«Foi em 1924 que o poeta Guilherme Faria apresentou o Henrique Paço D' Arcos a Teixeira de Pascoaes. Ele e os irmãos - o Carlos Eugénio, o Pedro, o Joaquim - passaram a ser assíduos frequentadores da Brasileira do Chiado, onde Pascoaes se reunia com os amigos e admiradores, e da York House onde estávamos instalados.
O Henrique viria a ser o discípulo bem amado.
Eis como ele próprio descreve o convívio com o Poeta do Marão, no prefácio do livro «A Voz Nua e Descoberta»:
«Foi o Guilherme Faria quem nos revelou, a meus irmãos e a mim, os versos de Pascoaes. E para mim foi bem uma revelação. Em breve ele nos apresentou ao Poeta, numa mesa da Brasileira do Chiado onde de futuro por dias sucessivos passámos a abancar, na roda de outros jovens como nós seduzidos pela forte e original personalidade do grande Poeta.
«À mesma mesa da Brasileira vinha também sentar-se diariamente Raul Brandão, amigo e admirador que era de Pascoaes, que lhe retribuía a admiração e a amizade.
«Regressado Pascoaes a Amarante, escrevi-lhe uma carta em que lhe dizia de minha enorme admiração e já mesmo estima que lhe votava, carta redigida em termos entusiastas e ingénuos, mas que tiveram o condão de despertar no Poeta o desejo de melhor me conhecer.
«Daí nasceu uma enorme e recíproca amizade traduzida em mil e uma expressões, desde a correspondência assídua de três ou quatro anos, que religiosamente conservo, e dedicatórias em livros, ao carinhoso acolhimento de todos os seus familiares e sobretudo à imarcescível recordação que guardo do seu espírito.
«No Verão de 1924, Pascoaes convidou-nos, a meu irmão Pedro e a mim, para irmos passar uma temporada em Amarante.» in Fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos.
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