Clã Soares - O ministro da Cultura, João Soares, acusa o crítico literário Augusto M. Seabra de escrever “calúnias”, prometendo-lhe umas “salutares bofetadas”.




«Ministro da Cultura promete “bofetadas” a crítico cultural

João Soares atira-se no Facebook a Augusto M. Seabra. “Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas”, escreve. “Estou a ver que tenho de o procurar.”

“Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir. Não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia. Ele tinha, então, bolsado sobre mim umas aleivosias e calunias. Agora volta a bolsar, no ‘Público’”, escreve o ministro no Facebook esta quinta-feira.

Em causa está o texto que Augusto M. Seabra assinou na edição de quarta-feira do “Público” , com o título “’Tempo Velho’ na Cultura”.

“A nomeação de João Soares para ministro da Cultura foi uma surpresa que permanece inexplicável já que passados quatro meses não afirmou uma linha de acção política, tão só um estilo de compadrio, prepotência e grosseria. De resto, não tinha qualificações particulares para o cargo”, argumenta o crítico e sociólogo.

Augusto M. Seabra classifica João Soares como um “derrotado nato – perdeu as eleições autárquicas em Lisboa e em Sintra e para secretário-geral do PS – mas também um caso de obstinação”.

“Que um governante se rodeie de pessoas de confiança é óbvio. Mas no caso do gabinete de Soares trata-se de uma confraria de socialistas e maçons”, refere ainda Seabra. “A isto se chama amiguismo, o gesto mais clamoroso sendo a nomeação de um velho apparatchik, Elísio Summavielle, para o CCB, em lugar de António Lamas”.

No Facebook, João Soares cita “uma amiga” para criticar o crítico: "Eis o verdadeiro vampiro, pois alimenta-se do trabalho (para ele sempre mau) dos outros."

E conclui: “Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também.”» in http://rr.sapo.pt/noticia/51184/ministro_da_cultura_promete_bofetadas_a_critico_cultural?utm_source=rss
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Que esquerda de Luxo esta, onde os amigos dos diamantes de Angola e da maçonaria passam estas vergonhas... um betinho filhinho de papa, esquerda de veludo, que não pode com duas latadas a prometer latadas aos outros... ridículo... tolerância democrática... esquerda??? Troglodita... esquerda troglodita... é ministro???

07/03/16

Política Nacional - O meu Colega e Amigo, Professor Guilherme Koehler, cita o grande Fernando Pessoa, acerca do rumo da política nacional de então e da sua ligação à atualidade...



«Um sistema político inaplicável, estrangeiro e uma classe ineducada para governar.

“Um partido político, a ser são, tende a não agir, o que é uma contradição com o próprio conceito de partido político; a agir terá de se integrar nos modos de acção do meio, tinha na expressão mais moral que se adaptar ao meio.

Quais foram, porém, os efeitos esperáveis da aplicação a um país de um sistema político inaplicável a ele, estrangeiro a ele e por uma classe ineducada para governar? Por a classe ser ineducada para governar, a ruína da administração; por querer governar reformando, ou seja sem capacidade de governar administrando, a derrocada e o caos político; por ter que governar com princípios estrangeiros a viciação do carácter nacional; por ter que governar inadaptadamente, a sua radicação em oligarquia – isto é, em minoria governante governando…

Quando, porém, uma classe que obtém o poder, passa a governar só negativamente e a construir só fortuitamente, sem apoio em nenhuma tradição, nem suporte em nenhuma força do povo, passa daí a pouco a governar só por governar; passando a governar só por governar, passa a governar só em seu proveito, primeiro político, depois pessoal. 

Um regime implantado nas condições de um constitucionalismo tem fatalmente que acabar por dar o que dará.”

Fernando Pessoa em "Sobre a República"» in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10204212390629335&set=gm.1013686292018505&type=3&theater

26/02/16

Política Nacional - Um grupo de jovens católicos lançou hoje uma petição pública exigindo um pedido de desculpas do Bloco de Esquerda, em causa está o cartaz divulgado ontem onde se lê que "Jesus também tinha dois pais”, uma forma encontrada pelo partido para celebrar a aprovação da adopção por casais do mesmo sexo.



«Cartaz do Bloco de Esquerda dá origem a petição
11:22 Hermínia Saraiva

Jovens católicos exigem pedido de desculpa por parte do Bloco de Esquerda.

Um grupo de jovens católicos lançou hoje uma petição pública exigindo um pedido de desculpas do Bloco de Esquerda. Em causa está o cartaz divulgado ontem onde se lê que "Jesus também tinha dois pais”, uma forma encontrada pelo partido para celebrar a aprovação da adopção por casais do mesmo sexo.

O texto da petição, disponível no site Petição Pública, diz que o cartaz “tem, de forma clara e inequívoca, o propósito de ofender a comunidade católica portuguesa”.

Lembrando que o BE é um “partido político e não uma publicação de sátira”, os signatários, não identificados exigem “um pedido de desculpas a todos os portugueses que se sentiram ofendidos por este cartaz e a imediata eliminação do mesmo”. A petição contava às 11h20 com seis assinaturas. 

O cartaz do Bloco de Esquerda está também a gerar polémica nas redes sociais. » in http://economico.sapo.pt/noticias/cartaz-do-bloco-de-esquerda-da-origem-a-peticao_243715.html

20/02/16

Política Nacional - O Meu Colega e Amigo, Professor Guilherme Koehler, interpela-nos com a sua visão da Monarquia Tradicional versus Liberalismo reinante...



«A Verdadeira Liberdade.

A Monarquia Tradicional é a única possibilidade de se concretizar o Municipalismo. Sem foros, o Rei é um tirano que não cumpre as suas funções sociais, sem Rei, os foros e as instituições autónomas acabam, ou pela desagregação da sociedade, ou pelo medo que têm do Estado fraco. O Rei garante e defende os foros do poder do dinheiro que não quer entraves às liberdades do capital. 

Só a restauração social dos órgãos naturais: família, município, universidade, grémio e corporação, dotados de independência económica e liberdade, pode parar a consolidação do totalitarismo tecnocrático e da sociedade de massas. O Estado totalitário, centralizador e burocrático ao serviço da alta finança e do economicismo materialista burguês é o poder que impede essa restauração. 

Lutamos por uma Comunidade Popular orgânica, municipalista, foralista, corporativista, onde o princípio da subsidiariedade, antítese do liberalismo, esteja presente, único caminho para a liberdade real e liberdades concretas, contra o Estado centralizador, tecnocrático e massificador do niilismo moderno.» in https://www.facebook.com/groups/monastab/1004902782896856/?notif_t=group_activity

10/02/16

Política Nacional - O Meu Colega e Amigo, professor Guilherme Koehler, interpela-nos com a atualidade da Obra de Eça de Queiroz, ou com o nosso malfadado destino da Nação...



«Hoje tal como ontem!

"Vamos rir pois. O riso é um castigo; o riso é uma filosofia. Muitas vezes o riso é uma salvação. Na política constitucional o riso é uma opinião. (…)

O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. 

Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas.

A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo."

Eça de Queiroz em "As Farpas"» in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10204085591579438&set=a.1536645715457.61633.1814292384&type=3&theater

07/02/16

Política Nacional - O Meu Colega e Amigo, Professor Guilherme Koehler, interpela-nos com um pensamento político, ligado à "Realeza e a continuidade histórica"...



«A Realeza e a continuidade histórica

A soberania real teve sempre como objectivo o bem-comum, sem nunca se ter justificado a si própria. A nova soberania popular fez triunfar o positivismo jurídico, apropriando-se do direito às leis e sujeitando as leis à vontade soberana do legislador. 

O povo passou a ser num soberano, deixou de ter necessidade da razão para legitimar os seus actos.

Aparecido dos círculos aristocráticos do Antigo Regime, o liberalismo quis limitar as atribuições do executivo, minar o Estado, mas não deixou nenhuma objecção ao poder soberano do legislador. Conceder ao "povo" a soberania do legislador não era apenas uma simples mudança do titular da soberania, era uma alteração decisiva do conceito de soberania, uma via para o totalitarismo.

O antigo tirano podia ter plenos poderes, mas confrontava-se sempre com a existência de princípios superiores: o rei absoluto não passava de um tímido legislador, sabia que o direito natural assentava na observação de uma natureza exterior e que tinha de governar recorrendo ao “Grande Conselho”; já o soberano do regime nascido com a Revolução passou a ser, não o veículo ou intérprete do direito, mas a fonte de todo o direito, de toda a justiça, ou seja, a lei e a expressão da vontade geral.

Hoje em dia, as nações estão abertas a inúmeras influências e poderão trocar a sua alma pelas orientações mais fortes em cada momento. A actual situação do Mundo em geral e da Europa em particular, exige, muito mais do que antes, a presença do Rei, pois a Realeza como parte integrante da Nação, é a garantia da continuidade histórica.» in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10204070343958257&set=gm.998202196900248&type=3&theater

24/01/16

Política Nacional - A visão do status quo sócio-político visto pela pena do meu Colega e Amigo, que contrapõe com outras alternativas, que eu muito respeito!



«Um Novo Portugal

Os caminhos seguidos pelo constitucionalismo, acabaram no triunfo da “democracia” que, de forma omnipotente, promoveu os abusos, os vícios e os crimes, flagelando os povos que não a eliminaram a tempo.

Em Portugal a sociedade entrou num declínio crescente. A Monarquia caiu, instaurou-se a República que levou o país para o caos.

Perante a degradação de Portugal, é necessária unidade na luta contra a República, isto exige um consenso doutrinário na essência da doutrina e não nos pormenores secundários dela, é impossível pactuar com a cobardia, a abdicação e o servilismo à República e ao estrangeiro dos constitucionalistas.

Qualquer movimento social e económico está condenado ao desastre, se não tiver origem numa concepção política abrangente. Ou a restauração da Res Publica se dá em todos os sectores de actividade, ou não há restauração. 

Quando um povo se levanta, levanta-se todo ele, tudo o que o compõe: as artes, as letras, as ciências, o comércio, o trabalho, a indústria, sempre que um povo se afunda politicamente todas as suas actividades sofrem.

O verdadeiro dono do poder é o povo que facilmente é enganado. Entender a partidocracia e os seus efeitos malignos é o caminho certo para a correcção dos desvios ilícitos que o prejudicam.

Um tradicionalista não defende os interesses de partidos nas disputas com outras hierarquias e pugnará sempre pelos interesses do Povo de que faz parte e com quem assumiu compromissos. 

O tradicionalismo luta por um novo Portugal, orgânico, próspero, hierárquico, monárquico e verdadeiro, sem máscaras partidárias, pois a função do tradicionalista não é pertencer a um bando, é combater com firmeza para servir a Pátria.» in https://www.facebook.com/groups/monastab/990992337621234/?notif_t=group_activity

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10204003308962424&set=gm.990992337621234&type=3&theater

13/01/16

Política Nacional - O candidato à Presidência da República Vitorino Silva, conhecido como "Tino de Rans", disse nesta quarta-feira à Lusa, em Amarante, estar a ser recebido, nesta campanha, com "muita dignidade e nobreza pelo povo".



«"Tino de Rans" recebido pelo povo de Amarante com “dignidade e nobreza”
Lusa 13/01/2016 - 14:26

Candidato presidencial em campanha em Amarante.

O candidato à Presidência da República Vitorino Silva, conhecido como "Tino de Rans", disse nesta quarta-feira à Lusa, em Amarante, estar a ser recebido, nesta campanha, com "muita dignidade e nobreza pelo povo". "O povo reconhece-me como um dos dele e admira a coragem de um homem simples conseguir estar a lutar contra os tubarões", revelou o candidato.

O candidato visitou de manhã o centro histórico de Amarante, distribuiu cumprimentos pela população e tomou o pequeno-almoço num dos cafés mais antigos da cidade, junto ao Mosteiro de S. Gonçalo. Acompanhado de alguns apoiantes, fez questão de se sentar ao lado da estátua do poeta de Amarante Teixeira de Pascoaes, localizada no interior do café.

Vitorino Silva , natural do concelho vizinho de Penafiel, disse ter-se sentido "em casa", face às palavras de estímulo que foi recebendo em Amarante. Entre pedidos de beijos e abraços e votos de felicidades, foi surpreendido por um grupo de estudantes que corria nas ruas históricas de Amarante e que não deixou passar em branco o inesperado encontro, eternizado com uma selfie com o candidato.

"Sou um candidato que conto", vincou Vitorino Silva, acreditando que o contacto com os jovens irá ajudar a "conquistar os pais". Aos circunstantes, o candidato lembrava as suas origens humildes e enaltecia a amizade por Amarante. "Somos vizinhos e amigos. Lembrem-se do 'Tino de Rans' na hora de votar!...", não se cansava de dizer nos contactos de rua.

Em declarações à Lusa, disse estar "muito atento" e que "o povo também está muito atento e informado", prevendo, por isso, uma "abstenção mínima" no dia das eleições.» in https://www.publico.pt/politica/noticia/tino-de-rans-recebido-pelo-povo-de-amarante-com-dignidade-e-nobreza-1720069

23/12/15

Política Nacional - Em 40 anos de democracia, o antigo primeiro-ministro José Sócrates é o político mais visado em escândalos políticos na comunicação social, tanto em frequência de peças, como em número de casos, conclui uma tese de doutoramento da Universidade de Coimbra.



«Sócrates é o político mais visado em escândalos em 40 anos de democracia - estudo

Em 40 anos de democracia, o antigo primeiro-ministro José Sócrates é o político mais visado em escândalos políticos na comunicação social, tanto em frequência de peças, como em número de casos, conclui uma tese de doutoramento da Universidade de Coimbra.

A tese, intitulada "A mediatização do escândalo político em Portugal no período democrático", analisou o período de 25 de abril de 1974 a 25 de abril de 2014 a partir da cobertura de semanários de referência, além de ter identificado 99 casos de escândalo político e 126 protagonistas a partir da pesquisa e análise de 4.739 peças do "Expresso", "O Jornal", "O Independente" e "Sol".

José Sócrates é o protagonista "mais visado", disse à agência Lusa o autor da tese, Bruno Paixão, sublinhando que para este estudo, cuja análise terminou a 25 de abril de 2014, não foram abordados outros casos mediáticos, como a Tecnoforma, que visa Passos Coelho, a Operação Marquês (José Sócrates) ou os vistos Gold (Miguel Macedo).

Com maior número de peças, está Sócrates, seguido de Armando Vara (PS), Isaltino Morais (PSD), Leonor Beleza (PSD), Carlos Melancia (PS), Paulo Portas (CDS), Paulo Pedroso (PS), Costa Freire (PSD), Fátima Felgueiras (PS) e Duarte Lima (PSD).

No número de casos, volta a aparecer Sócrates, com nove casos, seguido de Armando Vara e Mário Lino (PS), com cinco casos, Paulo Portas, Duarte Lima, Paulo Penedos (PS) e Nobre Guedes (CDS), com quatro, e depois Miguel Relvas (PSD), Rui Pedro Soares (PS), Abel Pinheiro (CDS), Cavaco Silva (PSD) e Mário Soares (PS), com três.

"Os ataques à justiça e aos 'media' não devem ser desvalorizados. [José Sócrates] tanto tem amigos para a vida como inimigos para a vida e isso é percetível na forma como é tratado", apontou.

O investigador frisou que num inquérito 'online' que realizou para a tese três semanas após a detenção de Sócrates, ao qual responderam 1.436 pessoas, apenas 04% dos inquiridos afirmaram achar que este estaria inocente.

O sistema judicial, "ao deixar que saiam informações em segredo de justiça para as páginas de jornais, permite que sejam feitos julgamentos mediáticos, independentemente do desfecho" em tribunal, sublinhou.

"O maior desafio", na sua perspetiva, centra-se na necessidade de se debater a forma como é fornecida informação por parte da justiça e os critérios utilizados para que esta seja transmitida. "Terá de se pensar no segredo de justiça e tomar importantes decisões: ou se mantém e se pune quem o prevarica ou então abre-se o segredo de justiça".

Segundo Bruno Paixão, o escândalo político tem aumentado de década para década, sendo que de 2004 a 2014 verificou-se a maior fatia de peças sobre escândalos políticos (57,9%), mas esta percentagem distancia-se do número de casos ocorridos (43,4%). "Os 'media' hiperbolizam os casos", conclui o estudo.

Na investigação de Bruno Paixão, em 99 escândalos identificados 67 estão relacionados com poder (com mais de metade sobre atos que visam o proveito próprio do político), 21 do foro financeiro (fuga ao fisco e interesses financeiros privados não declarados), dez de conduta e um de natureza sexual (Casa Pia).

A tese foi realizada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.» in http://24.sapo.pt/article/lusa-sapo-pt_2015_12_23_1774760364_socrates-e-o-politico-mais-visado-em-escandalos-em-40-anos-de-democracia---estudo

04/12/15

Política Nacional - No dia em que passam 35 anos sobre a morte do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro, o atual líder dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, disse que só falaria com os jornalistas ao final do dia, na Guarda, palco das comemorações oficiais.



«Passos e Portas em missa de homenagem a Sá Carneiro

No dia em que passam 35 anos sobre a morte do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro, o atual líder dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, disse que só falaria com os jornalistas ao final do dia, na Guarda, palco das comemorações oficiais.

Os presidentes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, assistiram esta sexta-feira a uma missa em memória de Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, na Basílica dos Mártires, em Lisboa.

Nenhum dos dois quis falar aos jornalistas, tendo Passos Coelho remetido declarações para “mais tarde, na Guarda”, onde decorrerão cerimónias oficiais de homenagem ao fundador do PSD e antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro.

Pedro Santana Lopes, Marco António Costa, Assunção Cristas, José Matos Rosa, Luís Montenegro, Carlos Coelho, José Matos Correia, Rui Gomes da Silva, Teresa Caeiro e Telmo Correia foram outras figuras do PSD e do CDS-PP presentes nesta missa em memória de Sá Carneiro, de Adelino Amaro da Costa e das outras vítimas da queda de um avião sobre Camarate, a norte de Lisboa, há 35 anos.

A 4 de dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna em que seguiam para o Porto, assim como a tripulação e restante comitiva: Snu Abecassis, Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa.» in http://expresso.sapo.pt/politica/2015-12-04-Passos-e-Portas-em-missa-de-homenagem-a-Sa-Carneiro


Francisco Sá Carneiro (1934 - 1980)


(Francisco Sá Carneiro)


(Instituto Francisco Sá Carneiro - Se o avião tivesse chegado ao Porto)


(Um Homem Chamado Sá Carneiro)

06/08/15

Política Nacional - Depois do outdoor que falava em “tempo de confiança” - e que foi motivo de chacota nas redes sociais -, há nova polémica à vista com a campanha socialista; agora envolve um cartaz com uma desempregada e outro com uma trabalhadora a recibos verdes




«Novo cartaz do PS realça mulher que perdeu o emprego... no tempo de Sócrates

Depois do outdoor que falava em “tempo de confiança” - e que foi motivo de chacota nas redes sociais -, há nova polémica à vista com a campanha socialista. Agora envolve um cartaz com uma desempregada e outro com uma trabalhadora a recibos verdes

É provável que nos próximos dias se cruze na estrada com um cartaz do Partido Socialista em que o alvo da fúria é o desemprego, a “brincadeira” do Governo com os números do desemprego e a falta de apoios aos desempregados. Para ilustrar e valorizar a sua argumentação, o PS utiliza a história de uma mulher que está desempregada há cinco anos.

Vamos a contas: 2015 menos cinco dá 2010. Por essa altura, o Governo de Portugal era liderado por José Sócrates e é precisamente para esse mesmo ano de governação socialista que o novo cartaz do PS remete - a mulher retratada diz que está no desemprego há cinco anos sem qualquer subsídio ou apoio. Ou seja, o desamparo de que se queixa responsabiliza não só o alvo do PS - quatro anos de governação PSD/CDS -, mas também o próprio Partido Socialista.

O Expresso tentou contactar o diretor de campanha do PS, Ascenso Simões, mas sem sucesso até ao momento. Este novo cartaz - que tem data prevista para sair no sábado à noite - já começou a despertar reações irónicas nas redes sociais. 



Ainda no âmbito destes novos cartazes, sob o lema “não brinquem com os números, respeitem as pessoas”, há um outro outdoor em que é feita referência a uma trabalhadora que está a recibos verdes desde 2011. 

Ora, a metade inicial desse ano teve precisamente o Governo de José Sócrates à frente do país. 


 A primeira polémica a envolver os cartazes do PS começou com um outdoor em que o partido sublinha que “é tempo de confiança”, acompanhado da imagem de uma mulher a “virar a página”. Foi alvo de chacota nas redes sociais, onde foi comparado aos cartazes de organizações religiosas, e houve vozes dentro do próprio partido que também se manifestaram contra. Chegou a ser noticiado que o PS ia antecipar a retirada desses cartazes do “tempo de confiança”, mas o partido garantiu que a substituição dos mesmos aconteceria dentro “dos prazos previstos”.» in http://expresso.sapo.pt/politica/2015-08-06-Novo-cartaz-do-PS-realca-mulher-que-perdeu-o-emprego.-no-tempo-de-Socrates


«Cartazes do PS. "Esta história não é minha. A afirmação é falsa"

Maria João Pinto, de 29 anos, diz que a fotografia que aparece nos outdoors da nova campanha do PS foi utilizada sem o seu consentimento. Já pediu que fossem retirados e admite mesmo processar o partido.

Mais um tiro no pé do PS. Depois de os novos cartazes da campanha do partido para as legislativas em que várias pessoas desempregadas contam as suas histórias terem sido alvo de chacota nas redes sociais, um dos rostos da nova campanha vem dizer que a história apresentada num dos outdoors ao lado da sua fotografia é falsa.

PS pede desculpas aos envolvidos nos cartazes do partido

“Esta história não é minha. A afirmação é falsa”, disse Maria João Pinto ao “Observador”, referindo-se à frase que aparece num dos novos cartazes como se fosse sua: “Estou desempregada desde 2012, para o governo não existo. Como eu, são mais de 220.000.”

“Eu não estou desempregada desde 2012. Não me podem envolver desta maneira. Aqueles dados, são mentira”, afirmou ao “Observador” a jovem de 29 anos, que garante que nessa altura era prestadora de serviços na área da comunicação na Junta de Freguesia de Arroios.

O PS reagiu explicando que a campanha trata de "representações". "Apesar de não faltarem exemplos de tantos casos semelhantes aos denunciados no cartaz, não iríamos expor assim as próprias pessoas e o seu sofrimento. Portanto, embora os cartazes sejam todos relativos a casos reais, as pessoas são figurantes escolhidos e que aceitaram figurar nos cartazes." Além de Maria João, outras duas das pessoas que aparecem nos cartazes da nova campanha do PS colaboram com a mesma junta de freguesia.

Versão diferente conta Maria João, que diz que a fotografia foi tirada na quinta-feira passada, 30 de Julho, o último dia em que esteve na Junta de Freguesia, e quando Margarida Martins, a presidente da junta, lhe terá pedido para tirar uma fotografia para a campanha de António Costa. "Foi uma autorização para uma fotografia, mas pensei que haveria o processo a seguir." Maria João diz que ficou à espera de um pedido de autorização para a utilização da foto e garante que nunca a teria dado se soubesse o contexto em que ia ser utilizada. 

Maria João diz que já pediu ao PS que retirasse os cartazes em que aparece e, segundo o "Observador", pondera até processar o partido.» in http://ionline.pt/artigo/406064/cartazes-do-ps-esta-historia-nao-e-minha-a-afirmacao-e-falsa?seccao=Portugal_i

27/02/15

Política Nacional - Alfredo Barroso diz que “já chega”; o fundador do Partido Socialista (PS) revelou que vai esta semana “enviar uma carta” a pedir a desfiliação do partido, devido à intervenção, que apelidou de “vergonhosa”, que António Costa, secretário-geral do PS, proferiu a 19 de fevereiro no Casino da Póvoa de Varzim — na qual agradeceu aos investidores chineses que “disseram presente e deram um grande contributo para Portugal estar hoje” melhor do que há quatro anos.




«Alfredo Barroso era membro do PS desde a fundação do partido, a 19 de abril de 1973

Alfredo Barroso diz que “já chega”. O fundador do Partido Socialista (PS) revelou que vai esta semana “enviar uma carta” a pedir a desfiliação do partido, devido à intervenção, que apelidou de “vergonhosa”, que António Costa, secretário-geral do PS, proferiu a 19 de fevereiro no Casino da Póvoa de Varzim — na qual agradeceu aos investidores chineses que “disseram presente e deram um grande contributo para Portugal estar hoje” melhor do que há quatro anos.

Em mensagem que publicou, ao final da noite de quarta-feira, na sua página de Facebook, o antigo chefe de Gabinete da Presidência de Mário Soares, entre 1993 e 1996, escreveu que “nunca [lhe] passou pela cabeça que um secretário-geral do PS se atrevesse a prestar vassalagem à ditadura comunista e neoliberal da República Popular da China”. Para Alfredo Barroso, a declaração de António Costa foi “uma enorme chinesice”, que não teve “o menor respeito por centenas de milhar de desempregados e cerca de dois milhões de portugueses que estão no limiar da pobreza”.

“Sou um dos fundadores do PS (em 1973) e sou, hoje, o militante número 15 do partido (com as quotas em dia). Mas já chega! Nunca me passou pela cabeça que um secretário-geral do PS se atrevesse a prestar vassalagem à ditadura comunista e neoliberal da República Popular da China, e se atrevesse a declarar, sem o menor respeito por centenas de milhares de desempregados e cerca de dois milhões de portugueses no limiar da pobreza, que Portugal está hoje melhor do que há quatro anos. A declaração de António Costa é uma vergonha!” — excerto da nota publicada por Alfredo Barroso no Facebook.

Na nota, intitulada “Depois da ignóbil ‘chinesice’ de Costa, demito-me do PS, e é já!”, Alfredo Barroso anuncia que, “ainda esta semana”, enviará uma carta “muito simples” à direção do partido, sem “considerandos ou justificações, solicitando, pura e simplesmente”, a desfiliação do partido. Aos 70 anos, o até aqui socialista indicou também que pretende “acabar a vida com alguma dignidade e coerência”, algo que considera não ser “manifestamente possível” caso continue “a militar” no PS.

Barroso, depois, assegura que não se vai filiar em qualquer outro partido, embora reconheça que irá “apoiar e votar” no Bloco de Esquerda — para tentar “contrariar o oportunismo daqueles que se tornaram dissidentes do BE, aproximando-se do PS de António Costa, à espera de um ‘lugarzinho’ na mesa do orçamento, ou seja, na distribuição de cargos num futuro governo”. O fundador do PS termina a mensagem com uma frase: “Não duvido das miseráveis campanhas que a ‘ralé’ que tomou conta do ‘aparelho’ do PS é capaz de se atrever a desenvolver contra mim.”

As declarações de António Costa surgiram na cerimónia comemorativa que, a 19 de fevereiro, no Casino da Póvoa de Varzim, assinalou a entrada no Novo Ano chinês. “Em Portugal, os amigos são para as ocasiões, e numa ocasião difícil em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos”, disse. Parte da intervenção foi gravada num vídeo que Nuno Melo, deputado do CDS, publicou na sua página de Facebook.

Direção justifica Costa

Fonte da direção do PS disse, durante a noite, à agência Lusa que a intervenção de António Costa perante a comunidade chinesa foi “caraterizada pelo sentido de Estado”. “Perante o exterior, António Costa recusa-se a falar mal do país, mesmo que não goste deste Governo. PSD e CDS estão a tentar um ‘fait-divers’ com esse assunto”, justificou ainda a mesma fonte da direção dos socialistas.

Já Vieira da Silva, vice-presidente da bancada socialista, afirmou esta quarta-feira aos jornalista que a maioria PSD/CDS está a tentar desviar a atenção dos “reais problemas” ao explorar uma intervenção que António Costa fez enquanto presidente da Câmara de Lisboa. “Transformar umas imagens de uma cerimónia protocolar em que António Costa participou enquanto presidente da Câmara de Lisboa, proferindo as afirmações que são conhecidas, e pretender colocar isso como um ponto político só pode ter um efeito: tentar desviar a atenção dos portugueses da identificação dos problemas sérios que existem no país”, responde Vieira da Silva.

Perante a insistência dos jornalistas sobre as afirmações de António Costa, Vieira da Silva disse não estar confrontado com qualquer polémica, “mas com um ato secundário face à atual situação económica e social” do país. “Se existe alguma dúvida sobre qual é a posição do PS e do seu secretário-geral, António Costa, em relação à situação do país e sobre o efeito da governação PSD e CDS, é muito fácil confrontar esse eventual desconhecimento, porque ainda na terça-feira [numa conferência em Cascais] fez uma extensa e fundamentada intervenção para caracterizar o falhanço das políticas de austeridade.”» in http://observador.pt/2015/02/26/primeira-vitima-da-chinesice-de-costa-alfredo-barroso-abandona-o-ps/


26/02/15

Política Nacional - Alfredo Barroso percorre, num post publicado domingo na rede social Facebook, a carreira de António Vitorino. Lembra que Vitorino é “advogado desde 1982, é sócio da poderosa firma de advogados Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados”; mas é, também, “administrador da Siemens Portugal, presidente das assembleias gerais da Brisa, da Finipro, da Novabase e do Banco Caixa Geral Totta de Angola (BCGTA), e preside à Fundação Res Pública, ligada ao PS”.




«António Vitorino é um “facilitador de negócios”, diz Alfredo Barroso

"Francamente, ó PS", escreve Alfredo Barroso no Facebook. O antigo deputado socialista e chefe da Casa Civil de Mário Soares diz que António Vitorino seria "mais um facilitador de negócios em Belém".

“Mais um facilitador de negócios em Belém? Francamente, ó PS“. Este é o título de um post do antigo deputado e secretário de Estado socialista Alfredo Barroso, em que este critica o facto de o secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, ter dito que “António Vitorino tem todas as qualidades para poder ser um excelente Presidente da República”. O histórico socialista, que foi também chefe da Casa Civil na presidência de Mario Soares (de quem é sobrinho), diz que “mudam as moscas, mas… só elas“.

Alfredo Barroso percorre, num post publicado domingo na rede social Facebook, a carreira de António Vitorino. Lembra que Vitorino é “advogado desde 1982, é sócio da poderosa firma de advogados Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados”. Mas é, também, “administrador da Siemens Portugal, presidente das assembleias gerais da Brisa, da Finipro, da Novabase e do Banco Caixa Geral Totta de Angola (BCGTA), e preside à Fundação Res Pública, ligada ao PS”.

António Vitorino – lembra Alfredo Barroso – “aderiu ao partido ainda jovem, mas acabou por se integrar, sucessivamente, em grupos dissidentes do PS, como a Frente Socialista Popular (FSP) de Manuel Serra, o Movimento Socialista Unificado (MSU) e a União da Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS) de Lopes Cardoso”. Vitorino foi, ainda, juiz do Tribunal Constitucional, deputado ao Parlamento Europeu e Comissário Europeu e, diz Alfredo Barroso, “é membro da organização maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL)”.

“Tudo isto é público e consta da Wikipédia”, escreve o antigo chefe da Casa Civil de Mário Soares, que apoiou o Bloco de Esquerda nas eleições europeias de 2014. “Mas também se lê com vantagem o que sobre ele se diz – e diz-se muito! – no livro de Gustavo Sampaio «Os Facilitadores ou como a política e os negócios se entrecruzam nas Sociedades de Advogados». Os socialistas neoliberais são mesmo assim…”, nota Alfredo Barroso.

“Como diz «O Leopardo» de Tomasi di Lampedusa, «é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma». Ou, na versão muito rasteira tipicamente portuguesa, «mudam as moscas, mas…» só elas!”, remata o histórico socialista.

“António Vitorino é o Proença de Carvalho do PS”.

Alfredo Barroso diz que “António Vitorino é o Proença de Carvalho do PS”. Em declarações ao jornal i, o histórico socialista diz que uma escolha por António Vitorino seria “um erro tremendo”. “António Vitorino é politicamente muito competente, mas há muitos anos que está envolvido no mundo dos negócios, pertence a uma sociedade de advogados poderosa, participou em privatizações, ocupa vários lugares de administração em várias empresas”.

Além disso, “é administrador dos CTT, uma privatização que o PS condenou”.» in http://observador.pt/2015/02/09/antonio-vitorino-e-um-facilitador-de-negocios-diz-alfredo-barroso/


22/01/15

Política Nacional - Comissão parlamentar ou para lamentar... ou o segredo de justiça no seu melhor...



«Comissão parlamentar ou para lamentar…

Recentemente, na Assembleia da República, uma comissão de inquérito ao caso BES/GES, reuniu-se à porta fechada, de modo a que o antigo contabilista desta instituição, Machado da Cruz, fosse ouvido e que a natureza sigilosa de alguns pontos da audição não fosse corrompida, mormente, os que estivessem abrangidos pelo segredo de justiça.

Para espanto de muita a gente, ou talvez não, durante a reunião, o presidente desta comissão terá pedido aos deputados presentes, mais aos seus respetivos assessores parlamentares, que desligassem os seus telemóveis e outros hipotéticos meios de comunicação, muito provavelmente por ter sido alertado a partir do exterior da sala em que decorria a sessão que, o conteúdo parcial ou integral das declarações do contabilista, estaria a ser conhecido com sincronismo temporal.

Com casos como este e quejandos, como se poderá falar em respeito pelo segredo de justiça em Portugal?… será que esta informação é facultada, designadamente aos jornalistas, de forma gratuita, ou estaremos perante um caso de corrupção, de partilha indevida de informação sigilosa a troco de dinheiro ou de favores... considero que, já não temos mais margem para acreditar na boa-fé da maioria dos políticos que nos representam; não sejamos ingénuos!

Enquanto docente, tenho o defeito de profissão de andar sempre a retirar temporariamente (durante o período de aulas) os telemóveis aos alunos, pois a nova geração usa o acessório tecnológico quase como um apêndice natural do seu corpo. É uma luta diária, por isso já se tornou rotina. Que eles tentem copiar nas provas de avaliação através de meios tecnológicos avançados, também é recorrente. Mas, os deputados da nação, cometerem de forma contínua este tipo de crime, o rompimento do segredo de justiça, ao ponto de, terem que ser repreendidos no sentido de desligarem os seus telemóveis, como se de discentes do ensino básico se tratasse é, no mínimo, lamentável!

Não vou cair na tentação fácil de dizer que todos os deputados fazem isso. Nem pensar. Acredito que muitos deles estão no seu mister com todo o sentido de responsabilidade, ético e deontológico. O problema, neste caso, é que basta um deles facilitar a fuga de informação, para que a quebra de sigilo, afete de forma estridente e vergonhosa, o funcionamento da nossa republica. Considero que é do senso comum, que um deputado deve ter uma noção de que a sua deontologia e ética institucionais, no escrupuloso cumprimento das suas funções parlamentares, se devem reger por elevados padrões a esse nível.

Quanto aos jornalistas e ao seu papel informativo, sabemos igualmente que reina “lei da selva”, mas da mesma forma que referi para os deputados, não se deve confundir a árvore com a floresta. É, no entanto, gravíssimo, que exista esta relação tão conspurcada, entre a nossa classe política e os jornalistas. Como se podem continuar a arvorar em defensores dos grandes valores (da ética, da responsabilidade pública, de nobres ideais de justiça e da honestidade), uns e outros, se eles próprios não conseguem cumprir, minimamente, o seu dever institucional de manter o sigilo numa comissão parlamentar de inquérito, ainda mais, quando o assunto tratado está sujeito ao segredo de justiça.

Ademais, há ainda aqueles políticos que, não estando já em funções e que se tornaram, entretanto, comentadores de política profissionais, nas televisões, rádios ou jornais que, numa prova cabal da sua falta de ética, estão sempre a antecipar acontecimentos em primeira mão, porque alguém do meio político lhes facultou informações privilegiadas... isto é simplesmente, lamentável, onde está a seriedade de toda esta gente?...

E uma coisa eu sei, com os meios tecnológicos atualmente ao nosso dispor, seria muito fácil descobrir os culpados e jamais possibilitar que, um cidadão que se permite ter este tipo de comportamentos, possa continuar a ser deputado da nação, ou que possa manter uma carteira profissional de jornalista. Haveria “sangue”, mas o exemplo ficaria para memória futura e talvez o modelo de funcionamento da nossa democracia, começasse a ser construído por quem mais o deveria defender... mas, se calhar, como estamos em Portugal, vai ser feito um inquérito ao assunto e vai ficar “tudo como dantes no Quartel de Abrantes”! Esta foi só mais uma comissão parlamentar e para lamentar de forma veemente por todos nós!

Helder Barros, 19/01/2015» 


Ferro Rodrigues - “Tou-me cagando para o segredo de Justiça”


(Segredo de Justiça)


(Ministra afasta alteração da lei sobre segredo de justiça)

04/12/14

Política Nacional - Um dos mitos que José Sócrates não quis alimentar durante muitos anos foi o da suposta fortuna da mãe.

 


«Mãe de Sócrates: a história de uma fortuna que não chegou a sê-lo
JOSÉ ANTÓNIO CEREJO 04/12/2014 - 06:53

Um dos mitos que José Sócrates não quis alimentar durante muitos anos foi o da suposta fortuna da mãe. Isso valeu-lhe tantas suspeitas quanto à origem da riqueza que ostentava, que no ano passado resolveu dar gás ao mito. Afirmou que ela nem sabia o que fazer com tantos prédios e andares que herdara. Nessa altura, porém, ela já tinha vendido quase tudo. E não era tanto quanto isso. 

“Quando o meu avô morreu, a minha mãe herdou uma fortuna, muitos prédios, andares, que ainda hoje ela não sabe o que fazer com eles.” Foi assim que José Sócrates falou pela primeira vez, em Outubro do ano passado, numa entrevista ao Expresso, sobre a suposta fortuna da mãe. Na verdade, nesse dia, a senhora já praticamente nada tinha, além do modesto rés-do-chão em que vive em Cascais, de uma arrecadação em Setúbal e de uma terça parte de uma casa na sua aldeia natal, em Trás-os-Montes.

O apartamento de luxo em que morava desde 1998, no Heron Castilho, o prédio da Rua Braamcamp, em Lisboa, onde o filho residia até ser preso, tinha-o vendido um ano antes, em Setembro de 2012. A venda rendeu 600 mil euros e o comprador foi Carlos Santos Silva, o velho amigo de Sócrates igualmente detido pelos mesmos indícios de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais que levaram o ex-primeiro-ministro ao Estabelecimento Prisional de Évora.

Mas Sócrates preferiu não o dizer ao Expresso. Disse apenas que a mãe “conseguiu vender dois andares em Queluz que estavam ocupados.” Omitiu foi que essa venda tinha sido feita há 24 anos, em 1990. E muito menos disse que, há três anos, logo após a sua derrota eleitoral nas legislativas de 2011, vendeu igualmente dois andares no Cacém.

Também neste caso, o comprador foi Carlos Santos Silva, que resolveu pagar 100 mil euros por um deles, que estava e está devoluto, e 75 mil pelo outro, que está arrendado. Num prédio vizinho, também situado na Rua Dr. António José de Almeida, está actualmente à venda um andar igual, também sem inquilinos, pelo qual uma agência imobiliária está a pedir 64.500 euros. Moradores na mesma rua garantem, contudo, que este género de apartamentos, com cerca de 35 anos, se vende ali por valores entre os 40 mil e os 50 mil euros.

A escritura do primeiro daqueles dois andares da mãe de Sócrates, Maria Adelaide de Carvalho Monteiro, foi celebrada a 6 de Junho de 2011, no dia seguinte ao das eleições. A segunda foi assinada um mês depois, a 7 de Julho. Em ambos os casos, Maria Adelaide e Carlos Santos Silva, o comprador, foram representados pelo mesmo procurador: o advogado Gonçalo Trindade Ferreira, igualmente arguido e indiciado pelos mesmos crimes que Sócrates e o amigo.

De acordo com o que tem sido publicado por vários jornais, mas até agora sem confirmação documental, os 675 mil euros pagos por Santos Silva terão depois sido transferidos por Maria Adelaide, em pequenas parcelas, para a conta do seu único filho vivo e resultariam de vendas simuladas, destinadas a branquear a origem de parte do dinheiro que o ex-primeiro-ministro teria depositado em nome do amigo. Em todo o caso, e do ponto de vista teórico, as duas netas, ainda menores, deixadas por António José Pinto de Sousa, o irmão de Sócrates que faleceu aos 49 anos, no início de Agosto de 2011 (duas semanas depois da morte do pai de ambos), terão sido assim prejudicadas com estas aparentes doações da avó ao tio.

Relativamente aos dois andares do Cacém, Sócrates disse à RTP, numa carta divulgada no princípio desta semana, que a mãe vendeu, com a ajuda do irmão, os dois apartamentos “por um preço total de 100 mil euros”. E acrescentou que se trata de “um preço justo que resultou de uma avaliação”. As escrituras celebradas no cartório da notária Isabel Catarina Portela Guimarães Neto Ferreira, na Av. Almirante Reis, em Lisboa, não deixam, porém dúvidas: a venda foi feita por um preço total de 175 mil euros.

Mas estas vendas, a dos dois andares do Cacém e a do apartamento do Heron Castilho, foram apenas as últimas e quase derradeiras. Ao longo dos últimos 32 anos, o património que Maria Adelaide herdou, e que, afinal, não foi assim tão valioso quanto isso, foi sendo vendido, doado e até expropriado.

Doze andares modestos

No total, chegaram à sua posse — por herança directa do pai, pela dissolução de uma empresa de que ele era sócio, pela morte, sem filhos, de um dos três irmãos e ainda pelo divórcio — 12 apartamentos (em Setúbal, Queluz, Cacém, Cascais e Covilhã), uma arrecadação (Setúbal), um terço de uma casa em Vilar de Maçada, concelho de Alijó, um sexto de mais três andares (em Queluz e Setúbal), um terreno rústico com 320 m2 (Covilhã), um sexto de um lote de terreno no Barreiro com 300 m2, três doze avos de dois lotes de terreno em Setúbal, um sexto de outro lote de terreno em Setúbal e um sexto de um armazém, também em Setúbal.

Filha do primeiro casamento de Júlio César Araújo Monteiro, o homem que amealhou algum dinheiro no negócio do volfrâmio durante a Segunda Guerra Mundial, em Trás-os-Montes, e depois se dedicou à construção civil em Lisboa, Maria Adelaide só por um triz é que não perdeu uma boa parte da sua herança: a segunda mulher de Júlio César, mãe dos dois tios maternos de Sócrates, faleceu em 1981, cinco dias antes do marido.» in http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-historia-de-uma-fortuna-que-nao-chegou-a-selo-1678337


(Mãe de Sócrates recebeu 775 mil euros por 3 apartamentos)


28/11/14

Política Nacional - Durante muitos anos muita gente não quis ver, não quis ouvir, não quis ler, recusou tomar conhecimento; Sócrates estava acima disso, não tolerava dúvidas; mas é altura de aceitar a realidade.



«É talvez altura de nos curarmos de vez do socratismo
José Manuel Fernandes

Durante muitos anos muita gente não quis ver, não quis ouvir, não quis ler, recusou tomar conhecimento. Sócrates estava acima disso. Sócrates não tolerava dúvidas. Mas é altura de aceitar a realidade.

Uma parte do país – e um contingente notável de comentadores – parecem continuar em estado de negação. Durante anos não quiseram ver, não quiseram ouvir, não quiseram admitir que havia no comportamento de José Sócrates ministro e de José Sócrates primeiro-ministro demasiados “casos”. Em vez disso só viram cabalas, só falaram em perseguições, só trataram eles mesmo de ostracizar ou mesmo perseguir os que se obstinavam em querer respostas, os que insistiam em não ignorar o óbvio, isto é, que Sócrates não tinha forma de justificar os gastos associados ao seu estilo de vida.

Agora, que finalmente a Justiça se moveu, eles continuam firmes na sua devoção – e nas suas cadeiras nos estúdios de televisão. Não lhes interessa conhecer o que se vai sabendo sobre os esquemas que Sócrates utilizaria para fazer circular o dinheiro, apenas lhes interessa que parte do que foi divulgado pelos jornais devia estar em segredo de Justiça. Antes, anos a fio, quando não havia segredo de justiça para invocar, desvalorizaram sempre todas as investigações jornalísticas que tinham por centro José Sócrates.

Isto é doentio e revela até que ponto o país ainda não se libertou da carapaça que caiu sobre ele nos anos em que o ex-primeiro-ministro punha e dispunha. Nessa altura também muitos, quase todos, se recusavam a ver, ouvir ou ler, até a tomar conhecimento. Não me esqueço, não me posso esquecer que quando o Público, de que eu era director, revelou pela primeira vez a história da licenciatura, seguiu-se uma semana de pesado silêncio que só foi quebrada quando o Expresso, então dirigido por Henrique Monteiro, resistiu às pressões do próprio Sócrates e repegou na história e denunciou as pressões. Não me esqueço que tivemos uma Entidade Reguladora da Comunicação Social que fez um inquérito e concluiu que o silêncio de toda a comunicação num caso de evidente interesse público não resultara de qualquer pressão – a mesma ERC que depois condenaria a TVI por estar a investigar o caso Freeport. Como não me esqueço de como uma comissão parlamentar chegou mais tarde à mesma conclusão, tal como não me esqueço de como vi gestores de grandes empresas deporem com medo do que diziam.

Muitos dos que agora rasgam as vestes porque o antigo primeiro-ministro foi detido no aeroporto foram os mesmos que nunca quiseram admitir que havia um problema com Sócrates, com os seus casos, com o seu comportamento, com o seu autoritarismo. E também com o seu estilo de vida.

Há momentos que chegam a ser patéticos. Como é possível, por exemplo, que um homem supostamente inteligente, como Pinto Monteiro, queira que nós acreditemos que foi convidado por José Sócrates para um almoço, de um dia para o outro, numa altura em que o cerco se apertava, e que, naquele que terá sido o seu primeiro almoço a sós, só falaram de livros e viagens, como se fossem dois velhos amigos? Como é possível que continue a defender a decisão absurda sobre a destruição das escutas? Ou a achar que nada mais podia ter sido feito na investigação do caso Freeport?

Mas há também um lado doentio e provinciano na forma como se tem comentado este caso. Uma das raras pessoas que detectou essa anormalidade foi Nuno Garoupa, professor catedrático de Direito nos Estados Unidos e que, por ter respirado ares mais arejados, não teve dúvidas, notando que “nós é que vivemos num mundo mediático”, não é a Justiça que cria o circo, como se repetiu ad nauseam nas televisões. Mais: “A opinião pública pode e deve fazer um julgamento político, independentemente do julgamento legal e judicial. A política e a justiça não são a mesma coisa.” Ou seja, deixem-se da hipocrisia do “inocente até prova em contrário”, pois isso é verdade nos tribunais mas não é verdade quando temos de julgar politicamente alguém como José Sócrates. O julgamento político, como ele sublinha, não está sujeito aos mesmos critérios do julgamento penal.

A clareza do debate político exige pois que saibamos fazer distinções. A distinção que António Costa fez logo na madrugada de sábado, quando disse que “os sentimentos de solidariedade e amizade pessoais não devem confundir a acção política do PS”, é justa e mantém toda a sua pertinência. Se o PS tem conseguido manter a frieza – quase todo o PS, pois são raras e muito pontuais as excepções –, é importante para esse mesmo PS ir mais longe. E tocar um ponto nevrálgico: aquilo que nós, cá fora, sabíamos sobre as excentricidades e as práticas de José Sócrates dão-nos apenas uma pequena amostra do que se sabia em muitos círculos do PS. Sabia, mas não se comentava, mal se sussurrava.

Vou mais longe: nos partidos estas coisas são conhecidas. Pelo menos no PSD e no CDS, para além do PS. Ninguém ficou surpreendido quando a Justiça caiu sobre Duarte Lima – todos os seus companheiros de bancada conheciam as suas excentricidades. Pior: muitos ainda hoje comentam como a Justiça ainda não apanhou alguns antigos secretários-gerais, aqueles que tratavam das contas e apareceram ricos de um dia para o outro. Pior ainda: nos bastidores dos partidos as histórias de autarcas, em particular de alguns dinossauros, são infindáveis. E há longínquas férias na neve de dirigentes partidários que incomodam os seus correlegionários sem que nada aconteça para além de um comentário fugaz.

Vamos ser claros, deixando a hipocrisia do respeitinho de lado. A dúvida que havia sobre José Sócrates era sobre se seria algum dia apanhado. A percepção que corroía a confiança nas instituições não era sobre se os seus direitos humanos poderiam vir a ser negados (a sugestiva preocupação de Alberto João Jardim), mas sim sobre se algum dia um aparelho judicial que, anos a fio, pareceu amestrado seria capaz de apanhar alguns dos fios das muitas meadas tecidas pelo antigo primeiro-ministro.

Escrevi-o muitas vezes e vou repeti-lo: José Sócrates foi a pior coisa que aconteceu na democracia portuguesa nos últimos 40 anos, e não o digo por causa da bancarrota. Digo-o por causa da forma como exerceu o poder, esperando fazê-lo de forma absoluta, sem contestação, sem obstáculos, sem críticos. Não os tolerava no PS, no Governo, nos jornais, nos bancos, nas grandes empresas do regime.

Não sou a primeira pessoa a descrever assim José Sócrates. Nem essa descrição é recente. Recordo apenas um texto de António Barreto, de Janeiro de 2008 (há quase sete anos, bem antes da bancarrota), onde se escrevia que “o primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas”. Lembram-se? Eu não o esqueci.

O que distingue o socratismo não é uma visão da forma de ser socialista, é uma visão schmittiana de exercício do poder. Compreendo que o seu estilo de líder forte possa ter fascinado quem cavalgou a onda, mas é bom que hoje olhem para o elixir que provaram e que os inebriou, e percebam que era um veneno. Ou seja: acordem para a realidade. Depois do que se passou nos últimos dias, do que já sabemos sobre os contornos do processo e das acusações, do que imaginamos mas ainda não sabemos, a pergunta que muitos têm de intimamente fazer é “como foi possível?”, “como é que acreditei?”. Porque se não forem por esse caminho o seu único refúgio acabará por ser uma qualquer teoria da conspiração como a imaginada pelo insubstituível MRPP.

Ao contrário do que se repetiu à exaustão, o carácter não é um detalhe em política. E se ninguém deve apagar rostos em fotografias, à la Stalin, também é preciso de olhar de frente para o que, no passado, recomenda que se exorcizem fantasmas, demónios, maus hábitos e práticas não recomendáveis.» in http://observador.pt/opiniao/e-talvez-altura-de-nos-curarmos-de-vez-socratismo/




(Complexo circuito do dinheiro de Sócrates, tudo menos transparente... e é muito euro)


(Diretor do CM e CMTV comenta detenção e vida pública de Sócrates)

27/11/14

Política Nacional - O Partido dos "Independentes", ou as (In)dependências à Portuguesa... na BIRD Magazine desta quinta feira, dia 27 de novembro de 2014.



«(In)dependências


Existe hoje em dia, uma casta de políticos na nossa praça que, ao fim de muitos anos de tentativa de assalto ao poder, por formas e meios diversos, estribados em organizações e/ou ideologias políticas, descobriram recentemente uma excelente forma de se catapultarem para mais altos voos na política, de uma forma mais rápida e bombástica, atalhando caminho.

Alguns destes seres, por exemplo, enquanto enquadrados em organizações partidárias, tornaram-se famosos por realizarem campanhas de oposição interna, fora dos locais próprios para tal, fazendo deste modo mais oposição, que a verdadeira oposição, passe a redundância. Na maior parte dos casos, com um pé dentro e o outro pé de fora… dá sempre muito jeito, para urdir as intrigas… (in)dependências…

É do conhecimento geral que, quando se faz parte de uma organização, seja ela de que cariz for, não se deve quebrar o sigilo sobre a informação critica ao funcionamento da mesma. Mas, neste caso, como se trata de gente com um ego que ultrapassa a sua dimensão física e humana, consideram perfeitamente normal este tipo de comportamento, que, no entanto, corroi até destruir qualquer organização.

Claro está que são pessoas que se pronunciam muito na primeira pessoa em tons estridentes – eu isto, eu aquilo, eu… aqueloutro – com sérias limitações no trabalho em equipa e que não são capazes de gerarem consensos, avessos à colegialidade, simplesmente porque se consideram seres especiais, iluminados por entidades divinas, incapazes de partilhar ou de aprender algo, com algum semelhante. A procura de soluções interpares, ou de discussões procurando um consenso o mais alargado possível, torna-se numa derrota para eles. Isso não, as suas ideias são sempre luminosas, únicas, brilhantes na sua obscuridade...

E que se passeiam em diferentes areópagos com a vaidade dos convencidos, daqueles que sabem tudo, considerando todos os outros ignaros, levando a que a sua própria mesquinhez acabe, mais cedo ou mais tarde, por se revelar.

Outros lavram opiniões e manifestos escritos, de tal modo herméticos na sua forma, cujo objectivo dos mesmos deverá passar certamente pela sua não compreensão integral, mas antes por evidenciar um estilo linguístico muito elaborado, no sentido de alimentar a sua vaidade intelectual.

O populismo brota das suas manifestações públicas, como a chuva cai neste outono aguadeiro, apresentando soluções para todos os males. Aos olhos destes visionários tudo está mal, nada é bem executado pelos outros, só eles têm a panaceia para todos os problemas, a solução para todas as obras, enfim, autenticos predestinados.

Nos últimos tempos, este tipo de populismo acentuou-se e aglutinou-se num conceito político dos chamados independentes, facto que até considero lógico, dado que estes seres não estão predispostos a cumprir minimamente os estatutos de qualquer organização política. Quem não viu antigos autarcas retirados coercivamente de candidaturas autarquicas, por práticas de abuso de poder, corrupção e diversos processos judiciais, a criarem imediatamente um putativo movimento independente?... Independentes de quê e de quem!

E como são individualistas e muito senhores das suas opiniões, tendo solução fácil para tudo, pelo menos do seu ponto de vista, nada como um agrupamento destas personalidades raras, para o fervilhar de todo um ideário sóciopolitico que reformulará de forma celestial o funcionamento da nossa República.

A bem da verdade, deve-se dizer que quase todos andaram atrelados a algum partido político no início das suas carreiras políticas, ou em qualquer momento da sua vida. Alguns quando se viram aflitos, até encontraram refúgio em partidos e/ou organizações, cujos líderes eram autênticos arrivistas e populistas. A sua inspiração política tinha que beber em alguma fonte ideológica e de especial modus operandi

O atual funcionamento dos partidos é muito criticável, todos temos que concordar com isso. Os cerca quarenta de anos de funcionamento da nossa Democracia começam a revelar vícios de funcionamento e uma falta de renovação das instituições e de insuficiente participação cívica que urge combater. É absolutamente verdadeira e inconstetável esta realidade.

A corrupção, um flagelo que atinge a sociedade Portuguesa desde tempos imemoriais, que inclusive disseminamos pelos quatro cantos do mundo, não nos dignifica, nem nos fortalece enquanto nação, com este deficiente e indecoroso funcionamento das nossas instituições, que acarretam graves repercussões sociais, como temos assistido ultimamente.

Penso, contudo, que não será de forma individual, mas antes de forma colectiva, com uma maior e melhor participação civica no funcionamento nas instituições, que poderemos melhorar de forma significativa a gestão da coisa pública.

Eu acredito em movimentos legitimos de independentes que defendam causas coletivas. Mais, considero que fazem falta à nossa Democracia, serão ótimos contrapoderes ao poder das classes dominantes, como diria Manuel Sérgio. Mas, movimentos independentes de políticos frustrados, de seres que nas estruturas partidárias nunca conseguiram alcançar os seus objetivos de poder, só podem redundar em mais do mesmo. Nada para construir, um Mundo inteiro para destruir...

E é muito difícil conciliar egos que transbordam aos corpos dos seus portadores e agregá-los numa organização, denominando-a de independente, para dar um ar moderno à coisa... tal é contranatura, como se poderão opor uns aos outros dentro de quatro paredes?... como irão depois todos a todos os lados contar as suas aventuras que tanto alimentam os seus egos?...

A pior atitude que se pode ter em Democracia, passa pelo alinhar no coro dos anunciadores de uma nova era, da tal organização baseada no poder decisório de seres independentes sequiosos de poder, atacando os partidos políticos por fora e por dentro, com a demagogia dos iluminados. Se os políticos não servem, podemos sempre muda-los, mas a nossa Democracia baseia-se numa estrutura partidária. E apesar desta ter muitos defeitos, que os tem, até esta data ainda não apareceu melhor forma de governação... e o populismo é um risco demasiado perigoso para um jovem Estado  Democrático como o nosso...

Helder Barros, 27 de novembro de 2014» in http://birdmagazine.blogspot.pt/2014/11/independencias.html
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