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30/11/18

Arte Pintura - O espólio de família do pintor José Maria Veloso Salgado (1864-1945), que inclui pintura, desenho, fotografias, mobiliário e vários objetos, foi legado ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, indicou hoje à agência Lusa fonte da entidade.



«Família do pintor Veloso Salgado entrega espólio ao Museu do Chiado

O espólio de família do pintor José Maria Veloso Salgado (1864-1945), que inclui pintura, desenho, fotografias, mobiliário e vários objetos, foi legado ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, indicou hoje à agência Lusa fonte da entidade.

De acordo com a curadora e conservadora do museu Maria de Aires Silveira, que tem acompanhado o processo, o conteúdo da casa de família do artista foi deixado em testamento, pela neta, Conceição Veloso Salgado, após a sua morte, há cinco anos.

Através da investigação já iniciada ao espólio, Maria de Aires Silveira descobriu cartas e desenhos que estabeleceram uma ligação a outros artistas, quando Veloso Salgado viveu em França, com uma bolsa de estudo, e daí surgiram pistas para encontrar duas pinturas inéditas que estarão expostas até fevereiro de 2019 no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado.

A casa de família do pintor está situada num prédio próximo da Assembleia da República, em Lisboa, e "o seu conteúdo é riquíssimo, porque se manteve praticamente inalterado desde o século XIX, e revela os ambientes dos salões da época".

"Só soubemos dessa intenção da neta do pintor de legar o espólio da casa através de um telefonema do testamenteiro", recordou, sobre o processo, que demorou algum tempo a concretizar-se devido aos trâmites legais.

Maria de Aires Silveira relatou que da inventariação do recheio da casa do artista foram descobertos núcleos importantes de fotografia, pintura, obras em papel, fotografia e arquivo documental que será agora estudado e parte dele exposto no museu.

"Através deste importante espólio será possível saber mais sobre a vida e obra de Veloso Salgado", um artista que deixou uma importante obra no retrato e paisagem.

Da pesquisa ao espólio existente na casa, foi descoberta correspondência entre Salgado Veloso e o casal de artistas Adrien Demont e Virginie Demont-Breton.

"Falei com as autoridades em França e depois com a família, o que possibilitou a descoberta de dois retratos inéditos extraordinários feitos pelo artista português ao casal", relatou.

Os dois "retratos excecionais", que dão outra perspetiva do percurso artístico de Veloso Salgado, encontram-se agora expostos no Museu do Chiado, na atual exposição permanente, "Arte Portuguesa - Razões e Emocões".

Quanto ao espólio da casa do pintor em Lisboa fica entregue ao museu, que está a desenvolver soluções para preservar o mobiliário da época.

Situado no centro histórico de Lisboa, o Museu do Chiado foi fundado em 1911, como Museu Nacional de Arte Contemporânea, e o seu acervo integra mais de 5.000 peças de arte, num percurso cronológico desde 1850 até à atualidade, incluindo pintura, escultura, desenho, fotografia e vídeo.» in https://24.sapo.pt/vida/artigos/familia-do-pintor-veloso-salgado-entrega-espolio-ao-museu-do-chiado


(U.Porto celebrou 150º aniversário de Veloso Salgado)

27/10/18

Arte Pintura - Amadeo de Souza-Cardoso morreu faz esta quinta-feira um século, em Espinho, com apenas 30 anos, vitimado pela epidemia de pneumónica.



«Cem anos sem (e com) Amadeo, entre Espinho, Paris e Amarante

Efeméride vai ser assinalada nas três cidades com novos livros, exposições, concertos e encontros em volta da figura e da obra do pintor modernista desaparecido precocemente com apenas 30 anos.

Amadeo de Souza-Cardoso morreu faz esta quinta-feira um século, em Espinho, com apenas 30 anos, vitimado pela epidemia de pneumónica. A data vai ser evocada pela câmara local com a inauguração de uma exposição colectiva de pintura inspirada na obra do artista que nascera no lugar de Manhufe, numa freguesia de Amarante, a 14 de Novembro de 1887. Também esta autarquia não esquece a efeméride e aproveita-a para lançar um ciclo de actividades a decorrer ao longo de um ano. E a completar a trilogia das terras mais relevantes na curta vida do artista, Paris vai acolher em Dezembro, por iniciativa da Fundação Gulbenkian, um encontro precisamente destinado a abordar “as cidades de Amadeo”.

Aquele que é unanimemente considerado a principal figura do modernismo português, e cuja obra “rivalizou” com artistas seus contemporâneos, como Modigliani e Brancusi, Picasso e Malevitch, mas também Almada Negreiros e Eduardo Viana, tem sido ultimamente alvo de uma revalorização no mundo da arte, principalmente na sequência das duas grandes exposições que a Fundação Gulbenkian – cuja colecção detém a parte maior das suas criações – promoveu, primeiro em Lisboa (Diálogo de Vanguardas, em 2006), e mais recentemente em Paris (Retrospectiva no Grand Palais, em 2016).

Mas Amarante é a cidade que mais tem aproveitado a circunstância de ser a terra natal do pintor de Manhufe, muito também por via das actividades do museu municipal que tem precisamente o nome de Amadeo de Souza-Cardoso, e que é, a seguir à Gulbenkian, a instituição que detém a maior colecção de obras do artista, fundamentalmente constituída a partir de doações da família.

É pois em Amarante que esta quinta-feira se centra o programa mais vasto da comemoração do centenário, que abre com o lançamento, ao princípio da tarde, no atelier do pintor na Casa do Ribeiro, em Manhufe – que entretanto foi recuperada e transformada em casa de turismo de habitação – do livro Amadeo, Vida e Arte, que foi a tese de doutoramento, concluída em 2016, do historiador de arte Luís Pimenta de Castro Damásio.

Edição da própria autarquia amarantina, Amadeo, Vida e Arte contou com a colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian e do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

“Até ao momento, em toda a historiografia biográfica de Amadeo, apenas foram estudados de forma sistémica os últimos 12 anos da sua vida”, lembra Luís Damásio, que antecipou para o PÚBLICO as linhas gerais da apresentação do seu trabalho em Manhufe.

Casado com uma sobrinha-neta de Amadeo, Luís Damásio teve acesso privilegiado a documentos e testemunhos familiares do artista, o que lhe permitiu reconstituir “o hiato de 18 anos da sua vida e obra, período desconhecido” entre a data do seu nascimento, em 1887, e o ano de 1905, em que “fugazmente frequentava a Academia de Belas-Artes, em Lisboa”. Ou seja, até à edição deste livro, desconhecia-se “mais de metade da vida de Amadeo”, reclama o historiador, que na sua tese reconstitui “um contexto familiar católico, conservador, monárquico e, não obstante, empreendedor, assim como um território natal saturado de ruralidade, [que] geraram em Amadeo uma tensão positiva que não obstruiu, antes facilitou, harmonizando contradições e paradoxos, a emergência de um vanguardista projectado para além do seu tempo”.

Já em Amarante, ao final da tarde, no salão nobre dos paços do concelho, a autarquia apresenta as linhas gerais do programa de um ano de actividades, mas também o projecto de ampliação do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso (MMASC), de autoria da arquitecta Andrea Soutinho.

A jornada terminará, no próprio museu, com um concerto na ala que guarda as mais de três dezenas de obras de Amadeo que integram a colecção que ao longo das últimas décadas foi reunida no museu dirigido pelo historiador, e seu director, António Cardoso.

Na lista de actividades promovidas pela Câmara de Amarante está, no dia 10 de Novembro, o lançamento de outra publicação dedicada a Amadeo, e que já se encontra nas livrarias desde o dia 12 de Outubro: Amadeo, a Vida e Obra entre Amarante e Paris é outra biografia, mas esta em registo de banda desenhada, de autoria de Jorge Pinto (texto) e Eduardo Viana (desenho), numa edição da Desassossego.

Ainda no corrente ano, a companhia Filandorra/Teatro do Nordeste faz a 14 de Novembro a estreia da peça Amadeo e o Mundo às Cores, a partir do texto de José Jorge Letria.

Ao longo de 2019, Amarante vai acolher um seminário internacional; vai dedicar a 4.ª edição do festival Mimo (26 a 28 de Julho) a Amadeo; e o MMASC não só promete reforçar o núcleo expositivo dedicado ao artista como vai promover, a encerrar o ano do centenário, no dia 26 de Outubro, a 12.ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso.

Cem artistas em Espinho
Em Espinho, o Fórum de Arte e Cultura (FACE) inaugura também nesta quinta-feira, pelas 18h00, uma exposição com obras de uma centena de artistas convidados a homenagear, com uma obra própria, o legado do pintor modernista. Entre os convidados pela autarquia para o efeito estão nomes como Álvaro Siza, Manuel Cargaleiro, Joana Vasconcelos, Júlio Resende e Nadir Afonso, mas também Mário Bismarck, Ana Maria Pintora, António Carmo e Norberto Nunes

"Amadeo de Souza-Cardoso teve ao longo da sua vida uma forte presença em Espinho e quisemos assinalar essa ligação com um conjunto de iniciativas entre as quais se destaca esta exposição, que reúne 100 obras de artistas consagrados e emergentes – umas que esses criadores já tinham concebido por sua iniciativa e outras que produziram agora especificamente para atender ao nosso pedido", disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Espinho, Joaquim Pinto Moreira.

A inauguração da mostra – que integra também dois originais de Amadeo "cedidos para o efeito por familiares do artista" – vai incluir uma actuação de Fernando Tordo, que aí interpretará o tema Amadeo, lançado em 1997 no álbum Peninsular. A exposição vai ficar patente no FACE até 15 de Dezembro.

Quatro dias antes, em Paris, a delegação da Gulbenkian promove o encontro Villes d’Amadeo, comissariado pela historiadora de arte Marta Soares, e que contará com a participação de Helena de Freitas, Béatrice Joyeux-Prunel, Maria Celeste Natário e Egídia Souto.

“Paris é um lugar incontornável da carreira de Amadeo e uma cidade mítica do modernismo. Ao revisitar a obra de Amadeo, serão indagadas apropriações da máscara africana e abordadas as relações com Paris, incidindo especialmente nos contextos dos salões parisienses. Por fim, far-se-á um balanço do ciclo Cidades de Amadeo, na expectativa de contribuir para o aprofundamento da discussão em torno de Amadeo de Souza-Cardoso e das narrativas do(s) modernismo(s)”, explica a Gulbenkian na apresentação da iniciativa.

tp.ocilbup@edardnas» in https://www.publico.pt/2018/10/25/culturaipsilon/noticia/cem-anos-amadeo-espinho-paris-amarante-1848822


(AMADEO DE SOUSA CARDOSO)

22/02/18

Arte Pintura - Num texto publicado no diário britânico “The Guardian”, a pintora portuguesa, Paula Rego, revelou as intromissões e comentários que ouviu enquanto pintava o retrato oficial do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio.



«Paula Rego e o retrato de Sampaio que apanhou Portugal em fundo

Num texto publicado no diário britânico “The Guardian”, a pintora portuguesa revelou as intromissões e comentários que ouviu enquanto pintava o retrato oficial do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio.

Desta vez não deu para o termómetro da controvérsia subir uns graus. As confissões de Paula Rego no autorretrato escrito para o “The Guardian”, a dias da inauguração da exposição “All Too Human: Bacon, Freud and a Century of Painting Life”, que integra obras suas a par das de uma série de outros grandes nomes na Galeria Tate Britain, em Londres, não foram tão longe que deixassem o assunto cair da mesa para o chão, onde tudo dá azo à balbúrdia formigante dos que se estraçalham por migalhas. Os condimentos, no entanto, estavam todos lá. Tínhamos o retrato de um antigo Presidente da República cuja figura, poderia dizer-se, se entrega mais facilmente à aguarela do que à pintura a óleo, tínhamos uma pintora com que se pode contar para não filtrar tudo o que pensa ao ponto de, no fim, se confundir com tantos artistas que parecem não pensar nada, e tínhamos, finalmente, a frase que sugeria outra coisa: “Fazer o retrato de Jorge Sampaio quase me matou”.

Se Paula Rego diz que só pinta pessoas quando lhes parece que elas aguentam a mudança de plano, da vida para a arte, quando emprestam alguma matéria às histórias que os quadros procuram contar - mesmo se a pintora só as descobre no fim -, acrescenta que, para o fazer, pode até dispensar a ligação emocional com o retratado. Ora, no caso de Sampaio, ela garante que essa ligação existia então e mantém-se até hoje. “Ele é um homem muito bom. Ou, pelo menos, foi muito bom para mim. Ainda somos amigos.”

Contudo, a história que o quadro conta talvez tenha ficado para segundo plano devido aos constrangimentos que se puseram à pintora quando aceitou fazer o retrato. Paula Rego revela as dificuldades e uma série de contratempos que não podia ter antecipado: “Começámos a trabalhar num estúdio do último rei de Portugal [a pintora refere-se à Casa do Regalo, mandada construir por D. Carlos I]: ele fora um pintor muito bom e tinha um estúdio no que é hoje a residência oficial do Presidente. Fazer o retrato tornou-se quase impossível - as pessoas entravam e diziam ‘aquele braço não ficou bem’ ou ‘O nariz dele não é assim’. No final eu disse: ‘talvez devêssemos ir para outro lado’. Acabámos por ir para uma sala repleta de armários cheios de copos de vidro e trabalhei muito arduamente, fiquei instalada num hotel próximo e ia deitar-me sempre exausta.”

A descrição oferece mais flores à paródia do que a um embaraço num testemunho que se pretende servir dignamente à posteridade. O curioso é que a petit histoire, neste caso, se não macula a imagem de Sampaio, deixa à sua volta esse zumbido tão característico de certa saloiice arrogante, esse perfume empertigado que se cheira nos corredores do mais pequeno poder, e se distingue à légua como portuguesa. Esta ‘pincelada’ basta para pôr a fita a desenrolar-se nas nossas cabeças, e assim vemos o desfile desses narizes vindo espiar o trabalho de Paula Rego, e, ato contínuo, produzindo sentenças, sentindo-se habilitados a sugerir correções. 

A arte é, entre nós, esse consultório onde o paciente logo tem lições para dar ao médico. Imagine-se se não só estes, mas os eletricistas, os canalizadores ou serralheiros, se além de serem chamados a prestar os seus serviços, ainda tivessem que levar com os reparos e as intromissões de bem intencionados amadores. No caso de Paula Rego, cuja obra goza já do tipo de prestígio mundial que deveria protegê-la destes incidentes, é ainda mais tocante imaginar a entourage presidencial a cirandar pelo estúdio convencida de que o estatuto não a colocava acima da premência dos seus reparos. A solução foi esconder-se num quarto dos fundos, assim esquivando-se à turba dos nossos críticos de arte. É o tipo de cena que haveria de divertir Eça de Queirós, um dos escritores que mais vezes serviu de influência à pintura de Paula Rego. Portanto, e como se vê, é o eterno retorno a vir cobrar à portuguesa a sua taxa.

Exposição na Tate

“All Too Human: Bacon, Freud and a Century of Painting Life”, a mostra que inaugura dia 28 deste mês e ficará patente até 27 de agosto, integra uma série de obras de artistas que “tenham capturado a experiência intensa de viver através da pintura”, segundo o museu, e inclui trabalhos de Walter Sickert, Stanley Spencer, Michael Andrews, Frank Auerbach, R. B. Kitaj, Leon Kossoff e Jenny Saville, entre outros.

Quanto ao auto-retrato, desta vez em palavras, é um testemunho valioso em que a pintora portuguesa uma vez mais avança pistas para que o seu trabalho seja encarado de forma desassombrada, explicando a evolução do seu método de trabalho, recuando à infância, e ao primeiro retrato que fez: “Quando tinha nove anos fiz um desenho da minha avó. Foi o primeiro de um vivo. Ela estava ali sentada a coser - não sabia que eu a estava a desenhar. Parecia-se com ela. Costumava trazer pintos nos bolsos e, às vezes, até crias de coelho. Mantinham-na quente. Ela gostava deles. Às vezes levava-os para passear.”

Como sempre em Paulo Rego a vida ganha um efeito de sobressaturação. As cores são mais fortes, os aspetos mais ordinários são agarrados com uma tal firmeza que parecem mexer-se dentro dos seus contornos, não morrem, não ficam comportados e serenos, pousando, mas adquirem um efeito de radiância. E não se trata de captar a alma, nem esse género de triunfantes banalidades que tantos artistas repetem para que o seu silêncio ou mistério não seja encarado como um vazio, mas há uma pulsão vital a que Paula Rego aprendeu a ser fiel. Assim, ela diz-nos como muitas vezes o que importa é puxar da vida esses traços que lhe devolvem a sua semelhança, e confiar neles para segurarem o fôlego de tudo o resto. Para o ilustrar, a pintora recorre a um episódio que se passou com o poeta T.S. Eliot. Um artista incumbido de o pintar ter-lhe-á dito: “Vou capturar a tua alma.” Ao que Eliot retorquiu: “Deixa lá a minha alma e concentra-te para que a minha gravata fique bem.”

A pintora conclui assim o seu autorretrato lembrando o cuidado que um artista aprende ao olhar a vida tentando retratá-la. “Quanto mais o fazes, melhor te tornas a olhar, e essa é uma disciplina que é fundamental qualquer que seja a forma como faças o teu trabalho.”» in https://sol.sapo.pt/artigo/601667

06/12/17

Arte Pintura - É no Metropolitan Museum of Art, conhecido como The Met, que está Thérèse Dreaming, um quadro de Balthus datado de 1938, nele vê-se uma menina recostada numa cadeira, de braços erguidos e juntos atrás da cabeça, de olhos fechados.



«"Thérèse Dreaming". O quadro de Balthus que é criticado por apresentar uma "imagem sexualizada" de uma criança

Um quadro, no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, está a causar polémica. A pintura, datada de 1938, apresenta, segundo as críticas, "uma imagem sexualizada de uma menina". Há uma petição para retirar o quadro do local, mas o museu parece não concordar.

É no Metropolitan Museum of Art, conhecido como The Met, que está Thérèse Dreaming, um quadro de Balthus datado de 1938. Nele vê-se uma menina recostada numa cadeira, de braços erguidos e juntos atrás da cabeça, de olhos fechados. Até aqui, nada que origine críticas. Mas a menina tem a saia levantada e as pernas ligeiramente abertas revelam as suas cuecas brancas.

Para milhares de pessoas, esta representação apresenta uma "imagem sexualizada" da criança e foi por isso que surgiu uma petição para remover o quadro da exposição, que pretende atingir um total de 9 mil assinaturas e conta, até ao momento, já com 8.752 apoiantes.

O quadro pertence à coleção permanente do museu e não é o único exemplo do pintor francês que retrata crianças de uma forma que pode ser considerada sexual. Em 2013, o Met dedicou-lhe a exposição “Balthus: Cats and Girls — Paintings and Provocations” ["Balthus: Gatos e Meninas — Pinturas e Provocações"].

Na petição, é referido que a exposição de 2013 incluía um aviso à entrada: "Algumas das pinturas nesta exibição podem perturbar alguns visitantes". Deste modo, considera-se que as obras de Balthus contém "referências pedófilas".

"É perturbador que o Met exiba com orgulho uma imagem assim. É uma instituição de renome e um dos maiores e mais respeitados museus de arte nos Estados Unidos. O pintor, Balthus, tem uma 'vaidade' notável com meninas na puberdade, e pode argumentar-se com firmeza que esta pintura romantiza a sexualização da criança", pode ler-se na petição de Mia Merrill.

"Considerando o atual clima em volta de alegações de abusos sexuais cada vez mais frequentes, ao mostrar este trabalho para as massas sem fornecer qualquer tipo de esclarecimento, o Met está, talvez involuntariamente, a apoiar o voyeurismo e a objetificação das crianças", continua a petição.

Contudo, é especificado que não há a intenção de "censurar ou destruir" a pintura, mas sim alertar o museu para a escolha das obras de arte mostradas.

Ao The New York Times, o diretor de comunicação do Met, Ken Weine, disse que "momentos como este fornecem uma oportunidade para a conversa, e a arte visual é um dos meios mais significativos que temos para refletir sobre o passado e o presente, encorajando a evolução contínua da cultura existente através de discussão informada e respeito pela expressão criativa", pelo que não está previsto tirar o quadro da exposição.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/therese-dreaming-o-quadro-de-balthus-que-e-criticado-por-apresentar-uma-imagem-sexualizada-de-uma-crianca


(Balthus Therese Dreaming 1938 Speed Drawing)


(Therese Dreaming Animation)


(Balthus the Painter (1908-2001) documentary [vhs])

11/10/17

Arte Pintura - A Christie's anunciou que vai leiloar, a 15 de novembro, "Salvator Mundi", o último quadro do génio renascentista Leonardo da Vinci em mãos privadas e a leiloeira espera espera obter 100 milhões de dólares com a venda da obra.



«Último quadro de Da Vinci na posse de privados vai a leilão

A Christie's anunciou que vai leiloar, a 15 de novembro, "Salvator Mundi", o último quadro do génio renascentista Leonardo da Vinci em mãos privadas. A leiloeira espera espera obter 100 milhões de dólares com a venda da obra.

"Salvator Mundi", tem 65 centímetros por 45 centímetros, e é um óleo pintado aproximadamente no ano 1500 que apresenta Jesus como salvador do mundo.

"Salvator Mundi é uma pintura da figura mais icónica no mundo, do artista mais importante de todos os tempos. A oportunidade de oferecer isto ao mercado é uma honra que chega apenas uma vez na vida", disse Loic Gauzer, especialista em arte da Christie's em Nova Iorque.

Uma terceira parte envolvida ofereceu já uma garantia sobre o quadro, o que significa que este será vendido por pelo menos 100 milhões de dólares, explicou à AFP François de Poortere, responsável de quadros antigos na Christie's de Nova Iorque. A obra "foi pintada na mesma época que a Mona Lisa, com a qual apresenta uma semelhança de composição patente. Leonardo era uma força criativa incomparável, e um mestre do enigma. Quando se para em frente destas pinturas, é impossível para a mente decifrar ou compreender totalmente o mistério que irradia delas", acrescentou.

Antes do leilão, o quadro será exposto em Hong Kong, São Francisco e Londres.

A obra "Sixty Last Suppers" (Sessenta últimas ceias), do pintor americano Andy Warhol, que representa 60 vezes "A última ceia" de Da Vinci, será vendida na mesma noite do 15 de novembro. O preço é estimado em 50 milhões de dólares.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/ultimo-quadro-de-da-vinci-na-posse-de-privados-vai-a-leilao


("Salvator Mundi" a newly rediscovered painting by Leonardo Da Vinci.)


(Leonardo da Vinci's Salvator Mundi and the Divine Proportion)


(video world 2011 11 07 leonardo-da-vinci-christ-robert-simon)

01/10/17

Arte Pintura - Uma pintura do artista flamengo Peter Paul Rubens que retrata o duque de Buckingham, dada como 'perdida', foi redescoberta em Glasgow, na Escócia, quase 400 anos depois, segundo a britânica BBC.



«Retrato "perdido" de Rubens reaparece em Glasgow após quase 400 anos

Uma pintura do artista flamengo Peter Paul Rubens que retrata o duque de Buckingham, dada como 'perdida', foi redescoberta em Glasgow, na Escócia, quase 400 anos depois, segundo a britânica BBC.

A obra, com data do século XVII, foi identificada por Bendor Grosvenor, do programa Britain’s Lost Masterpieces (obras-primas perdidas do Reino Unido, na tradução em português), da BBC.

A pintura pertencia a uma coleção do museu de Glasgow e estava exposta ao público mas pensava-se que se tratava de uma cópia tardia realizada por outro artista.

O retrato restaurado de George Villiers, o primeiro duque de Buckingham, foi identificado como um “Rubens” verdadeiro por Bem van Beneden, diretor da Rubenshuis, a casa-atelier do artista em Antuérpia, na Bélgica, que considera que acrescentar esta pintura à obra de retratos do artista mostra como ele abordava o género.

“Descobrir o retrato de uma figura tão importante na história britânica por um dos artistas mais relevantes foi incrivelmente emocionante”, disse Grosvenor.

As camadas de tinta acrescentadas em algumas áreas do quadro por outro artista posterior, em cima da camada original, e a acumulação de anos de poeira e sujidade, obscureceram o trabalho de Rubens até ao ponto de confundir com outro.

A pintura foi submetida a trabalhos de conservação do restaurador Simon Gillespie para voltar a ter a aparência original e será exibida na Galeria e Museu de Arte Kelvingrove, em Glasgow, na próxima quinta-feira, segundo a BBC.

Peter Paul Rubens viveu entre 1577 e 1640, sendo um dos mais destacados pintores flamengo do estilo barroco.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/retrato-perdido-de-rubens-reaparece-em-glasgow-apos-quase-400-anos


30/09/17

Arte Pintura - A figura feminina apresenta-se nua e com um sorriso misterioso e tudo indica tratar-se de uma variante de "Mona Lisa", um dos quadros mais célebres do artista do Renascimento, Leonardo Da Vinci.





«Há uma "Mona Lisa" nua que pode ter sido desenhada por Leonardo Da Vinci

Numa primeira análise, o esboço a carvão apresenta ao observador traços familiares. Dadas as suspeitas, investigadores franceses dedicam-se ao estudo do desenho que pode ser da autoria de Leonardo Da Vinci e uma outra versão da famosa Mona Lisa... nua.

A figura feminina apresenta-se nua e com um sorriso misterioso e tudo indica tratar-se de uma variante de "Mona Lisa", um dos quadros mais célebres do artista do Renascimento.

O Museu em Paris, onde a obra-prima do pintor está exposta, está agora a analisar um desenho a carvão conhecido como "Monna Vanna" e que foi atribuído ao estúdio do artista florentino.

O desenho pertence desde 1862 à enorme coleção de arte renascentista do Museu Condé, no Castelo de Chantilly, ao norte da capital francesa.

O desenho, intitulado pelos investigadores "Joconde Nue", encontra-se a ser alvo de investigações desde do passado mês de agosto, no Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus de França (C2RMF), com o intuito de provar se foi concebido pelo pintor da Toscânia. Após um mês de testes no Louvre, os investigadores acreditam que o "desenho é, pelo menos em parte", de Da Vinci.

"O desenho tem uma qualidade na forma como o rosto e as mãos foram executados que é realmente notável. Não é uma cópia inferior", disse o conservador Mathieu Deldicque à AFP.

"Estamos a olhar para algo que foi trabalhado em paralelo com a Mona Lisa no final da vida de Leonardo", afirmou. "É quase certamente um trabalho preparatório para uma pintura a óleo", acrescentou, sugerindo que o desenho está intimamente ligado à Mona Lisa.

Para Deldicque, apesar de este não ser "uma cópia pálida" de "Mona Lisa", mostrando várias correções feitas pelo artista, o desenho remete para a "presença de uma obra-prima cativante [e de] uma beleza estranha na encruzilhada dos géneros".

'Quase idênticos'

Segundo Deldicque, as mãos e o corpo são quase idênticos aos da obra-prima de Da Vinci.

O desenho é quase do mesmo tamanho da Mona Lisa, e pequenos buracos perfurados em torno da figura indicam que pode ter sido usada para traçar a sua forma numa tela, argumentou.

O especialista em conservação do Louvre Bruno Mottin confirmou que o desenho data da época em que Da Vinci viveu, no início do século XV, e que é de uma "qualidade muito alta".

Testes já revelaram que não se trata de uma cópia de um original perdido, disse o especialista ao jornal Le Parisien.

Contudo, é necessária prudência antes de uma atribuição definitiva a Da Vinci, que morreu em França em 1519. "O tracejado na parte de cima do desenho perto da cabeça foi feito por uma pessoa destra", enquanto Da Vinci desenhava com a mão esquerda.

"É um trabalho que vai levar algum tempo", acrescentou o perito. "Este é um desenho sobre o qual é muito difícil trabalhar porque é particularmente frágil".

Mas Mottin disse que a equipa do museu espera esclarecer a identidade do autor no prazo de dois anos, a tempo para uma exposição no Chantilly, pelo 500º aniversário da morte de Leonardo da Vinci.

Mais de 10 especialistas estudaram cuidadosamente o desenho nas últimas semanas, tendo este sido submetido a uma bateria de exames que incluem a fotografia com luz rasante, a fluorescência de raios X e por raios ultravioleta e a refletografia de infravermelhos.

Até agora, as primeiras análises permitiram determinar a data do desenho - entre 1485 e 1538 - um período temporal que abrange uma secção da vida do artista.

O curador do museu Condé admite, contudo, que "está tudo em aberto" quanto à participação de Da Vinci na criação do esboço, adiantando que os resultados da investigação, em andamento, serão revelados em 2019.

O desenho de Chantilly foi originalmente atribuído ao mestre toscano quando foi comprado pelo duque de Aumale, em 1862, por 7.000 francos, uma quantia substancial na época.

Mais tarde, especialistas tiveram dúvidas sobre a autoria e concluíram que era mais provável que o desenho tivesse sido feito por algum membro do estúdio do artista.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/ha-uma-mona-lisa-nua-que-pode-ter-sido-desenhada-por-leonardo-da-vinci

25/09/17

Arte Pintura - Uma pintura do artista flamengo Peter Paul Rubens que retrata o duque de Buckingham, dada como 'perdida', foi redescoberta em Glasgow, na Escócia, quase 400 anos depois, segundo a britânica BBC.



«Retrato "perdido" de Rubens reaparece em Glasgow após quase 400 anos

Uma pintura do artista flamengo Peter Paul Rubens que retrata o duque de Buckingham, dada como 'perdida', foi redescoberta em Glasgow, na Escócia, quase 400 anos depois, segundo a britânica BBC.

A obra, com data do século XVII, foi identificada por Bendor Grosvenor, do programa Britain’s Lost Masterpieces (obras-primas perdidas do Reino Unido, na tradução em português), da BBC.

A pintura pertencia a uma coleção do museu de Glasgow e estava exposta ao público mas pensava-se que se tratava de uma cópia tardia realizada por outro artista.

O retrato restaurado de George Villiers, o primeiro duque de Buckingham, foi identificado como um “Rubens” verdadeiro por Bem van Beneden, diretor da Rubenshuis, a casa-atelier do artista em Antuérpia, na Bélgica, que considera que acrescentar esta pintura à obra de retratos do artista mostra como ele abordava o género.

“Descobrir o retrato de uma figura tão importante na história britânica por um dos artistas mais relevantes foi incrivelmente emocionante”, disse Grosvenor.

As camadas de tinta acrescentadas em algumas áreas do quadro por outro artista posterior, em cima da camada original, e a acumulação de anos de poeira e sujidade, obscureceram o trabalho de Rubens até ao ponto de confundir com outro.

A pintura foi submetida a trabalhos de conservação do restaurador Simon Gillespie para voltar a ter a aparência original e será exibida na Galeria e Museu de Arte Kelvingrove, em Glasgow, na próxima quinta-feira, segundo a BBC.

Peter Paul Rubens viveu entre 1577 e 1640, sendo um dos mais destacados pintores flamengo do estilo barroco.» in http://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/retrato-perdido-de-rubens-reaparece-em-glasgow-apos-quase-400-anos


(Peter Paul Rubens)


(Peter Paul Rubens, Elevation of the Cross)


(Peter Paul Rubens)


21/07/17

Arte Pintura - De acordo com especialistas que participaram na exumação do artista surrealista, falecido em 1989, com 85 anos, os restos mortais embalsamados estavam bem conservados, a começar pelo seu característico bigode.



«Bigode de Salvador Dalí continua intacto, 28 anos após a morte

De acordo com especialistas que participaram na exumação do artista surrealista, falecido em 1989, com 85 anos, os restos mortais embalsamados estavam bem conservados, a começar pelo seu característico bigode.

"Como sabem, o corpo de Dalí foi embalsamado e, segundo o médico legista, depois da exumação, o bigode encontrava-se na sua posição habitual, apontado para as dez horas e dez", disse o secretário-geral da Fundação Gala-Dalí, Luis Peñuelas Reixach, numa conferência de imprensa realizada hoje de manhã, no Teatro-Museo Dalí, em Figueres, Girona, cerca de 12 horas após o início da operação.

O responsável salientou que esta revelação dos especialistas foi "especialmente comovente", porque Dalí brincava frequentemente com a forma do bigode, uma marca especial da sua imagem.

Após a exumação do corpo, realizada na última noite, foram extraídas amostras de cabelo, unhas, dentes e dos ossos, tendo a Fundação Dalí solicitado o regresso dos restos mortais ao sepulcro.

A abertura do sepulcro verificou-se às 22:20 e voltou a ser selado às 23:40, terminada a operação.

O jornal El País, na edição eletrónica, adianta que o calendário oficial prevê o anúncio dos resultados dos exames de ADN para o início de setembro, pouco antes da sessão em tribunal, sobre a questão de paternidade, marcada para 18 desse mês.

O corpo do pintor, falecido em 23 de janeiro de 1989, aos 85 anos, estava sepultado no Teatro-Museo Dalí, em Figueres, na região de Girona, e foi exumado por decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

A decisão foi anunciada a 20 de junho, para obtenção de amostras do corpo do artista, no sentido de realizar um exame de determinação de paternidade de Pilar Abel, que alega ser sua filha.

Pilar Abel submeteu-se ao exame de ADN em 11 de julho, em Madrid.

A Fundação Gala-Dalí recorreu da decisão do tribunal, apoiada em pareceres jurídicos de Roca Junyent, em coordenação com a procuradoria espanhola, já que o pedido de determinação de paternidade visa igualmente o Estado espanhol - o ministério das Finanças e do Tesouro -, como herdeiro de Dalí. Mas o exame foi confirmado.

Segundo o representante legal da Fundação, Albert Segura, citado pelo El País, no caso de os exames de ADN confirmarem a paternidade de Dalí, Pilar Abel poderá reclamar 25% do património detido pelo artista, na altura da sua morte.

O prejudicado, nesse caso, seria o Estado espanhol, herdeiro universal designado por Dalí, como adianta o jurista.

O pedido de averiguação de paternidade de Pilar Abel foi admitido no tribunal de primeira instância número 11, de Madrid, em abril de 2015.

Pilar Abel, nascida em Figueres, em 1956, alega ser fruto de uma relação de Salvador Dalí com sua mãe, que conheceu em Cadaqués, Girona, quando esta trabalhava como empregada de uma família que passava temporadas naquela povoação.

A mãe de Pilar Abel ter-lhe-á dito várias vezes que o seu pai era o pintor Salvador Dalí. Além disso, uma cuidadora da mãe de Pilar reconheceu que esta contava que manteve uma relação amorosa secreta com o pintor.

Pilar Abel já se submeteu duas vezes a testes de paternidade, mas nunca conseguiu que os resultados lhe fossem entregues.

O primeiro teste foi feito num laboratório em San Sebastián de los Reyes (Madrid), em julho de 2007, com restos de pele e cabelos que estavam agarrados a uma máscara de gesso do pintor, que foi feita pouco depois de este morrer e chegou às mãos de Pilar Abel.

O segundo teste foi feito em Paris, em dezembro de 2007, no escritório de Robert Descharnes, colaborador e biógrafo de Dalí, para comparar amostras de ADN de Pilar com material genético do pintor que Descharnes tinha em sua posse.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/bigode-de-salvador-dali-continua-intacto-28-anos-apos-a-morte


(A persistência da memória)


(Complicando: A Persistência da Memória)


(Salvador Dali- A Persistência da Memória)

05/06/17

Arte Pintura - A exposição dedicada a Almada Negreiros, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, tem hoje o último dia de abertura ao público, depois de um fim de semana com horários alargados até à meia-noite, devido ao grande fluxo de público.



«Se ainda não visitou, esta é a última oportunidade. Exposição dedicada a Almada Negreiros encerra hoje

A exposição dedicada a Almada Negreiros, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, tem hoje o último dia de abertura ao público, depois de um fim de semana com horários alargados até à meia-noite, devido ao grande fluxo de público.

Hoje, último dia da mostra, o horário será das 10:00 às 18:00.

Aberta ao público desde 03 de fevereiro, nas galerias de exposições temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, “José de Almada Negreiros. Uma maneira de ser moderno” ultrapassou os 100 mil visitantes no fim de semana de 13 e 14 de maio, como disse, na altura, a fundação à agência Lusa.

A mostra reúne perto de quatro centenas de obras, muitas delas inéditas, e acontece cerca de um quarto de século depois da última retrospetiva dedicada ao artista do modernismo português.

A curadoria é da historiadora de arte e investigadora Mariana Pinto dos Santos, com Ana Vasconcelos, conservadora do Museu Calouste Gulbenkian, e tem sido acompanhada de um programa educativo e cultural que se alarga a outras instituições, como a Cinemateca Portuguesa, que acolheu o ciclo “Almada, da Dança das Formas à Imaginação”.

Almada Negreiros (1893-1970) deixou uma vasta obra de pintura, desenho, teatro, dança, romance, contos, conferências, ensaios, livros manuscritos ilustrados, poesia, narrativa gráfica, pintura mural e artes gráficas, cuja produção se estendeu ao longo de mais de meio século.

Organizada em oito núcleos temáticos, esta exposição põe em relevo as pesquisas matemáticas e geométricas de Almada em pintura, as obras em espaço público, na cidade de Lisboa, o caráter de narrativa gráfica que se encontra em vários dos seus trabalhos, o diálogo com o cinema e a importância do autorretrato na sua obra, entre muitos outros aspetos do seu percurso.

Na galeria principal da fundação, a pintura e o desenho do autor do romance “Nome de guerra” cruzam-se com trabalhos feitos em colaboração com arquitetos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores.

Na sala do piso inferior do edifício principal da Gulbenkian, o núcleo destaca a presença do cinema e da narrativa gráfica, a que se juntam obras e estudos inéditos daquele que assinou “O manifesto anti-Dantas e por extenso”.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/se-ainda-nao-visitou-esta-e-a-ultima-oportunidade-exposicao-dedicada-a-almada-negreiros-encerra-hoje


(Entrevista de Almada Negreiros - 1968)


(Almada Negreiros: uma obra em destaque I)


(Exposição de Almada Negreiros na Gulbenkian)

04/04/17

Arte Pintura - Um retrato clássico do líder chinês Mao Zedong da autoria do artista norte-americano Andy Warhol foi vendido em Hong Kong por cerca de 12 milhões de euros, abaixo de estimativas que apontavam para mais de 14 milhões.



«O famoso retrato de Mao Zedong, por Andy Warhol, foi vendido por 12 milhões de euros

Um retrato clássico do líder chinês Mao Zedong da autoria do artista norte-americano Andy Warhol foi vendido em Hong Kong por cerca de 12 milhões de euros, abaixo de estimativas que apontavam para mais de 14 milhões.

O leilão atraiu muita atenção e o preço estimado foi o mais alto que a leiloeira Sotheby’s já avançou num leilão de pintura na Ásia.

A obra de 1973 teve que ser leiloada na Região Administrativa Especial de Hong Kong devido à sensibilidade com qualquer uso da imagem de Mao no continente chinês e a identidade do comprador não foi revelada.

A Sotheby’s indicou que se tratou da primeira venda relevante de arte contemporânea ocidental em Hong Kong, que faz parte da República Popular da China desde 1997 e tem um estatuto de semi-autonomia em relação a Pequim.

Quando uma exposição de Andy Warhol passou em 2013 por cidades chinesas, as imagens do fundador da China moderna ficaram armazenadas e não foram expostas.

O legado de Mao e da China comunista que liderou são usadas pelo partido para se legitimar no poder e a sua imagem domina num retrato gigante a praça Tiananmen, além de figurar nas notas.

Mas do seu legado também fazem parte campanhas de assassinatos políticos e medidas económicas que provocaram fome em massa, pelo que a sua imagem é gerida de forma controlada pelo partido.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/o-famoso-retrato-de-mao-zedong-por-andy-warhol-foi-vendido-por-12-milhoes-de-euros

20/02/17

Arte Pintura - A autenticidade da pintura “A Rua Nova dos Mercadores”, peça central da exposição que o Museu Nacional de Arte Antiga inaugura na próxima quinta-feira, está a ser colocada em causa por dois historiadores.



«O quadro é verdadeiro ou falso? A polémica que está a preceder a nova exposição do MNAA

A autenticidade da pintura “A Rua Nova dos Mercadores”, peça central da exposição que o Museu Nacional de Arte Antiga inaugura na próxima quinta-feira, está a ser colocada em causa por dois historiadores.

O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) inaugura na próxima quinta-feira a exposição “A Cidade Global — Lisboa no Renascimento”, uma exibição que tem como peça central a pintura “A Rua Nova dos Mercadores”, um quadro do século XVI do pintor Dante Gabriel Rossetti, que mostra uma rua renascentista que se considerou ser a Rua Nova dos Mercadores, na baixa da Lisboa manuelina.

A autenticidade do quadro é agora questionada pelos historiadores João Alves Dias e Diogo Ramada Curto, de acordo com notícia avançada pelo Expresso na sua edição deste fim de semana. João Alves Dias afirmou que se trata de “um quadro forjado no século XX a imitar o passado” e Ramada Curto escreveu num ensaio publicado na revista do semanário que a finalidade da pintura é perpetuar a ideia “patrioteira” de um Portugal neotropicalista.

A história desta pintura tinha sido contada no SAPO 24 em abril de 2016 a partir da descoberta de  duas historiadoras inglesas, Kate Lowe e Annemarie Jordan Gschwend. Foram elas que numa visita a uma mansão do século XIX, Kelmscott Manor, localizada perto de Oxford, repararam num quadro do século XVI que o pintor Dante Gabriel Rossetti teria oferecido, ou vendido, ao proprietário dessa casa, o escritor, artista e filósofo socialista William Morris.

As duas historiadoras investigaram referências, tanto em livros e documentos, e chegaram à conclusão de que se  tratava da Rua Nova dos Mercadores, na baixa da Lisboa manuelina, localizada onde agora se situa a Rua da Alfândega. A Rua Nova dos Mercadores foi destruída pelo terramoto de 1755 e o que resta hoje é a fachada manuelina da Conceição Velha, reconstruída com um interior já pombalino.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/o-quadro-e-verdadeiro-ou-falso-a-polemica-que-esta-a-preceder-a-nova-exposicao-do-mnaa

16/12/16

Arte Pintura - Em França, um médico reformado tinha em sua posse, sem que tivesse conhecimento disso, um valioso desenho de Leonardo da Vinci, que foi avaliado em 14,9 milhões de euros.



«Reformado tinha um desenho de Da Vinci e não sabia. Agora, foi avaliado em 15 milhões de euros

Em França, um médico reformado tinha em sua posse, sem que tivesse conhecimento disso, um valioso desenho de Leonardo da Vinci, que foi avaliado em 14,9 milhões de euros.

A leiloeira francesa Tajan anunciou no início desta semana a descoberta de um desenho, que se julgava perdido, de Leonardo Da Vinci. A leiloeira avaliou a obra em 15,8 milhões de dólares (14,9 milhões de euros).

Tudo começa com a visita de um médico francês, já aposentado, à Tajan. Consigo levava um conjunto de desenhos, colecionados pelo seu pai. Um destes "desenhos", um estudo do Martírio de São Sebastião, chamou à atenção de Thaddée Prate, de 55 anos, diretor da Tajan, que pediu uma segunda opinião a Patrick de Bayser, um especialista de arte independente.

Bayser destacou o facto de a obra ter sido desenhada por um artista canhoto. Da Vinci era canhoto. Este descobriu igualmente dois desenhos científicos na parte de trás da folha e notas escritas em espelho, técnica utilizada com frequência por Da Vinci.

Prate recorreu ainda a uma terceira pessoa para confirmar as suas desconfianças: Carmen C. Bambach, curadora do Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque (Met), e especialista na obra do mestre renascentista. Esta atestou posteriormente a autenticidade da mesma.

Até agora eram conhecidos dois esboços do Martírio de São Sebastião de Leonardo da Vinci, um conservado no Museu Bonnat em Bayonne e o outro em Kunsthalle, em Hamburgo. De acordo com uma lista do próprio artista, seriam oito no total.

Carmen C. Bambach acredita que o esboço data do período entre 1482 a 1485, escreve o The New York Times.

O dono da obra de 19.3 x 13 cm pediu para permanecer no anonimato, refere a AFP.

De acordo com as leis em vigor em França, o governo pode impedir a exportação do desenho se o declarar como tesouro nacional, tendo o Museu do Louvre a prerrogativa para fazer uma proposta justa "tendo em conta o valor internacional do mercado" para o adquirir, escreve o Quartz.

Um porta-voz da Tajan confirmou ao Quartz que está previsto um leilão da obra para junho 2017.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/reformado-tinha-um-desenho-de-da-vinci-e-nao-sabia-agora-foi-avaliado-em-15-milhoes-de-euros

31/10/16

Arte Pintura - Mais de 80 das 114 obras de Amadeo de Souza Cardoso, expostas no Porto em 1916, na única exposição individual do artista, vão compor a mostra a inaugurar hoje, no Museu Nacional de Soares dos Reis.



«Exposição de 1916 de Amadeo de Souza Cardoso recriada a partir de hoje no Porto

Mais de 80 das 114 obras de Amadeo de Souza Cardoso, expostas no Porto em 1916, na única exposição individual do artista, vão compor a mostra a inaugurar hoje, no Museu Nacional de Soares dos Reis.

A exposição vai ser inaugurada hoje, com a presença do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, mas é aberta ao público na terça-feira, para ficar até 01 de janeiro, antes de seguir para Lisboa, onde vai permanecer de 12 de janeiro a 26 de fevereiro.

“As obras que Amadeo decidiu expor [em 1916] estão hoje dispersas por diversas coleções públicas e privadas. Reuni-las, procurando refazer os gestos e as opções do malogrado pintor [que morreria, inesperadamente, em 1918, com 30 anos de idade] é, em primeiro lugar, uma homenagem”, indica a descrição da exposição, que conta com curadoria das investigadoras Raquel Henriques da Silva e Marta Soares.

Em declarações à agência Lusa, em agosto, quando do anúncio da mostra, a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, ex-diretora do Museu do Chiado e do antigo Instituto Português de Museus, lembrou que “aquilo que se diz desta exposição é sempre um aspeto anedótico mais castiço, que as pessoas não perceberam nada, que foi um escândalo, que lhe cuspiram para os quadros, que lhe deram pancada”, mas há que acrescentar que a exposição de 1916, no Jardim Passos Manuel, no Porto, e na Liga Naval Portuguesa, em Lisboa, levou a um debate sobre o que era arte contemporânea.

Amadeo de Souza Cardoso teve nessa “exposição itinerante”, como a define Marta Soares, a única mostra individual em vida, e foi “um gestor cultural, como hoje [se diria]”, de acordo com Henriques da Silva, para quem o artista “fez um trabalho pedagógico de mostrar a exposição a toda a gente, de explicar ‘éne’ vezes, de situar a posição dele”, tendo havido “um debate concreto”.

Como recorda o comunicado da exposição, a mostra de novembro de 1916, no Jardim Passos Manuel, “atingiu, em 12 dias, um número impressionante de visitantes [30.000, relatou Amadeo ao crítico americano Walter Pach] e agitou a cidade”, desencadeando, por vezes, reações agressivas e despertando a atenção da imprensa, enquanto, por outro lado, a exposição de dezembro de 1916, na Liga Naval Portuguesa, em Lisboa, “foi mais elitista e cativou, além da imprensa, o entusiasmo do grupo de ‘Orpheu'”.

Foi neste contexto que Almada Negreiros escreveu, num manifesto de apoio, que “a Descoberta do Caminho Marítimo p’rá Índia é menos importante do que a Exposição de Amadeo de Souza Cardoso na Liga Naval de Lisboa”.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/exposicao-de-1916-de-amadeo-de-souza-cardoso-recriada-a-partir-de-hoje-no-porto


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