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11/04/13

Política Agrícola - Chaves será a base de uma unidade de produção de cogumelos de grande escala, um projecto que poderá criar 200 empregos.



«Produção de cogumelos cria 200 empregos em Chaves
Publicado em 11 de Abril de 2013.

Chaves será a base de uma unidade de produção de cogumelos de grande escala, um projecto que poderá criar 200 empregos. Segundo o Jornal de Notícias o investimento será realizado na zona industrial da cidade, numa área de 50 mil metros quadrados, e espera acolher entre 36 e 40 investidores, que estão a ser captados por uma empresa de capitais holandeses.

Segundo um dos administradores do projecto, a produção anual poderá atingir os seis milhões de quilos de cogumelos brancos. O objectivo é que o negócio funcione como uma cooperativa empresarial.

“Ensinamos a produzir, garantimos o escoamento e prestamos assistência para que os jovens possam beneficiar do programa de apoio ao desenvolvimento rural (PRODER), para a construção do armazém onde será feita a produção”, explica o empresário.

O projecto prevê ainda a construção de uma estrutura com uma área frigorífica para armazenar a produção, que se destinará quase exclusivamente à exportação.

Neste momento, o projecto aguarda luz verde da Câmara Municipal, que está em vias de aprovar a constituição do direito de superfície. Nesta primeira fase, o acordo prevê, segundo o vereador António Cabeleira, o direito de superfície da área por um período de entre 20 e 30 anos, a um preço de €0,10 o metro quadrado.

O projecto será apresentado ao público no próximo dia 20 de Abril, sábado, numa sessão de esclarecimento que terá lugar no Auditório do Centro Cultural de Chaves.

Foto: Sob licença Creative Commons» in http://greensavers.sapo.pt/2013/04/11/producao-de-cogumelos-cria-200-empregos-em-chaves/




(Jovens agricultores apostam na produção de cogumelos para combater a crise)

21/03/13

Política Agrícola - A Ader-Sousa, a Dolmen e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, enquanto elementos responsáveis pela Fileira da Agricultura e Desenvolvimento da Agenda Regional para a Empregabilidade - Pacto Territorial para a Empregabilidade do Tâmega e Sousa, vão promover o Seminário “Atividade Agrícola: requisitos legais/fiscais”!

 

«Seminário “Atividade Agrícola: requisitos legais/fiscais”

A Ader-Sousa, a Dolmen e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, enquanto elementos responsáveis pela Fileira da Agricultura e Desenvolvimento da Agenda Regional para a Empregabilidade - Pacto Territorial para a Empregabilidade do Tâmega e Sousa, vão promover o Seminário “Atividade Agrícola: requisitos legais/fiscais”, que decorrerá no próximo dia 25 de março (2ª feira), no Auditório do Museu Municipal de Penafiel, entre as 09h15 e as 13h00, abordando temas como “Alterações ao IVA e IRS na agricultura” e “Licenciamento da atividade de transformação e comercialização de produtos agrícolas”.» in http://www.imprensaregional.com.pt/averdade/index.php?info=YTozOntzOjU6Im9wY2FvIjtzOjExOiJub3RpY2lhX2xlciI7czo5OiJpZF9zZWNjYW8iO3M6MjoiMjAiO3M6MTA6ImlkX25vdGljaWEiO3M6NDoiNjg1OCI7fQ==

01/10/12

Agricultura - Não temos petróleo nem diamantes - a nossa grande preciosidade são as uvas!




«Vinho: O nosso tesouro

Não temos petróleo nem diamantes - a nossa grande preciosidade são as uvas. As exportações não param de crescer e o néctar nacional farta-se de ganhar prémios lá fora. O setor vive um bom momento, apesar da situação no País. Reportagem em quatro regiões vitivinícolas no mês das vindimas.

 "Avô, vamos ao campo!" Francisco Simões, 9 anos, está irrequieto. Aproveita os últimos dias das férias escolares para se envolver na azáfama da vindima. O avô, na verdade o bisavô, Horácio Santos Simões, obedece ao miúdo e entra no velho todo o terreno UMM. Tem 93 anos e continua muito longe de se encostar ao borralho. Na Casa Agrícola Horácio Simões, situada na Quinta do Anjo, Palmela, convivem quatro gerações. Fundada pelo trisavô de Francisco, em 1910, é famosa pelo seu moscatel roxo, distinguido em vários concursos internacionais como o Muscats du Monde (França) ou o Decanter World Wine (Inglaterra).

Há muito que Francisco sabe o que vai ser "quando for grande". "Eu e o Duarte [o primo] vamos ficar com a adega. Vamos fazer vinho e, se tivermos dinheiro, compramos mais rótulos..." O pai, Pedro Simões, atual gestor da casa, ri-se. De facto, os vinhos portugueses parecem ter um futuro radioso à sua frente. Para quem exporta, note-se.

Dentro do País, o mercado contrai-se, os portugueses consomem menos e, no primeiro semestre deste ano, houve uma quebra de 5,3% do volume de vendas. "Isto afeta bastante os pequenos produtores que dependem muito do mercado nacional. Além disso, nota-se uma deslocalização do consumo para as gamas mais baixas", refere Frederico Falcão, presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV). Ou seja, vende-se menos e a preços mais baixos.

No entanto, quem pôs os olhos além-fronteiras, pode regalar-se com os números: as exportações cresceram 20,8% em volume, nos primeiros cinco meses de 2012, e 11,4% em valor. É certo que o preço médio do litro caiu 7,8%, sofrendo com a diminuição do preço do vinho do Porto, que representa quase 40% do valor total exportado. Em contrapartida, os vinhos a granel - sem denominação de origem, bem mais baratos que os engarrafados - vendidos para fora da União Europeia, cresceram 41 por cento.

Podemos, então, afirmar que o setor está a viver um bom momento? "Aqui há uns anos, quando o IVV começou a criar a marca Wines of Portugal, um estudo mostrava que os vinhos portugueses não tinham qualquer imagem. Os consumidores dos Estados Unidos - e até do Reino Unido - não sabiam que o nosso país era produtor de vinho. Hoje, tudo é diferente e Portugal tem uma imagem de qualidade. Na exportação, o nosso preço médio por litro é superior ao do espanhol", responde Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, a maior associação de profissionais do setor.

Alentejo: o aroma de uma 'poliphonia'

Lá fora, o vinho português está em alta. No top 100 da prestigiada revista Wine Spectator, Portugal encontra-se representado por quatro marcas: Quinta do Vallado (touriga nacional Douro 2008) aparece logo na sétima posição; Quinta de Cabriz (Dão 2008) está em 42.°; e Quinta do Crasto (Douro reserva 2008) aparece em 62.°, dois lugares acima da Quinta do Vale Meão, outro Douro de 2008. Além disso, medalhas de ouro e de prata nos grandes certames não faltam e, este ano, um dos mais considerados concursos internacionais, o Concurso Mundial de Bruxelas, disse que o melhor vinho tinto de 2012 é luso - trata-se do Poliphonia Signature 2008, produzido em Reguengos pelo empresário Henrique Granadeiro.

Presidente do conselho de administração da Portugal Telecom, Granadeiro ainda é visto, no meio dos vinhos, como um "paraquedista", embora ande nisto há 30 anos, desde que se tornou administrador da Fundação Eugénio de Almeida. Não lhe desagrada, no entanto, a imagem de outsider. À frente de 110 hectares de vinha, responsável pelo emprego de oito pessoas a tempo inteiro, mais 40 sem contrato permanente, o empresário exibe a sua moderna adega, com visível orgulho. "A tecnologia está aqui para potenciar as características das castas da região, para mimar a uva ao máximo", garante o enólogo Pedro Baptista.

"Negócio é negócio", vai dizendo Henrique Granadeiro, 68 anos, natural de Borba. Por ano, produz quase um milhão de garrafas, de gamas média e alta. A alta é vindimada à mão; a média é colhida com máquina, durante a noite. Se tudo correr bem este ano, 30% da produção irá para o Brasil, Angola, Macau, Hong Kong, Polónia e Estados Unidos.
Os prémios são uma ajuda na estratégia de comercialização. As diversas proveniências e profissões dos júris, com critérios de avaliação distintos, levam os críticos de vinhos e grandes apreciadores a desvalorizarem os concursos, mesmo os mais prestigiados. 

No entanto... "Não valorizo a questão das medalhas, embora reconheça que podem ter importância para o negócio. Pesam na compra", diz o crítico José António Salvador.
A distinção ganha, este ano, pelo Poliphonia de Henrique Granadeiro é uma espécie de jackpot. "Se, em 8 597 vinhos, o meu foi considerado o melhor, isso tem algum significado. Seria imodesto desvalorizá-lo, até porque o de Bruxelas é um dos grandes concursos do mundo", contrapõe o empresário. Neste meio, um elogio do crítico norte-americano Robert Parker, ou das revistas Decanter e Wine Spectator abrem muitas portas, a nível internacional.

Douro: dois em um

Dos vinhos do Douro classificados pela Wine Spectator com mais de 90 pontos (a tabela chega aos 100), cerca de metade pertence aos Douro Boys. Há cerca de dez anos, cinco jovens com relações familiares e descendentes de famílias durienses, chegaram ao negócio e revolucionaram os métodos. Romperam com uma atividade cujos produtores coexistiam de costas voltadas entre si e começaram a trabalhar em conjunto, partilhando conhecimentos. Foram eles que fizeram os primeiros vinhos DOC (denominação de origem controlada). E, na história surge a palavra sucesso.

Autoapelidaram-se de Douro Boys. A saber: Dirk Nieport (da Nieport), Tomás Roquette (Quinta do Crasto), Cristiano Van Zeller (Quinta do Vale D. Maria), João Ferreira (Quinta do Vallado) e Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão). A verdade é que o crescimento dos vinhos DOC ajuda a rentabilizar a região. Da mesma vinha, faz-se o vinho do Porto e os DOC, que definitivamente conquistaram Portugal, mas também mercados externos como o Canadá, Angola e Brasil. Para a Nieport, cuja média de faturação, nos últimos quatro anos, anda na casa dos 7,5 milhões de euros, a Alemanha é a sua última vitória. "E mandei agora quatro contentores com 60 mil garrafas para Angola", conta Dirk.

"Se não fossem os vinhos DOC, a região estava numa situação péssima, pois, dos 39 mil agricultores durienses, só pouco mais de 800 têm para cima de 8 hectares de vinha", sublinha Cristiano Van Zeller, para quem o aparecimento dos vinhos DOC tem sido a revolução necessária e mostra a "capacidade de regeneração" dos produtores. "Das mesmas uvas podemos fazer dois dos melhores vinhos. Isto é único, em termos de região e é o que nos distingue, no mundo."

Ele, que conseguiu a pontuação mais alta atribuída por Robert Parker a um português (96 pontos para o Quinta Vale Dona Maria 2009), considera os prémios importantes "para entrar nas elites mundiais" e sabe que há países novos a abrirem-se, como China, incluindo Macau. Depois de ter sido responsável pela Quinta do Noval (cuja família vendeu aos franceses da AXA) e de ter passado pela Quinta do Crasto, investiu, no ano passado, na sua própria quinta (hoje com 15 hectares próprios e mais 25 arrendados) e já ultrapassou um milhão de euros de volume de negócios.

Mas a Real Companhia Velha, por exemplo, sente um grande desafio. "Apesar de exportarmos mais, existe grande concorrência. E lá fora está tudo por fazer", atira Pedro Silva Reis, o presidente. Detentor do Porca de Murça, número um em Portugal e na exportação dos DOC Douro (com 3 milhões de garrafas comercializadas), Silva Reis considera que "continua a haver um estigma que marca o vinho português" em algumas partes do mundo. "Os vinhos que custam entre 4 e 9 euros têm dificuldade de ganhar espaço e ainda há muito trabalho a fazer, mesmo a nível dos restaurantes", reforça.

Bairrada: um vinho sem maquilhagem

"O setor está cada vez mais virado para a exportação, que representa já 30% do total da produção. Mas isso tem custos: é preciso dominar línguas e a concorrência é brutal. Muitos produtores não têm dimensão para seguir esse caminho", observa Frederico Falcão. Jorge Monteiro calcula que a esmagadora maioria das nossas exportações esteja concentrada em 25 empresas.

Entre os pequenos produtores, Luís Pato, 64 anos, foi pioneiro na arte de vender vinho além-fronteiras. Em meados dos anos 80, lá ia ele a caminho de França, com umas garrafas na mala. Hoje, é um dos mais conceituados produtores do País, produz 400 mil garrafas por ano nos seus 60 hectares de vinha, na Bairrada. Nesta região, há muito que a uva não serve só para fazer o espumante que vai bem com o leitão.

Filipa Pato, 37 anos, a sua filha, seguiu o ofício do pai, mas não quis ficar à sua sombra. Aos poucos, vai comprando - ou alugando - vinhas. Formada em Engenharia Química, trabalhou na Austrália, em França e na Argentina já na área da enologia. Regressou à Bairrada, onde tem agora 14 hectares e produz 80 mil garrafas por ano. Prefere apostar nesta pequena produção de alta qualidade. "Não quero ser grande. Para mim, é mais importante ter vinhos conceituados do que uma grande produção", diz.

Como ela, o seu vinho não tem maquilhagem. Não é preciso "maquilhar" a uva na adega, pois muito do trabalho é feito na vinha. "A videira tem de estar equilibrada - nem demasiado stresse nem demasiado vigor. Usamos fertilizantes naturais como estrume de vaca e preservamos as técnicas tradicionais. Trabalhamos quase só com vinhas velhas. Temos vinhas com 80 anos e é delas que extraímos o topo de gama", explica. Esse vinho é todo artesanal, até na tradição da pisa da uva.

Mais de 70% da sua produção segue direta lá para fora - o Brasil é o seu melhor mercado, mas sem dúvida que ter os vinhos em restaurantes ingleses com estrelas Michelin é uma promoção que não está acessível a qualquer um. "A imagem dos vinhos portugueses tem melhorado. A moda é beber vinhos autênticos e Portugal dá cartas nesse aspeto. Vender vinhos com história é muito diferente do que vender vinhos do novo mundo", conclui.

Filipa ganhou, em 2011, o chamado "Oscar do Vinho". Ela foi considerada a Newcomer of the Year pela revista alemã Feinschmecker. Além disso, o seu tinto e o seu branco integram a lista dos 50 melhores vinhos portugueses, elaborada pela especialista inglesa Julia Harding.

Setúbal: uma casta de outros tempos

O moscatel roxo de Casa Horácio Simões também está na lista da inglesa. À frente da casa, estão agora os irmãos Pedro, 37 anos, e Luís, 31. O primeiro é o responsável da empresa e o segundo o enólogo. Com o desaparecimento das tabernas, a venda do vinho a granel começou a decair. Há cerca de 20 anos, a família optou pela denominação de origem. "O moscatel foi sempre a nossa grande imagem de marca", diz Pedro. Luís conta a história: "Fomos à procura de uma casta antiga que estava praticamente extinta, o moscatel roxo. Encontrámos umas plantas e multiplicámo-las. Estudámos onde se dava a casta e hoje ela está em todas as regiões do País e até se fazem ensaios em Espanha e em França."

Por ano, produzem-se ali 10 mil litros de moscatel roxo, 50 mil de moscatel de Setúbal e 100 mil de brancos e tintos. Têm a seu cargo 40 hectares de área de vinha e exportam cerca de 20% da produção. Para o tinto topo de gama, o Vale dos Alhos, a uva é pisada tal como os irmãos faziam quando eram crianças.

"Há mais de dez anos que vamos pelo mundo fora com a garrafinha de moscatel debaixo do braço", continua Pedro. Outras vezes, é o mundo que vai à Quinta do Anjo. Encontrámos um grupo de turistas noruegueses, "consumidores profissionais de vinho", como ironizam, na parte da adega reservada ao enoturismo. "Exquisite", classificam o moscatel roxo.
Francisco regressa do campo com o bisavô. Corre para a adega, com uma grande cacho de uvas na mão. A vindima está quase a acabar.» in http://visao.sapo.pt/vinho-o-nosso-tesouro=f688671#ixzz285frkHUJ


(O melhor vinho do mundo é português)


(Vinhos de Portugal no Mundo / 1955)


(Essência do Vinho - Porto 2012)


21/05/12

Política Agrícola - Em Portugal nascem hortas ajardinadas, tal como acontece na paisagem francesa de Villandry!




«Morangos e alfaces no lugar de flores


Os hortícolas estão a substituir as plantas tradicionais nos jardins. Os portugueses cultivam-nos como se fossem flores em canteiros. Nascem hortas ajardinadas, tal como acontece na paisagem francesa de Villandry.


A inspiração chega de França, do vale do Loire, e é adoptada em Portugal nas chamadas hortas ajardinadas. Tendo como exemplo os jardins do castelo de Villandry, onde couves e flores convivem em canteiros feitos de arbustos, os portugueses começam agora a cultivar hortícolas ao lado de plantas tradicionais de jardim.


«Os hortícolas são mais baratos do que as plantas normais», diz Pedro Pulido Valente, director comercial do Horto do Campo Grande, para explicar o facto de, há um ano, não vender plantas para produção e de, agora, ter as suas lojas carregadas de alfaces, couves, melão, melancia, morangueiros, feijão e tomate. «Há uma procura enorme destes alimentos para os colocarem em jardins. Talvez porque o seu crescimento seja rápido. Por exemplo, em cinco ou seis semanas tem-se uma alface grande e é possível conseguir uma produção quase em contínuo».


Elsa Severino, arquitecta paisagista, considera que este aumento do cultivo dos hortícolas é uma consequência da crise e de uma maior disponibilidade das famílias, mas também da «mediatização das hortas sociais». Hoje, pedem-lhe muitas vezes para idealizar hortas desenhadas tal qual um jardim, onde cenouras, beterrabas, espinafres e alcachofras crescem ao lado de bancos de pedra e pérgulas. Um pouco à semelhança do que acontecia no tempo das quintas de recreio, onde junto a fontes cresciam vinhas. E do que já acontecia Europa fora com couves de tonalidades roxas a serem plantadas no mesmo local de roseiras.


Para o desenho deste tipo de jardins há, porém, limitações «com carácter de produção»: a rotação de culturas obriga a uma área razoável de terreno, o solo deve ser uma mistura de areia, limo, argila e húmus – de textura leve – e o espaço deve estar protegido dos ventos de Norte e bem exposto ao sol.


Por isso é que Elsa Severino aconselha a plantar-se árvores de frutos contra muros, em vedações ou sob a forma de palmeta para que as copas não façam sombra sobre os canteiros – sejam as árvores limoeiros, macieiras ou pereiras.


Morangos entre malaguetas


Nos frutos e nesta época do ano, são os morangueiros que mais se vendem no Horto do Campo Grande. Pedro Pulido Valente conta que a venda está muito acima das aromáticas. Mas estes dois tipos de plantas não têm de ser ‘inimigos’. A arquitecta paisagista Elsa Severino dá conta de terrenos onde morangueiros e framboeseiros crescem, lado a lado, com condimentares, como malaguetas.


Nestes jardins, as variantes de cor assemelham-se aos campos holandeses de tulipas – parcelas de morangos alternam com outras de malaguetas vermelhas e amarelas. Nas extremidades, surge o lilás dos canteiros de alfazemas.


Tudo isto só é possível numa zona com água em abundância. Só assim se poderá ver crescer alho-francês ou couves-de-bruxelas junto a alfaces. Aliás, se em França são as couves que mais se destacam na paisagem, em Portugal a opção vai para a verdura mais usada em saladas.


Aqui, o tempo é mais quente e, com o calor, as alfaces crescem mais facilmente. No negócio de Pedro Pulido Valente são o hortícola mais vendido. «Estão no topo».


francisca.seabra@sol.pt» in http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=49956

(TV Jardim Horta)



(Horta Orgânica do Tio Marcelo e da Gabi)


(HORTA CASEIRA)



(Tomate em vasos)



(PRODUÇÃO DE FRUTAS EM VASOS)



(Una mujer encontró un negocio millonario en la hidroponía)

02/02/12

Agricultura - A falta de chuva no Algarve está a produzir laranjas mais pequenas, que são rejeitadas pelo mercado, o que está a provocar acentuada baixa nos rendimentos dos agricultores e pode levar a falências, alertou hoje um responsável do setor!

Foto: Lusa/Luís Forra


«Seca: Laranjas do Algarve estão a ficar mais pequenas e produtores desesperam


A falta de chuva no Algarve está a produzir laranjas mais pequenas, que são rejeitadas pelo mercado, o que está a provocar acentuada baixa nos rendimentos dos agricultores e pode levar a falências, alertou hoje um responsável do setor.


“O facto de não chover tem efeitos nos calibres das laranjas, que não estão a crescer tanto como em outros anos, porque a irrigação que tem por base as águas subterrâneas não produz frutos tão grandes”, disse à Lusa Horácio Ferreira, diretor-geral da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (CACIAL).


O problema, afirma, não é a fraca produção de laranja e outros citrinos, pois este ano a quantidade de fruta é maior do que em anos recentes, mas sim a menor percentagem de frutos de tamanho superior ao exigido pelos mercados de consumo, sobretudo as grandes superfícies, que requerem diâmetros superiores a 73 milímetros.


“A água da chuva produz frutos maiores, embora de qualidade idêntica, porque a água de cima [chuva] tem microelementos diferentes e por outro lado a chuva molha a árvore, cai no chão e aduba o terreno”, explicou.


Sem chuva, os agricultores estão a recorrer a águas de furo, através do sistema de rega gota a gota, o que faz incorporar menos água nos frutos.


As grandes superfícies e a chamada grande distribuição rejeita todos os frutos de tamanho reduzido, que têm que ser vendidos a preço mais baixo para mercados de fruta menos exigentes ou, na esmagadora maioria dos casos, para a indústria de sumos, a preço bem mais baixo.


“Temos barriga de ricos e carteira de pobres”, resume Horácio Ferreira, reforçando que o tamanho do fruto não se reflete na qualidade do seu interior, nomeadamente na quantidade e doçura do seu sumo.


O dirigente cooperativo exemplifica que a laranja com calibre para a grande distribuição pode ser vendida entre 12 a 18 cêntimos/quilo ao retalhista, enquanto a laranja pequena sai a 10 cêntimos/quilo para a indústria.


“Quer seja laranja grande ou pequena, o custo da apanha para o agricultor ronda sempre os 5 cêntimos e depois, descontados outros fatores de produção, ele tem que subsistir com o que resta, o que dá um terço ou um quarto do preço a que ele vendeu o quilo”, disse, avisando que, a manter-se a situação, muitos poderão entrar em falência dentro em breve.


Horácio Ferreira lamenta que o mercado não se mostre acolhedor para a “excelente qualidade” da laranja de baixo calibre, pois este ano a produção é superior ao ano passado – curiosamente porque não há chuva -, o que, com um custo por quilo mais alto, poderia ser positivo para os agricultores.


“Imaginemos uma árvore que produz 100 quilos de laranja. Este ano, 40 quilos vão para o mercado e 60 para a indústria. Mas no ano passado, mesmo depois de se desperdiçarem 20 quilos que caíram devido à chuva, dos restantes 80 quilos só 20 foram para a indústria, porque 60 foram aproveitáveis pelo grande retalho”, explicou.


A acrescer às dificuldades de preço e penetração no mercado, os agricultores queixam-se que a falta de chuva está a fazer subir a fatura da eletricidade, uma vez que a extração de água do subsolo é feita, na maioria das vezes, com recurso a motores elétricos.


“Com o fim da eletricidade verde e o aumento do IVA na eletricidade a situação ainda fica bem pior”, sustentou.


A acrescer aos custos com a eletricidade, a falta de chuva está a fazer subir também os custos com a água quando a rega se baseia em água das barragens.


De acordo com o presidente da Associação de Regantes do Sotavento Algarvio, João Sabbo, a taxa paga pelos agricultores à associação é de 0,0462 euros por metro cúbico de água utilizada.


“Já estamos há mais de um mês sem chuva e a necessidade de rega é maior”, disse, recordando que normalmente os períodos de seca são bianuais, como aconteceu nos anos de 2004 e 2005, e o mesmo pode acontecer em 2012/2013.


Recordou que a chuva em excesso também é prejudicial para a produção de citrinos, que exige muitos dias de sol, e que a distribuição da pluviosidade ao longo do ano é fundamental para uma agricultura de qualidade.


O Algarve produz entre 300 e 400 mil toneladas de citrinos por ano, em produções distribuídas por 18 mil hectares.


@Lusa» in http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/1218445


(Citrinos Algarve - Fruta Viva - Portugal)

10/09/11

Vinicultura - Os vinhos da Região Demarcada do Douro e Ribeira do Douro, a par dos néctares da Rioja (Espanha), foram as “estrelas” do concurso Arribes 2011!

Foto: Lusa


«Vinicultura: Região Demarcada do Douro brilha em certame internacional
10 de setembro de 2011, 10:41


Os vinhos da Região Demarcada do Douro e Ribeira do Douro, a par dos néctares da Rioja (Espanha), foram as “estrelas” do concurso Arribes 2011, certame que elege os “melhores” vinhos da região transfronteiriça do Douro.


Os vinhos portugueses obtiveram “uma excelente pontuação”, conquistando prémios em oito das nove categorias a concurso.


“Os prémios conquistados pelos produtores de vinho da região do Douro, vem mais uma vez atestar a qualidade dos vinhos ali produzidos e dar a conhecer aos apreciadores o trabalho dos vitivinicultores durienses na elaboração dos seus néctares”, disse à Lusa o promotor do certame, José Luís Pascual.


A região DOC do Douro arrecadou, a par da região espanhola da Rioja, os 10 galardões a concurso, nas diversas categorias.


O júri do concurso premiou ainda mais 19 vinhos portugueses entre verdes e regionais de Trás-os-Montes, Beira Interior e Tejo.


Nesta VII edição do certame, marcaram presença 351 vinhos, que foram avaliados por um conjunto de jurados através de um “prova cega”.


O júri do concurso foi composto por 15 personalidades ligadas ao sector vitivinícola, oriundas de países como Espanha, Portugal, Alemanha e Estados Unidos.


O prémio Arribes está integrado na Rota Internacional do Vinho, entidade que agrega cerca de 70 parceiros portugueses e espanhóis de sectores que vão desde a restauração, produtos endógenos, produção de vinho e azeite ou turismo em espaço rural e meio ambiente.


“Para o próximo ano, vamos aumentar o número de vinho a concurso e por esse motivo queremos ser um dos maiores concursos de vinhos da Península Ibérica ”, rematou José Luís Pascual.


Os dois países ibéricos “unidos” são capazes de organizar rotas turísticas que projetem a região transfronteiriça para os mercados internacionais, já que os produtos ali produzidos começam a ser conhecidos e procurados pelos mercados externos.


Para os apreciadores de vinhos, “as iniciativas promovidas pelos três organismos ibéricos associados entre si são encaradas como uma forma de potenciar o enoturismo numa região com história e potencial ambiental”.


A entrega dos prémios “Arribes 2011” está agendada para o dia 12 de novembro, numa gala transfronteiriça que ocorrerá em Trabanca, Espanha.


@Lusa» in  http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1184391.html


Projecto "Douro Family Estates"/ Quinta das Bajancas/ Prova de Vinhos no Palácio de Seteais
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Há que potenciar esta riqueza, será que só os Ingleses sabem tirar partido, deste filão, de algo que temos, mas que, muitas vezes, nem sequer valorizamos...

22/04/11

Agricultura - "Alemães dão Óscar do Vinho a enóloga portuguesa!"

«Alemães dão Óscar do Vinho a enóloga portuguesa

A enóloga Filipa Pato, venceu o Óscar do Vinho pela melhor produtora do ano, uma distinção atribuída pela prestigiada publicação gourmet alemã Feinschmecker, tornando-se na primeira e mais nova mulher portuguesa a receber esta distinção.
Produtora de vinhos da região das Beiras, Filipa Pato, com 36 anos e dez anos de experiência na área, foi a melhor das seis enólogas nomeadas para o título, por ser a que «mais impressionou pela excelência e pelo carácter inovador dos seus vinhos», refere uma nota divulgada pela revista alemã.


«Este ano, pela primeira vez, fomos nomeadas seis mulheres e havia uma candidata muito forte que faz um vinho de grande referência em Itália e por isso nunca pensei que fosse ganhar. É um reconhecimento muito importante para o nosso projeto na Bairrada mas também para Portugal», disse Filipa Pato em entrevista à agência Lusa.


A sua jovialidade não a intimida, bem como o facto de ser mulher, já que as nomeações para os Óscares do Vinho deste ano mostram bem que as mulheres estão a dominar cada vez mais as adegas.


«Isso mostra a abertura do sector do vinho para as mulheres e não é por acaso que este é um dos setores mais evoluídos de Portugal. Todo este equilíbrio entre homem e mulher é fundamental para um vinho equilibrado», sustentou.


Filha do enólogo Luís Pato, Filipa cresceu a brincar nas vinhas, nos campos e lagares, cujo cheiro característico ainda hoje recorda com nostalgia.


Esteve na Austrália, mas foi nas castas portuguesas, nomeadamente do Dão e da Bairrada, que dedicou toda a sua atenção, com o objetivo de «trabalhar essas uvas da melhor forma possível para que o vinho fosse cada vez melhor».


Tradição e inovação são duas palavras-chave da sua produção. «Tentamos sempre fazer a união entre a tradição e modernidade, tentamos manter a boa tradição e ao mesmo tempo inovar, porque o que hoje é inovação, amanhã pode ser tradicional», disse.


Com vinhas alugadas no Dão e Bairrada, Filipa admite ter o sonho de um dia ter as suas próprias vinhas, embora considere que «o mais importante é perceber a vinha e tratá-la bem».


Filipa mudou recentemente o nome da sua produção para «FPato», para o caso de os seus filhos, à semelhança do que aconteceu consigo, seguirem as pisadas da mãe.


Filipa criou ainda em 2007 o projecto «Vinhos Doidos», em parceria com o marido, William Wouters, que comercializa dois vinhos, o «Bossa» e o «Nossa», uma inspiração do Brasil.


«Bossa» é um vinho de exportação para festas e convívios e o «Nossa» pertence a uma só vinha da Bairrada, «muito bom para vinhos brancos» e que, segundo Filipa, traduz-se na concretização de um sonho, já que é um vinho «mais estruturado, mais complexo, com melhor capacidade de envelhecimento e que vai bem com vários tipos de comida».


Lusa / SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=17438

09/04/11

Cogumelos - Eis uma vertente agrícola que pode ser atractiva para Trás-os-Montes, mas é preciso saber identificar correctamente as espécies!

«Cogumelos: É preciso saber identificar as espécies mesmo as de maior potencial gastronómico

09 de Abril de 2011, 18:18
A Associação Micológica “A Pantorra” promove durante o fim-de-semana um encontro micológico que engloba saídas de campo para ajudar a identificar, colher e confecionar em segurança os designados cogumelos de primavera.
A ação junta mais de meia centena de pessoas e centraliza-se na apanha e identificação de Patorras (Morchella esculenta), um fungo de “elevado” valor gastronómico, dadas as suas qualidades organoléticas, aromáticas e cromáticas.
Porém, apesar das apetências gastronómicas, o cogumelo é ainda ”pouco conhecido” bem como as suas formas de confeção, já que o fungo apresenta “algumas toxidade”.
O tempo primaveril aliado às cores que ornamentam a paisagem transmontana e os aromas silvestres deliciam o olfato sendo um desafio, nem sempre bem sucedido, para se encontrar uma Pantorra dada a sua raridade.
“É preciso ter alguns cuidados quando se encontram e confecionam Pantorras. No entanto, a toxina do cogumelo é diluída com duas ou três lavagens com água quente”, alerta Guilhermina Marques, investigadora da Universidade de Trás –os- Montes e Alto Douro(UTAD).
Apesar do valor económico dos fungos, em Portugal ainda não há legislação que regulamente o sector e por esse motivo existe “um vazio legal” que não permite a “certificação” das mais variadas espécies para que se tornem numa mais valia.
Por seu lado, o presidente da Associação Micológica “A Pantorra”, Manuel Moredo garante que o diploma que possa vir a “regulamentar” o sector da micologia em território nacional ainda está atrasado, apesar de o ministério da Agricultura ter já conhecimento de todo trabalho realizado por vários especialistas nesta matéria.
“Mais que criar um diploma que regulamente o sector, o mais importante seria que as populações soubessem, de uma vez por todas, aquilo que se deve apanhar e comer e não andar atrás de conhecimentos empíricos, na maioria falsos, que podem levar à morte”, frisou o dirigente associativo.
"O mais importante seria que as populações soubessem, de uma vez por todas, aquilo que se deve apanhar e comer",     diz Manuel Moredo
Apesar de o dia estar convidativo para a apanha de Pantorras e de as condições naturais serem ótimas, esta espécie de cogumelos para serem degustados, numa ceia micológica, tiveram de ser adquiridos secos em Espanha.
“Só para se ter uma ideia, um quilo de Pantorras secas equivale a 10 quilos do fungo em fresco, sendo comercializado a cerca de 230 euros o quilo,” explicou Manuel Moredo.
Atualmente é possível degustar cogumelos silvestres ao longo de todo ano apesar de “não haver legislação” que permita a “comercialização do ponto de vista legal”.

Crise - Sinais do Tempo, as pessoas começam a virar-se para a essência da vida, para as coisas simples e verdadeiramente importantes: depois de décadas de consumismo, urge produzir para comer!

«Mais de 200 pessoas aguardam a sua horta em Cascais

09 de Abril de 2011, 10:11

O desejo de regressar ao campo invadiu os munícipes da linha. O projecto Agenda 21 apostou nas hortas comunitárias e o sucesso está garantido.


Longe vai o tempo em que apenas os reformados gostavam de trabalhar a terra. Actualmente, cada vez mais os mais jovens começam a interessar-se pelo campo.
O conceito Hortas Comunitárias de Cascais nasceu, segundo Joana Correia da Silva, responsável por este projecto, de um pedido da comunidade.
Tudo começou em 2009. "A primeira horta foi implementada no Alto dos Gaios, no Estoril, a segunda em Polima, em São Domingos de Rana e a terceira no Bairro de São João, na Rebelva", contabiliza.
Estão mais duas em construção, uma no Bairro 16 de Novembro e outra em São Domingos de Rana, em Carcavelos. " E neste momento já temos 221 pessoas em lista de espera", refere 


Nuno Piteira Lopes, vereador da Câmara de Cascais, explicando que este é um dos projectos que assenta naquilo que projectam para o concelho, uma vez que ajuda a reabilitar espaços que, por vezes, estavam ao abandono, servindo, inclusive para deitar lixo ou entulho, ajudando também a sociabilizar a comunidade e tendo retorno económico.
Além disso, quase todos estes espaços têm ao redor uma zona de passeio ou de corrida e um parque para as crianças, pelo que não há desculpas para que toda a família possa usufruir daquele local.


Joana Correia da Silva afirma que já foram gastos 30 mil euros, uma vez que a Câmara dá o terreno, cercas, casa de ferramentas, área de compostagem e água.
Todos os agricultores têm de fazer uma formação em agricultura biológica, uma hora de teoria e três sessões já a trabalhar a terra, não sendo permitido o uso de fertilizantes.
Nesta formação fazem ainda o planeamento da horta, aprendem técnicas de fertilização do solo e formas de proteger as culturas das pragas. Há ainda outras formações, caso da poda e de culinária, mas aí já fica ao critério de cada um fazê-las ou não.


André Miguel, o agricultor biológico de serviço colhe uma alface plantada por uma das suas turmas, além disso ensina algumas das técnicas que os agricultores praticam no dia-a-dia.
Para participar neste projecto é fundamental pertencer ao concelho de Cascais e inscrever-se no programa Agenda 21 em www.agendacascais21.net.
Mas nada melhor do que ouvir as histórias contadas por quem pega na enxada logo pela manhã ou quando regressa a casa após um dia de trabalho. 

05/02/11

Política Agrícola: Começam os cidadãos a produzir, aquilo que o estado está impedido pelo Comunidade Europeia: bens essenciais de consumo!

«O "Cantinho da Rosa"
05 de Fevereiro de 2011, 01:37

Com a crise económica a encurtar o rendimento disponível das famílias, as hortas comunitárias são uma forma de poupar dinheiro ao final do mês. O projecto de integração social, “O meu cantinho de terra”, começou em Setembro de 2010 e hoje já tem 19 agregados familiares a cultivar nos terrenos da Misericórdia da Trofa. O que a terra dá é para as famílias.
Rosa Pereira "nem sabia pegar numa sachola". A ela e à filha, ambas desempregadas, foi-lhes proposto pela Santa Casa de Misericórdia da Trofa, cultivar legumes numa pequena horta de modo a sentirem-se mais úteis e ocupadas. Aceitaram de imediato e hoje não se arrependem.
Começaram com um pequeno talhão de 25 metros quadrados e hoje mantêm quatro talhões de terreno onde cultivam "quase tudo”, dizem as duas.
Alface, couve, nabiças, repolho, o suficiente para levar para casa e às vezes até vender o que sobra a vizinhos e conhecidos. São uma das 19 famílias que mantêm, umas com mais frequência do que outras, uma horta num terreno cedido pela Misericórdia da Trofa.
"Temos algum espaço ainda e se vierem a surgir novos pedidos, nós teremos capacidade, com outros terrenos anexos, de alargar o espaço bem como já há alguma abertura da própria Junta de Freguesia local para virmos a ocupar também alguns terrenos deles", afirma Zélia Reis, coordenadora do projecto "O meu cantinho de terra".
Uma equipa técnica tem acompanhado as famílias desde o primeiro momento. "Depois de aferido o rendimento per capita de uma determinada família que queira ter uma horta, se se enquadrar em famílias economicamente desfavorecidas nós temos uma empresa que é nossa parceira formal no projecto que oferece tudo quanto são plantas", explica Zélia Reis.
A gestão da horta fica a cabo das próprias famílias. São elas que cultivam os legumes, as ervas aromáticas, os frutos que pretenderem e levam-nos para casa ao final do mês. Em muitos casos, muitas delas chegam a vender o que sobra a vizinhos e conhecidos. Ao mesmo tempo poupam dinheiro que gastariam no supermercado com estes bens alimentares e podem ainda usar a horta como fonte de rendimento.
"Componente imaterial fortíssima"
Além das mais-valias económicas para as famílias a coordenadora do projecto da Santa Casa da Misericórdia da Trofa destaca uma "componente imaterial fortíssima". "Esta horta comunitária combate um estigma social a que as famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI) estão sujeitas", acrescenta.
"Este projecto é um espaço de aprendizagem. Muitas famílias mudaram muito o comportamento em relação às famílias beneficiárias do RSI. Havia muito preconceito, ainda se pensa que estas pessoas são todas preguiçosas. Temos muita gente a reconhecer que afinal estas pessoas têm valor", acrescenta Luísa Reis, técnica de apoio d’ "o meu cantinho de terra”.
A componente social da horta comunitária chamou mesmo a atenção dos académicos. O projecto está a ser objecto de um estudo da Universidade Católica Portuguesa, na área da pedagogia social. 
"O meu cantinho de terra", começou, inicialmente, por ser direccionado às famílias beneficiárias do RSI, mas, foi-se alargando a outros agregados familiares que também mostraram interesse em adquirir talhões de terreno para cultivo próprio. "Pais, filhos, famílias moldavas, famílias de etnia cigana, famílias que não têm qualquer tipo de dificuldades", exemplifica Zélia Reis que destaca o bem-estar que a horta tem proporcionado às famílias.
"O convívio, o mexer na terra que dão outro alento, sobretudo a pessoas que não têm trabalho e que passam de repente a sentir-se úteis. As pessoas verbalizam mesmo felicidade", concretiza.
É o caso de Rosa Pereira. Desde que começou a trabalhar na horta revelou ao SAPO que se sente "muito feliz" e pensa inclusivé rentabilizar os legumes numa banca no mercado da Trofa. "Consta que nos vão dar uma bancada. Eu tenho fé que isto vá para a frente", conta.
Para já vai mantendo o negócio com vizinhas e conhecidas que lhe vão comprando alguns legumes. "Bem dizem que vou dar uma agricultora", confidencia. No fim de mais uma longa tarde de trabalho solarenga esta agricultora está "cansada mas feliz". Palavras da própria. É este o sentimento que se vive em todos os "cantinhos" desta horta comunitária.» @Catarina Osório


A Dona Rosa sabe bem que o que comemos provem da Terra... e não dos Hipers!
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A Horta comunitária ou particular em que muitos Portugueses voltaram a apostar, contraria a Política Agrícola errada, que a União Europeia nos obrigou a promover, que se resume: Portugal e os Países igualmente periféricos deixam de produzir, para comprar aos lobos Europeus... o problema é que o caldo revolucionário que se está a criar no Egito e noutros Países produtos, vai provocar uma crise mundial, no que se refere aos alimentos essenciais.
O Mundo por estes dias está um local perigoso: falta petróleo, começa a faltar água potável, começa a faltar ar respirável, começa a faltar sanidade mental aos grandes decisores mundiais.
Não acredito muito em Teorias do Apocalipse externas à nossa vontade, mas de facto, os homens começam a pagar o preço do mal que têm produzido ao Maravilhoso Planeta Azul: a Terra!
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